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quinta-feira, 28 de junho de 2012

O MUNDO NAS COSTAS DO BRASIL


Aileda de Mattos Oliveira*

Como mostram os filmes americanos, há sempre um grupo de alunos revoltado, fortalecido pela vista grossa que lhe faz a direção da escola e, por essa omissão, põe em prática o poder do mais forte sobre o pacífico colega que ali está, apenas para cumprir a sua obrigação de aluno: estudar. Este, educado, de família organizada, passa à condição de judas a ser malhado toda vez que a gangue lhe corta os passos por inveja e por arrogância, já que se apoia no trabalho da violência em equipe.
Alegoricamente, o Brasil faz o papel dessa vítima, não por ser educado e ter a casa organizada, mas por ser untuosamente submisso e não reconhecer no seu corpanzil o poder de impor as suas posições em relação à gangue de países, ditos, desenvolvidos, sempre dispostos a lhe criar sanções e a lhe ditar reprimendas, em conjunto. Além disso, dentro de suas próprias fronteiras, fazem a mesma vista grossa os chamados Três Poderes. Tanta pompa no título, tanta podridão no interior dessas instituições!
Por isso, o ‘aluno’, embora fisicamente desenvolvido, toma constantemente pancadas de onguinhas ordinárias que sobrevivem da benemerência com o dinheiro alheio; bordoadas dos piratas da Corte europeia; todos cobrando ao abobalhado gigante que mantenha seus mais de oito milhões do “berço esplêndido” conservados para a oxigenação dos vulneráveis pulmões da gringalhada de olho grande na sua biodiversidade.
E por ser “cordial” e de “natureza pacífica”, como repetem os brasileiros mal-intencionados e de genética entreguista, seguem os corruptos dirigentes desta emperrada nação, as pegadas da gangue, ao impedir o crescimento do país em apologia aos ‘cientistas’, arautos do apocalipse, que já determinaram ser o Brasil o provedor do mundo.
Seus adeptos são rápidos no gatilho. Aplaudem as manobras colonizadoras e mandam mensagens por e-mails, pedindo assinatura em listas de adesão à proibição da poda da mangueira no quintal ou da roseira que ainda resta no jardim. Claro que o exagero nos exemplos é proporcional às idiotices que enviam.
Índios típicos de novela, de arco e flecha, em perseguição a seguranças de órgãos federais, ameaçando ônibus com lanças em riste, mas pondo na tanga dez reais de cada foto com os tupiniquins cariocas, idiotizados, neste tecnológico século XXI, como os franceses na época de Caramuru-Paraguaçu.
Índios urbanos, entrando no vagão exclusivo das mulheres, no metrô, causando rebuliço na cidade, congestionada pelo fechamento de ruas, pois os chefetes de estados que aqui vieram fazer turismo à custa do contribuinte brasileiro, não poderiam se atrasar para a farsa montada.
Se eles levassem as favelas de que tanto gostam de visitar, se levassem os buracos nas calçadas, se levassem as pistas malpavimentadas, se levassem os pivetes, se levassem os traficantes, as poças de água sujas, os congestionamentos, o metrô desorganizado, as enchentes, aí, sim, seriam bem-vindos.
Índios que não podem se integrar à sociedade brasileira a pretexto de manterem as suas tradições, mas podem perdê-las na promíscua camaradagem com os sem-terra e nas noitadas de bebedeiras, após as encenações diurnas com o seu aparato bélico colonial. Índios de fancaria que causam pena ao engrolarem frases decoradas sobre capitalismo, estando eles a serviço dos charles, dos françoises hollandes e dos obamas espertos. A que chegaram as tribos nas mãos dos capatazes daqui e de acolá!
Os índios, sabidos, não se integram à sociedade brasileira para fugir dos impostos a que estariam obrigados como qualquer mortal trabalhador. Como é bom (para eles) continuarem inimputáveis!
Todos nas costas do Brasil que, por isso, vive deitado, sem forças para livrar-se dos trapaceiros de lá, dos guerrilheiros-governantes daqui, do espécime mais nocivo, mais asqueroso, física e moralmente, produzido nesta terra, como o ex-presidente, sem nenhuma qualificação positiva, por ser a própria negação de si mesmo.
Todos nas costas do Brasil: brasileiros sem vínculo com a terra; estrangeiros que os compram por saberem de suas preferências pelas ‘verdinhas’ e não pelo verde; os fundamentalistas da ecologia que não podem ouvir uma língua estranha falar em caos ambiental que aplaudem a sua própria sentença de escravizados dos conceitos alheios.
Todos nas costas do Brasil. Gostaria de ver o gigante sacudir os parasitas que o sugam e atirá-los contra um paredão cheio de espinhos. 

(Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa. Membro da ABD. A opinião expressa é particular da autora.)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Palestra do Universitário Felipe Melo


Felipe de Oliveira Azevedo Melo

1º de abril de 2012

Caros leitores,
Ontem, participei do evento “1964 e o governo militar”, promovido pelo grupo Imperii.Fui convidado para falar sobre o que sempre nos ensinaram a respeito do movimento cívico-militar de 1964 e dos governos militares subsequentes. Preparei um discurso para ser lido nessa conferência, mas acabei falando de improviso. Em todo caso, publico o texto aqui, na íntegra, acrescido de algumas imagens elucidativas.

Senhoras e senhores, boa noite.
Antes de começar propriamente a minha fala, gostaria de dizer que muito me honrou o convite para falar diante dos senhores nesta noite. Sendo eu ainda jovem e estudante universitário de uma instituição federal de ensino superior, a Universidade de Brasília, tenho de como é inusitada a minha presença neste pequeno evento. Não apenas inusitada, mas importante: ainda que simbólica, minha presença aqui ilustra que, apesar de todos os esforços envidados nas últimas décadas, ainda há aqueles que não se deixaram envenenar pelas mentiras perniciosas ensinadas diuturnamente como verdades incontestáveis. “A história é escrita pelos vencedores.” Essa frase é reputada como sido urdida por George Orwell, que, além de ter sido um dos maiores escritores do século XX, foi um homem que, com agudeza e talento, descortinou o pesadelo distópico materializado pela União Soviética. O que vemos hoje, senhoras e senhores, é justamente o oposto: aqueles que outrora foram derrotados hoje se valem de sua autoridade oficial para, covardemente,
mutilar a história nacional e aviltar a honra daqueles que – parafraseando Churchill –ofereceram labuta, sangue, suor e lágrimas para impedir que o pesadelo orwelliano se concretizasse no Brasil.
 
