Caros amigos
Há algum tempo, enviei-lhes minha opinião sobre o que se
passa no Rio de Janeiro com relação à Segurança Pública e a tão propalada
“Pacificação”.
Desde então, em respeito aos nossos camaradas do Exército
Brasileiro, mantive o silêncio sobre o tema, enaltecendo, sempre que possível,
seu trabalho, como sempre, honesto, dedicado, competente e profissional, já que
foram compulsados, pela formação e pelo dever, a participar e a acreditar em uma
da farsa e, por via de conseqüência, a sofrer o desgaste inexorável que passam a
sofrer, para alegria e para o prazer dos canalhas dissimulados que integram a
classe dirigente brasileira e que não estão minimamente interessados em vencer
esta guerra.
Repito agora o que lhes escrevi anteriormente!
Segundo Carl Von Clausewitz: "A guerra é a continuação da
política por outros meios". Isto é, a guerra é fruto de decisões e
de ações essencialmente políticas. Nenhuma guerra pode ser vencida
sem a definição precisa dos seus objetivos e dos meios disponíveis para fazê-la.
Muito menos sem a coragem e a determinação para¸ dentro dos limites da
necessidade, empregar a força, em todas as suas gradações.
O estado de paz, antítese do estado de guerra, pode ser
obtido pela prevenção, ou dissuasão, ou pela destruição física do inimigo quando
este não puder ser desarmado e submetido à vontade do vencedor, em vez de ser
morto.
O que tem ocorrido no Rio de Janeiro, com relação à
Segurança Pública, a partir da adoção de uma estratégia “pacificadora”, por
parte do Governo do Estado, é a constatação ou a admissão da existência de um
estado de guerra, já que a paz é a antítese da guerra! Ou seja, se buscamos a
paz é por que estamos em guerra!
Se é um estado de guerra, há que se identificar com
clareza e precisão os objetivos a serem conquistados e os meios a serem
empregados para fazê-lo, aí incluídos os equipamentos e as estratégias
convenientes para vencer e estabelecer a paz em bases definitivas e claramente
dominadas pelo vencedor.
O que se tem visto é a negociação de um “clima de paz” em
bases frágeis de garantias dissuasórias, isto é, em inferioridade de condições
em relação ao inimigo, ou ainda, na condição de derrotados, ou, pior, nas
condições estabelecidas, de forma indireta, pelos “derrotados”, por intermédio
de seus aliados no poder político do Estado!
Para negociar a paz, ou “pacificar” em bases sólidas,
definitivas, é preciso, antes de mais nada, subjugar, derrotar e, se necessário,
destruir o inimigo e destituir do poder todos os seus aliados, aí incluídos
os dirigentes políticos, covardes, enganadores e oportunistas que, mais cedo
ou mais tarde, criarão condições para desmoralizar ou corromper as forças
vitoriosas!
Se fazer a guerra é uma decisão e uma ação essencialmente
política e considerando apenas a natureza hipócrita, interesseira e covarde
dos políticos brasileiros, esta guerra está perdida! A ação da Polícia e do
Exército no Rio de Janeiro não é “pacificadora”, porquanto não consegue impor-se
aos bandidos, e sim “negociadora”, porque terá sempre que ceder algo antes de
obter, em parte, o que precisa conquistar!
Enquanto esta guerra não for tratada como guerra, não
haverá a paz que queremos, ou pior, continuaremos a negociar sob as condições do
inimigo e acabaremos por ser definitivamente derrotados!
Enquanto imperar o desinteresse ou o medo de assumir a
responsabilidade “politicamente incorreta” pelos efeitos colaterais da guerra,
não haverá paz.
Enquanto os formadores de opinião, os professores, os
dirigentes políticos, as ONG “da paz” e outros tantos oportunistas comprometidos
com o crime, traidores, malfeitores, hipócritas, covardes ou inocentes úteis
continuarem a condenar quem “atirou um pau no gato” ou quem não apartou a briga
do “cravo com a rosa”, não haverá a paz!
O que impera no Rio de Janeiro, sem sombra de dúvidas,
é a desmoralização da lei e da ordem pela covardia de uns e pela conivência de
outros! Os filmes da série “Tropa de Elite”, orientados pela realidade e por
quem de fato a conhece e que com ela não é nem foi conivente, já desvendaram as
causas e mostraram os caminhos imediatos para chegar-se às condições favoráveis
à negociação da paz pela rendição incondicional ou pela destruição do inimigo!
Qualquer coisa diferente disso é enganação, politicagem, medo e hipocrisia, não
é solução!
Como sempre, torço para estar enganado a respeito desse
assunto.
PChagas
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