O que corre nos meios acadêmicos de hoje a respeito desse período de nossa história é, como sói acontecer nos tempos escarninhos em que vivemos, a versão dos derrotados. São eles, efetivamente, os responsáveis pela construção desse período tão crucial e conturbado da história da nação brasileira. Emílio Garrastazu Médici , um dos maiores presidentes que o País jamais teve(?), é um nome capaz de provocar arroubos de ódio irracional e primitivo tal qual a figura de Emmanuel Goldstein incitava os chamados “dois minutos de ódio” na obra 1984, de Orwell. Leônidas Pires Gonçalves, Carlos Alberto Brilhante Ustra, Newton Araújo de Oliveira e Cruz, Golbery do Couto e Silva, Sebastião Rodrigues de Moura, todos esses
nomes são, hoje, sinônimos de opróbrio, de tortura, de mentira e de morte. Em contrapartida, Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Miguel Arraes, Leonel Brizola, Apolônio de Carvalho, Luís Carlos Prestes, Astrojildo Pereira, todos esses homens são saudados como heróis da pátria, guerreiros da liberdade, cavaleiros da esperança – título, inclusive, de uma biografia de Prestes escrita por Jorge Amado.

No entanto, há alguns outros nomes que são convenientemente esquecidos, nomes que foram legados ao oblívio por, de alguma forma, ameaçarem toda a beleza meticulosamente construída do discurso da esquerda. São nomes de pessoas que provaram na própria pele – e, muitas vezes, às custas da própria vida – o amargo sabor do governo que se tentava, à força, instalar-se no País. Pessoas como o jornalista Edson Régis de Carvalho e o almirante Nelson Gomes Fernandes, vítimas do vergonhoso atentado promovido
pelo grupo Ação Popular no Aeroporto Internacional de Guararapes, em Recife, no dia 25 de julho de 1966; o jovem soldado Mário Kozel Filho, cujo corpo foi destroçado por uma bomba durante o assalto ao Quartel-General do II Exército no dia 26 de junho de 1968, ação essa promovida pela Vanguarda
Popular Revolucionária, chefiada por Carlos Lamarca; o lavrador fluminense Edmundo Janot, assassinado brutalmente a tiros, foiçadas e facadas no dia 11 de janeiro de 1969; o primeiro-tenente Alberto Mendes Júnior, que, num ato ímpar de coragem, ofereceu a si mesmo como refém de Lamarca para salvar seus companheiros de corporação, e que, de maneira ultrajante, foi executado a coronhadas de fuzil no dia 10 de maio de 1970.

Estas, senhoras e senhores, são algumas das centenas de vítimas que a subversão imolou em suas ações criminosas, ações que, não podemos nos cansar de repetir, visavam à instauração de uma ditadura comunista no Brasil.Eu já fui um estudante cuja mente estava dominada pela lógica macabra que enxerga num regime socialista um exemplo de verdadeira democracia. Boa parte da minha infância foi passada em reuniões do sindicato dos professores e do Partido dos Trabalhadores. Lembro-me de que, por volta dos
dez anos de idade, minha mãe me deu uma cópia do Manifesto Comunista. Ela, professora, filiou-se ao PT após o racha do Partido Comunista Brasileiro,que deu origem ao Partido Popular Socialista. Leonardo Boff, Frei Betto, Paulo Freire, Lula, todos esses nomes eram sagrados em minha casa. Aprendi a verdadeiramente venerá-los. Nas campanhas eleitorais, vestia meu uniforme de militante-mirim – camisa com a foto do Lula, bandeira vermelha e boné do partido – para participar dos comícios, carreatas e afins. No ensino médio, com a ajuda sempre prestimosa e dedicada dos professores de ciências humanas, especialmente História e Geografia, comecei a minha militância política de fato. Lembro-me bem das vezes em que participei de protestos contra o governo “neoliberal” de FHC: fiz barricadas, agitei bandeiras,
gritei palavras de ordem e enfrentei a polícia. Era, em suma, um espécime bastante jovem da manada de idiotas úteis que é manejada todos os dias pela esquerda.

Quando comecei minha graduação em Direito, em 2002, fui convidado por um colega de classe a participar de uma reunião do grupo O Trabalho, uma tendência trotskista do PT. Pouco depois, filiei-me ao partido e ingressei nas profundezas do pensamento comunista. Marx era nosso Messias, tínhamos por apóstolos nomes como Lênin, Trotsky, Gramsci, Lukács, Althusser e toda a Escola de Frankfurt. O processo de lavagem cerebral pelo qual passei faria Pavlov ficar aterrorizado diante de tanta eficiência. Devido a minhas
aptidões intelectuais e comunicativas, comecei a me transformar em um dos ideólogos do grupo: pesquisava a fundo a literatura socialista, contrapunha seus postulados com a realidade concreta e, invertendo completamente a ordem natural do pensamento humano, mutilava o mundo em que vivia para que se encaixasse com perfeição nas teorias que havia elegido como axiomas sagrados. Paradoxalmente, foi essa a minha salvação.

Por volta dos 19 anos, comecei a notar que havia alguma coisa muito errada em tudo aquilo. De alguma forma, algo não se encaixava, e uma sensação de desconforto instalou-se bem no fundo de minha alma. Ao contrário do que esperava, essa sensação começou a crescer, a se avolumar. Entrei no que se pode chamar de dissonância cognitiva. Todo aquele imenso e intrincado castelo ideológico começou a tremer e, após um estalo – que, confesso, até hoje não sei qual foi –, desabou todo em cima de mim. No entanto, consegui esgueirar-me para fora dos escombros. Afastei-me de toda e qualquer questão político-ideológica por um bom tempo. Precisava curar as feridas deixadas por aquele desabamento mental e digerir, de alguma forma, a sensação de orfandade intelectual que se seguiu a todo esse processo. Foi esse sentimento, esse sentir-se órfão, que me levou a procurar alternativas que condissessem com os valores que realmente me eram mais
caros. Por incrível que possa parecer, ter ingressado na Universidade de Brasília me ajudou bastante nesse sentido. Ter um ponto de partida não foi difícil: bastava buscar conhecer aqueles autores que eram demonizados pela esquerda. Foi assim que soube da existência do filósofo Olavo de Carvalho, e, a partir dele, comecei a ingressar em outro mundo. Posso dizer, sem receio de parecer exagerado, que o professor Olavo representou minha salvação intelectual. Todo um universo de alta intelectualidade, tanto filosófica e quanto política, se abriu para mim a partir daí. Encontrei outras pessoas na universidade que conheciam esses mesmos autores, e, tendo contato constante com elas, pude orientar melhor meu pensamento e estudar a fundo todas as questões que me incomodavam. Todavia, tenho ciência de que sou representante de uma minguada exceção. Eu tive a audácia de questionar os cânones ideológicos que me empurravam goela abaixo, e não sei se posso afirmar que tive algum mérito nisso. Decerto, eu tive ganas de pesquisar, de ler, de saber, de descortinar todas aquelas verdades que foram deliberadamente mantidas bem longe de mim em meus anos escolares. Foi preciso um grande esforço e um considerável trabalho de garimpagem, pois a escumalha marxista, não contente em gozar de inconteste hegemonia no ambiente educacional brasileiro, trabalha incessantemente para manter a verdade sobre os fatos escondida sob toneladas de escombros de propaganda. São poucos, entretanto, os que pesquisam e buscam, por conta própria, conhecer essa época. Contentam-se com os enlatados de sabor doce e efeitos perniciosos que lhes oferecem todos os dias, e acabam tornando-se idiotas úteis devidamente adestrados.

Na academia brasileira, onde há décadas o establishment socialista fez sua morada, a Verdade – com vê maiúsculo, essência do saber – de nada vale: o que vale unicamente são as verdades advindas da ortodoxia gramsciana, aquelas “verdades”, com muitas aspas, que não passam de instrumentalização ideológica de discursos carentes de rigor científico e quaisquer valores humanos. Na Universidade de Brasília, faz parte do nosso cotidiano encontrar um sem-número de cartazes doutrinários espalhados pelos murais e pelas paredes dos prédios: enquanto uns exaltam o mau exemplo daqueles que deram suas vidas para mutilar própria pátria, outros exigem, peremptória e instantemente, punição para aqueles que, ao contrário, deram suas vidas por seu povo, por sua gente, pelas gerações que já se foram e por aquelas que ainda viriam. Quando alguém ousa contestar essa campanha torpe, eivada de mentiras e de um asqueroso ranço bolchevique, tenta-se calar sua voz a todo custo.

Particularmente, já fui inúmeras vezes criticado, ameaçado e censurado,
tanto por estudantes profissionais quanto por professores, por contestar
essa unanimidade estupidificante que impera na universidade. Se eu ganhasse
um real cada vez que me chamassem de “fascista”, “reacionário”,
“autoritário” e que tais, certamente não estaria falando a vocês nesta
noite, mas aproveitando umas boas férias em algum paraíso caribenho, ou
talvez conhecendo a Europa. No mais das vezes, essas agressões não passaram
de verborragia primitiva de seres incapazes de articular argumentos, mas
ela quase chegou às vias da agressão física – e dentro da Universidade de
Brasília, uma instituição de ensino cujo respeito à pluralidade seu
magnífico reitor atesta, com docilidade dominicana, ante qualquer evidência
de intolerância. No entanto, recuso-me a recuar diante de meus detratores.
Eles não são apenas meus inimigos: eles são inimigos da Pátria, da Verdade
e da Justiça. E é por amor a elas que eu me mantenho firme.
Por falar em verdade, gostaria de rememorar dois fatos ocorridos durante o
governo militar. No ano de 1968, Miguel Arraes – fundador do Partido
Socialista Brasileiro (PSB) e avô do atual governador de Pernambuco,
Eduardo Campos – fundou o Movimento Popular de Libertação (MPL). O objetivo
do MPL era criar uma única frente socialista no Brasil,unificando todas as
organizações atuantes no País. De acordo com o Projeto Orvil, “o MPL
estabeleceu ligações com o PCB, AP, ALN e com os padres dominicanos de São
Paulo. Através das facilidades oferecidas para que as organizações
subversivas enviassem seus militantes a Cuba, o movimento estabeleceu
vínculos com várias delas, entre as quais o PCBR e o COLINA.” Diante do
fortalecimento do combate à subversão, proporcionado pelo AI-5, o projeto
de Arraes foi dificultado em grande medida. Residindo na Argélia desde
1965, Miguel Arraes, seguindo a cartilha leninista com devoção, começou a
trabalhar na criação de uma frente de agitprop que, a um só tempo,
manchasse a reputação do governo brasileiro no exterior (sobretudo através
de denúncias de tortura e outras agressões aos direitos humanos) e
arrebanhasse a simpatia e o apoio internacional para as organizações
terroristas brasileiras. Assim sendo, “em outubro de 1969, tomou a
iniciativa, juntamente com o ex-deputado Márcio Moreira Alves, o padre
Almery Bezerra e Everardo Norões, de criar, em Paris, a Frente Brasileira
de Informações (FBI)”, conforme relata o Projeto Orvil.
Prossegue o documento:
“A criação da FBI ocorrera sem grande publicidade. Havia a necessidade da
realização de uma solenidade de impacto que ajudasse à promoção da
entidade. No dia 15 de janeiro de 1970, ocorreu no grande Salão de
Mutualité, em Paris, a Reunião de Solidariedade com o Povo Brasileiro,
prestigiada por personalidades da esquerda mundial e transformada no marco
do nascimento da FBI ou Front”.
Tendo ao fundo um grande mural com a fotografia do finado Carlos Marighela,
George Casalis – professor da Faculdade de Teologia Protestante de Paris –
presidiu a cerimônia, com a participação de uma mesa diretora composta pelo
advogado Jean Jacques de Félice, Blanquart, Miguel Arraes, Jean Paul
Sartre, Michel de Certau – padre jesuíta, redator da revista NotreCombat,
professor do Centro Experimental Universitário de Vincennes –, Pierre Jalée
– presidente do Comitê de Defesa da revista Tricontinental, e autor de
diversas obras sobre a economia do Terceiro Mundo –, Jan Talpe – físico
belga, ex-professor da USP, expulso do Brasil por envolvimento com a ALN –,
Luigi Maccario – secretário-geral da Federação Italiana de Metalúrgicos – e
M. Ghisenti. Essas presenças, por si só, davam aos espíritos menos
desatentos, a nítida orientação ideológica da solenidade.
[...]
Os organizadores do encontro propuseram, ao final da reunião, uma Campanha
Contra a Repressão Política na América Latina – típica das organizações de
frente comunistas –, visando a: apoiar as forças de libertação que lutam no
Brasil e em toda a América Latina; fazer com que todos os franceses tomem
conhecimento e comunguem com os interesses dos povos latino-americanos; e
informar, suscitar reuniões públicas e estudar de maneira profunda as
relações da Europa e da América Latina, descobrindo meios de ação e de
pressão. A programação da campanha foi articulada em Paris, tendo como
principais articuladores Miguel Arraes, Almino Afonso, Jean Paul Sartre e
Waldech Rochet, secretário-geral do Partido Comunista Francês”.
Quando se trata do combate imposto aos subversivos durante o governo
militar, o mais comum é que se refira a eles como um punhado de jovens
idealistas, sonhadores e de bom coração, cujo único interesse era fazer do
Brasil um lugar melhor. Também se refere a eles como amadores, que não
contavam com nenhum recurso além de sua boa vontade e sua paixão pela
liberdade. Nada poderia ser mais falso. Tratava-se, efetivamente, de uma
rede internacional muito bem organizada, financiada por governos
socialistas e treinada pelas mais eficientes e temíveis polícias secretas
comunistas.
O segundo fato que quero relembrar ocorreu durante o governo do general
Médici: a sucessão de tentativas mal sucedidas de seqüestro de Curtis
Cutter, cônsul norte-americano em Porto Alegre, em 1970. Após uma coleção
de erros de operação – na terceira e última tentativa infrutífera de
seqüestro, o cônsul saiu ferido com um tiro na omoplata –, a atenção das
autoridades foi atraída para o grupo de terroristas da VPR que planejaram a
ação. Por ocasião de sua prisão, apreendeu-se, dentre outras coisas, uma
minuta de comunicado da VPR que seria divulgada à imprensa. Assim dizia o
comunicado:
“O cônsul norte-americano em Porto Alegre, Curtis Cutter, foi seqüestrado
às tais horas do dia tal de março pelo Comando “Carlos Marighella” da
Vanguarda Popular Revolucionária. Esse indivíduo, ao ser interrogado,
confessou suas ligações com a CIA, Agência Central de Inteligência, órgão
de espionagem internacional dos Estados Unidos e revelou vários dados sobre
a atuação da CIA no território nacional e sobre as relações dessa agência
com os órgãos de repressão da ditadura militar. Ficamos sabendo, entre
outras coisas, que a CIA trabalha em estreita ligação com o CENIMAR,
fornecendo inclusive orientação a esse último órgão, sobre os métodos de
tortura mais eficazes a serem aplicados nos prisioneiros. A CIA e o CENIMAR
sofrem a concorrência do SNI, sendo que essa rivalidade é tão acentuadaque
em certa data um agente da CIA foi assassinado na Guanabara por elementos
do SNI. Esse informe foi cuidadosamente abafado pela ditadura, mas o
depoimento do Agente Cutter, nosso atual prisioneiro, permitiu que o
trouxéssemos a público”.
Como é possível que, em jamais tendo conseguido abduzir o cônsul, os
subversivos soubessem dessas informações tão “sensíveis” sobre o
funcionamento interno do aparato de segurança do Estado? Essa é uma
evidência incontestável do recorrente uso da mentira como método de ação
sistemático por parte dos subversivos brasileiros, que, tanto dentro quanto
fora do País, espalhavam suas invencionices visando ao constrangimento
público do governo brasileiro e a angariar apoio para o movimento
revolucionário marxista. Mesmo diante dessa evidência, mentiras como essas
não são apenas tidas como fatos verídicos e ensinadas nos meios
educacionais, mas servem de base hoje para a instauração de verdadeiros
tribunais de exceção, como a infame Comissão da Verdade, e para processos
judiciais que ferem todos os ditames da justiça.
O estado de guerra cultural em que vivemos é cruento. A cada instante, nos
mais variados momentos, vemos o esforço meticuloso, deliberado, com que a
esquerda se utiliza da universidade para promover a sua engenharia social.
A partir do momento em que a Verdade foi reduzida a uma questão de ponto de
vista, à escolha e à defesa de discursos (como preconizou, sobretudo, o
venerado Michel Foucault), tudo se tornou permitido – exceto, claro,
qualquer coisa que lembrasse vagamente tradição, ordem e todo esse
“arcaísmo conservador”. Assumir uma clara postura em defesa da vida – por
exemplo, ao atacar os esforços que testemunhamos para legalizar o aborto e
as drogas – pode resultar em ostracismo e perseguição sistemática. Para a
maioria dos estudantes universitários que se defrontam com um ambiente tão
hostil, a atitude normal é calar-se e, aos trancos e barrancos, levar a
termo a graduação o mais rápido possível. Isso não acontece sempre de
maneira tranqüila: muitos acabam sendo cooptados pelas ideologias da moda
e, como eu, transformam-se em idiotas úteis, verdadeiras buchas-de-canhão.
Os esforços envidados pelos derrotados de outrora para reescrever a nossa
história e praticar, sem amarras, seu abjeto revanchismo, estão
multiplicando-se num ritmo alarmante. Mais uma vez, recorro a Orwell: “Quem
controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o
passado.” É por isso, senhoras e senhores, que o nosso encontro neste 31 de
março é tão importante. Ele é importante no sentido de que nos lembremos
sempre de que aqueles que controlam o presente estão mutilando o nosso
passado, e que é através da deturpação da memória nacional que moldarão um
futuro funesto para as gerações vindouras. Ele é importante para lembrarmos
os valores que nos são caros, valores sobre os quais nossa sociedade e
nossa civilização foram erguidas: honra, integridade, coragem, honestidade,
decência e lealdade.
O que devemos fazer para reverter essa situação? O general Leônidas Pires
Gonçalves, em suas entrevistas, sempre nos lembra que “o soldado é o
cidadão uniformizado para o exercício cívico da violência”. Repito: estamos
em guerra, e, nessa guerra, todos somos soldados. No entanto, devemos ser
soldados da Verdade. Façamos da coragem, da honestidade e da isenção as
nossas armas. Não há receita pronta para vencermos os novos combates que
ora travamos. Imprescindível é que não esmoreçamos, que mantenhamos a
guarda erguida, que lutemos incansavelmente em nome de todos os valiosos
alicerces da nossa nação, alicerces por cuja defesa tantos homens deram
suas vidas. A violência que devemos exercer é a violência dos fatos contra
os delírios; esmagar a serpente do logro, da injúria e da deturpação com as
solas de nossas botas. Nossas trincheiras não devem ser as trincheiras
convencionais, mas aquelas em que o inimigo age: as escolas, as
universidades, os meios de comunicação, o mercado editorial... Hoje, urge
que olhemos para o passado, nós, que estamos sob a guarida da Verdade, e
arranquemos dele as forças para enfrentar nossos inimigos no presente. Só
assim será possível garantir um futuro menos tenebroso para nossos filhos,
netos e bisnetos.
Muito obrigado

Você pode enganar pessoas todo o tempo. Você pode também enganar todas as
pessoas algum tempo. Mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo
todo." (Abraham Lincoln)

A PALESTRA do universitário Felipe de Oliveira Azevedo Melo.

Esquizofrenia política

Escrito por Sérgio Paulo Muniz Costa

É simplesmente estarrecedor que pessoas que cometeram assassinatos, sequestros, roubos e atentados com a finalidade de instalar uma ditadura totalitária no Brasil se apresentem como defensoras da democracia. Mas é absolutamente escandaloso que elas se apresentem simultaneamente como vítimas e governantes do mesmo Estado que hoje viola e desrespeita os Direitos Humanos numa escala incomensuravelmente maior do que há quarenta anos.
A vitimização midiática de pessoas que fizeram vítimas sem qualquer arrependimento é de um personalismo surrealista que aliena qualquer ética e essa efusão patética de narcisismo político vai assumindo os contornos de hecatombe social num país em que nada funciona direito, simplesmente por que aqueles que governam para si aliaram-se aos que governam para a sua utopia, reduzindo a sociedade a um mero instrumento de seus desígnios.
Não há manipulação estatística, lobby ou propaganda que apague da realidade nacional a verdade da multiplicação nas últimas décadas das mortes de brasileiros nas cidades, nos campos e nos presídios, nem justificativa para a arrogância ideológica daqueles que pretendem dominar a História para expiarem a sua frustração em exercer o poder dentro da moldura socioeconômica que pretenderam destruir.
A violência é um problema intrínseco à vida social, cabendo ao Estado enfrentá-la. Num momento em que os desafios à sociedade democrática se agravam em cidades cada vez maiores, através de fronteiras permeáveis e nos crimes de tantos objetos, a questão central é como o Estado vai lidar com a violência que daí aflora, multiforme e inesperada; uma tarefa a ser cumprida na forma da Lei, o que exige renovadas competências.
Como numa democracia nada pode acontecer fora da política, o preparo de quem exerce o poder começa a se evidenciar no discurso que pratica. E como o estado é a suprema instância da resolução de conflitos, jamais da promoção do confronto, não é apenas uma presumida capacidade de gestão que caracteriza a competência para sua governança. Para isso, faz-se não o que se quer, mas o que se deve, ou melhor, o que a sociedade espera – no caso, promover segurança onde se abrigam os direitos das pessoas.
Presumir que, em qualquer tempo, seja lícito a algumas pessoas agredir deliberadamente outras por causa de suas convicções ideológicas é aceitar que, por qualquer outra razão, a violência se afirme como meio de resolução de conflitos, algo absolutamente contrário à promoção dos Direitos Humanos.
Continua faltando alguma coisa no Plano Nacional de Direitos Humanos que o governo vem procurando impor a todo custo à sociedade. No mínimo, sintonia com a sociedade e contato com a realidade.

Sérgio Paulo Muniz Costa é Historiador, membro do Centro de Pesquisas Estratégicas (CPE) da UFJF, e autor do livro Os Pilares da Discórdia.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A Hora da Verdade

VAlte(Ref) Sergio Tasso Vásquez de Aquino
Da Academia Brasileira de Defesa e do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil
Voltei recentemente de viagem de pouco mais de três semanas aos EUA, uma antiga e consolidada democracia, com um povo patriota e com elevado nível de cidadania, respeitoso do direito dos semelhantes, das leis e das instituições, e apaixonado por suas Forças Armadas, as quais, agradecido, reconhece como responsáveis por suas independência e liberdade, e garantes da paz, da grandeza e do progresso de que goza o país.

Abençoado pela graça divina do período pascal e inspirado pela leitura de dois livros maravilhosos, “Fale-nos Dele”, do Padre Fabio Ciardi, e “Cartas entre Amigos”, do Padre Fábio de Mello e de Gabriel Chalita, pude, desta vez, perceber melhor a realidade dos EUA e estabelecer correlações mais precisas com a nossa. Tudo produto de tranqüila e serena meditação.

A segurança e a paz de que se beneficiam os moradores da parte oeste da Florida, em que, mais uma vez, fiquei, no Condado de Pinellas, vizinho ao Golfo do México e à cidade de Tampa, são absolutas e totais. Pequenas cidades, lagos, parques, bosques e florestas com intensa vida animal selvagem, praias que se sucedem, todos limpos e bem conservados e ligados por magníficas estradas, repletas de pontes espetaculares e viadutos extremamente bem cuidados, condomínios suburbanos e rurais dotados de casas maravilhosas no meio da natureza... Residências sem muros, bonitas, novas ou bem conservadas, amplas, com jardins, gramados, flores, árvores, muitas com piscina, verdadeiras “máquinas de morar”, com calefação e refrigeração centrais, que as fazem quentes no interior no inverno e frias no verão... Um estilo de vida desejável, acolhedor, repousante, ao preço, em muitos casos, de apartamentos de sala e quarto conjugados em Copacabana, e ao alcance de quem trabalhe, ainda que em tarefas modestas, como o casal de empregados no Supermercado Publix da região, vizinhos da casa em que fiquei! As pessoas convivendo em harmonia, respeitando-se mutuamente, à natureza e ao meio ambiente, e à lei comum, fator final do equilíbrio social. Tudo isso, a despeito da forte crise econômica que assola o país há anos...
Enquanto isso, no Brasil, principalmente nas grandes cidades e no campo, mas também e cada vez mais nas pequenas cidades do interior, a parcela majoritária, honrada e cumpridora dos deveres e da lei da população vive estressada, angustiada, agitada e insegura, pelo clima de incerteza sobre o presente e o futuro em que vive imersa. Para mim, e desde há muito tempo, pelo menos desde 1990, os grandes responsáveis por essa situação indesejável têm sido o governo, em suas diversas manifestações e configurações, e os meios de comunicação.
O primeiro, por incompetência, corrupção e perversão ideológica, fatores negativos em crescente expansão, com agravamentos acentuado no período 1994-2002 e exponencial nos anos mais recentes. Os três poderes da República, nos três níveis administrativos, estão igualmente contaminados pelos maus usos, costumes e procederes que tanto agridem, constrangem e confrangem as pessoas patriotas, honradas e de bem, por isso comprometidas com a grandeza, os valores, as virtudes e a História do Brasil e com o bem-estar dos concidadãos e o futuro baseado na construção solidária do Bem Comum, da Pátria justa e equânime, com oportunidades de desenvolvimento e realização para todos.
O século passado testemunhou, amarga e sofridamente, o advento de duas perversões totalitárias que levaram a humanidade a enorme sofrimento e à perda de milhões de vidas por suas experimentações cruéis, visando à instalação de “nova ordem” de inspiração diabólica : o nazismo e o comunismo, irmãos siameses da maldade e da opressão, um baseado na pretensa supremacia de uma “raça”sobre as demais, o outro na predominância sem questionamento do partido único todo-poderoso, AUTÊNTICA RELIGIÃO SEM DEUS, sistema em que o ser humano se vê reduzido a coisa, mero fator de produção.
O resultado da Segunda Guerra Mundial determinou o sepultamento da macabra utopia nazista, mas provocou a expansão a ferro e fogo do comunismo a muitos países, em todas as partes do mundo, cujas populações foram escravizadas e martirizadas em nome do estabelecimento da pretensa “ditadura do proletariado”, em verdade o poder absoluto de minorias ressentidas e insanas, cruéis e sanguinárias, inimigas e exploradoras do povo. A queda do Muro de Berlim e a derrocada do império soviético trouxeram novas esperanças de paz e harmonia ao mundo, que, infelizmente, se têm revelado baldadas. Bastiões da crueldade e do atraso comunistas continuam imperando em regiões importantes do mundo, escravizando e infelicitando seus povos e negando-lhes o direito à liberdade, `a autodeterminação e à felicidade, como ocorre, por exemplo, na Coréia do Norte, na China, no Vietnam, em Cuba... E contam com admiradores e seguidores fanáticos por toda a parte, principalmente nas regiões mais pobres e atrasadas de América Latina, África e Ásia, com populações mais fáceis de enganar e envolver, extremamente articulados e operantes, sequiosos de estabelecerem, em seus pagos, novos ”paraísos socialistas” de seguimento marxista radical. A esse messianismo satânico se dedicam com todos os engenhos e forças!
No Brasil, a ação perversa do comunismo em busca do poder a qualquer preço teve três tempos. Em novembro de 1935, pela cruenta e traiçoeira Intentona Comunista, que procurou estabelecer o sistema bolchevista entre nós pelo uso das armas, mas foi dominado pela reação pronta, eficaz e patriótica das Forças Armadas. Em 1963/1964, pela ação política de agitação e propaganda do governo federal da época, obstada pela reação do povo e das Forças Armadas, que devolveu o País ao leito da normalidade constitucional e ao ordenamento jurídico de direito pelo movimento restaurador de 31 de março de 1964. Já no governo, mas ainda não senhores absolutos do poder, os enamorados de Stalin, Mao e Fidel e suas nefastas ideias e ações viram negados seus projetos de dominação sobre nossa terra e nossa gente na undécima hora. Recolheram-se, pois, à clandestinidade e apelaram à luta armada, nos campos e nas cidades, segundo as inspirações que os animavam, guerrilha campesina do modelo maoista chinês, “o cerco das cidades pelo campo”; guerrilha foquista de orientação cubana e tabulada por Regis Debray; guerrilha urbana, ensinada por Carlos Marighella em seu “minimanual” de ampla difusão sobre o assunto. Em todos os casos, lançando mão do terrorismo, do derramamento de sangue, da matança de inocentes.
A pretexto de um alardeado “amor à humanidade”, jamais os esquerdistas radicais se detiveram diante do assassinato frio, seletivo ou indiscriminado, de pessoas, dentro de sua estranha e nefasta lógica de que “os fins justificam os meios” e de que “moral é tudo o que contribui para a vitória da causa vermelha”! Desse modo, cinquenta milhões na China, vinte milhões na antiga União Soviética, mais de três milhões no Sudeste Asiático, dezenas de milhares na Europa Oriental, em Cuba, na África, na América Latina, em todas as partes em que os comunistas assumiram o poder ou lutaram por isso, inclusive no Brasil, foram as pessoas trucidadas pela sanha vermelha.
Uma das características básicas do comunismo é o emprego sistemático do engano e da mentira como “armas políticas”. Por desprezarem a “moral burguesa”, baseada no patrimônio comum da humanidade representado pela filosofia grega e pelo direito romano clássicos, pelos princípios éticos, morais e religiosos do judaísmo, do cristianismo e de outras denominações religiosas que se orientam para o Bem, a Justiça e a realização integral do ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus, não se pejam seus seguidores de falsearem sempre a verdade para atingir seus objetivos, para justificar ou mascarar os mais cruéis feitos. Como no Massacre de Katyn, quando 15.000 oficiais poloneses tomados prisioneiros no início da Segunda Grande Guerra, depois da invasão dupla do seu país, pelos alemães a oeste e pelos soviéticos a leste, foram assassinados na floresta desse nome pela polícia secreta stalinista (NKVD), que depois atribuiu o macabro e hediondo crime aos então comparsas e aliados da Gestapo nazista.
No caso brasileiro, não foi diferente. Afastados do governo e derrotados no seu propósito de transformar o Brasil numa “república socialista”, os seguidores das linhas chinesa, cubana e trotkysta do comunismo passaram `a luta armada, com seus numerosos grupos e tendências, cujos líderes foram treinados no exterior (Cuba, China, Alemanha Oriental, Albânia, Tchecoslováquia...) para esse fim, engajados em ações de terrorismo e guerrilha, com assaltos (“expropriações”), atentados a bomba, sequestros, assassinatos e ”justiçamentos“ dos próprios companheiros nos quais haviam perdido a confiança, nas cidades e no campo, sempre visando `a implantação do jugo comunista. Estabelecida a anistia, por iniciativa dos Generais- Presidentes dos dois últimos governos militares, que buscavam a pacificação nacional segundo o exemplo histórico do Duque de Caxias, puderam antigos guerrilheiros e terroristas, que se haviam exilado, sido trocados por diplomatas estrangeiros sequestrados pela guerrilha, ou mesmo fugido do Brasil, retornar ao País, voltar à vida e às atividades normais, (re)ingressar na vida política, muitos dos quais ascendendo democraticamente, pelo voto cujo usufruto certamente negariam a adversários e inimigos se poder fossem, aos mais altos postos do Executivo e do Legislativo.
No terceiro movimento pela conquista do Brasil, a partir de 1990, mas com ênfase, eficiência e resultados cada vez maiores de 1994 a 2002 e, principalmente, desde 2003 até os dias atuais, os seguidores do comunismo passaram a utilizar-se dos princípios, métodos e conceitos de Antonio Gramsci, o teórico do eurocomunismo e das ações para paulatina, permanente e sutil modificação do senso comum, do espírito crítico, dos valores das sociedades-alvo, levando-as a perder a vontade, a virtude, o espírito, a fortaleza, para mais facilmente serem dominadas. Utilizando-se primorosamente da propaganda, da mentira e dos meios de comunicação social, das cátedras e dos púlpitos, de todos os meios de convencimento e persuasão, infiltrados convenientemente e numa expressão sequer imaginada por Goebbels, o mestre nazista do engano.
Daí as programadas destruição e desmoralização de tudo o que é bom no País, da saúde, da educação, da segurança, do saneamento, da infraestrutura estratégica (energia, transporte e comunicações), da capacidade militar e de defesa da Nação, da ética, da moral, do espírito e da alma nacionais. Através do aparelhamento do Estado, da aliança estratégica com todos os segmentos podres da política brasileira, de todos os partidos, da desenfreada corrupção que se alastra como câncer maldito, da abulia, da indiferença, da insensibilidade para reagir injetadas nas gentes e em suas lideranças pela perversão DA PROPAGANDA OFICIAL E DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, NOTADAMENTE A TELEVISÃO, COM SEUS REALITY-SHOWS E NOVELAS IMORAIS/AMORAIS E PROGRAMAS NOTICIOSOS SENSACIONALISTAS E EUFÓRICAMENTE EXIBIDORES E PROPAGANDISTAS DE TODAS AS MAZELAS, CRIMES E TRAGÉDIAS NACIONAIS E ESTRANGEIRAS, QUE INVADE OS LARES SEM CONTROLE, EM TODOS OS HORÁRIOS. Assim, vulgarizadas, difundidas e transformadas em modelos a serem imitados todas as torpezas, vilanias e atitudes reprováveis, vão sendo as gerações mais novas, o futuro, desde a infância e por toda a juventude, contaminadas e modificadas para pior em seus valores, metas, objetivos, comportamentos e aspirações. O nihilismo, o egoísmo, a alienação são a triste tônica da época, a que se somam a crescente criminalidade e o flagelo generalizado das drogas, mal e mal combatidos, quando não tolerados ou incentivados, também para fins político-subversivos.
Seguindo o modelo do PCUS, o “partido dos trabalhadores e camponeses da União Soviética”, entronizou-se entre nós o grupamento político que visa à conquista permanente do poder e à transformação do Brasil numa terra de escravos, subjugada e sem esperança, sob a liderança dos candidatos a stalins tupiniquins. Sua ação, facilitada pelo acesso ao governo, tem obtido sucesso até agora, pela paulatina e constante desmoralização do Legislativo, transformado em balcão de negócios pelo emprego de recursos desviados do Erário para corromper os legisladores menos virtuosos, em impressionantemente grande número existentes. Extremamente preocupante, também, tem sido a constância das nomeações de inspiração político-partidária para os mais altos níveis do Judiciário, poder fundamental para o equilíbrio da sociedade e para a primazia do Direito, da Justiça e da Ordem, mas a que se têm concedido vantagens, remuneratórias e de toda natureza, excepcionais e fora da realidade brasileira, como ao Legislativo, alimentando e inflando egos, vaidades e complexos de superioridade. O crescente predomínio do Executivo e de sua vontade sobre os demais poderes ameaça, sim, a persistência da democracia entre nós. O resultado do julgamento (finalmente!) do “mensalão”, previsto para os próximos meses, será decisivo para os rumos a serem seguidos pelo Brasil.
Desde 1990, também e de forma persistente, tem crescido o cerco contra as Forças Armadas, apequenadas em sua histórica, patriótica e moralizadora participação na Política Nacional, restringidas nos recursos bélicos para defender a Pátria, suas independência, soberania e integridade do Patrimônio Nacional, aviltadas na remuneração aos seus dedicados integrantes, que, nesse respeito, se viram crescentemente transformados em servidores de segunda classe do Estado. O resultado tem sido o afastamento prematuro da nobre carreira das armas por muitos, em busca de melhores condições de vida para as famílias, a renúncia dos jovens de melhores condições econômico-financeiras e sociais a ingressar nas escolas militares de formação, ao contrário do que era tão comum no passado. Juntem-se a isso as sistemáticas campanhas de descrédito e calúnias movidas contra as Forças Armadas e os militares, por inspiração também oficial, nos meios de comunicação sociais comprados pelas verbas oficiais de propaganda e por “perdões” espúrios de débitos fiscais, recrudescidas a cada vez que estouram escândalos envolvendo agentes do governo ou se revelam pesquisas públicas que mostram, apesar de tudo, como o povo respeita, aprecia e apoia seus militares, no seu trabalho heróico e diuturno, em todos os rincões do País, no nosso espaço aéreo e no mar, nos rios e nos lagos, não importa quão minguados e escassos os recursos disponíveis, de defender, engrandecer, aperfeiçoar e amar, sem reservas ou limitações, nossa idolatrada Pátria comum!
O revisionismo histórico em andamento, pelo predomínio de simpatizantes da esquerda radical nas editorias e centros de reportagem dos principais meios de comunicação e na orientação dos livros e textos destinados ao ensino, em seus diversos níveis, ajuda a criar e difundir versões da “estória do Brasil” que vão fazendo a cabeça do povo e da juventude estudantil, para que aceite a revolução em curso. A mensagem é basicamente de ódio, preconizando as divisões e a luta de classes em todos os segmentos da sociedade e em todas as atividades. Um alvo preferencial são sempre os militares e as Forças Armadas, com o emprego dos jargões conhecidos e repetidos sem parar de “ditadura militar”, “anos de chumbo”, “gorilas”, ”torturadores”, contra eles assacados de forma generalizada, irresponsável, mal intencionada e leviana, para rotular e tentar desmoralizar sua ação decisiva e patriótica em defesa da Nação ameaçada em passado recente, quando, estimulados pelo povo e a ele irmanados, derrotaram a avalanche vermelha que se aprestava para engolfar e dominar o País.
O projeto de “construir o “Brasil socialista”, numa constelação da “União das Repúblicas Socialistas da América Latina”, cujo embrião hoje inclui Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador, Argentina, Paraguai, segundo a orientação do Foro de São Paulo, que reeditou e atualizou a Organização Latino-Americana de Solidariedade –OLAS cubana dos 1960, é uma realidade. Governantes e líderes políticos do partido dominante não escondem admiração, apoio e respeito filial por Fidel Castro e o comunismo cubano, cujo modelo consideram ideal, em sucessivos pronunciamentos públicos e nas visitas de beija-mão a Havana. O partido no governo tem procurado manietar a imprensa livre, por diversas tentativas legislativas desde o primeiro período Lula, baldadas, felizmente. Tem mostrado seu vezo totalitário, infenso ao diálogo e à opinião contrária à sua, também pelo incentivo e apoio à ação destrutiva e invasiva do MST e similares, nas cidades e no campo. Um clímax dessa deletéria atuação foi registrado no sítio ao Clube Militar e nas ameaças e agressões aos seus sócios, que participavam do painel “1964 – A Verdade”, em 29 de março de 2012, pela horda truculenta de arruaceiros jovens, para isso especialmente convocados por figuras conspícuas e aliadas do governo.
Diante dessa realidade aqui focalizada, da crise e da ameaça mais sérias que já se apresentaram contra a democracia no Brasil, a paz social, a ordem e o progresso, a integração nacional, duas perguntas se impõem:
POR QUE OS GUERRILHEIROS E TERRORISTAS QUE PEGARAM EM ARMAS CONTRA O GOVERNO LEGAL NAS DÉCADAS DE 1960, 1970 E 1980 ESCONDEM QUE LUTAVAM PELA IMPLANTAÇÃO CRUENTA DO COMUNISMO NO BRASIL E SEMPRE ALEGAM, MENTIROSAMENTE, QUE ERAM “COMBATENTES PELA LIBERDADE E PELA DEMOCRACIA”?
ATÉ QUANDO A NAÇÃO BRASILEIRA E SEUS LÍDERES, CHEFES E COMANDANTES RESPONSÁVEIS APENAS ASSISTIRÃO AOS FATOS EXTREMAMENTE GRAVES QUE SE DESENROLAM, DE REPERCUSSÃO DECISIVA NO FUTURO DA PÁTRIA?
Confiemos em que Deus jamais desamparará o Brasil e não permitirá que o ódio suplante o Seu Amor entre nós, mas cada um dos patriotas terá de realizar sua parcela na construção do Bem e na defesa da Justiça. Como sinalizou Barroso, do mastro da Fragata “AMAZONAS”:
 
O BRASIL ESPERA QUE CADA UM CUMPRA O SEU DEVER!
 
Rio de Janeiro, RJ, 11 de junho de 2012, 147* Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo. 
 
“SUSTENTAR O FOGO QUE A VITÓRIA É NOSSA”.

Juventude que ousa lutar, constrói o poder popular!


            Nós possuímos suficiente experiência de vida para afirmarmos que já assistimos alguns filmes e sabemos o seu final.
            Há alguns anos atrás, alguns dirigentes de organizações então na ilegalidade, conduziram um grupo de jovens idealistas a uma aventura com final trágico. Parece que a história tende a se repetir.
            O título do texto remete a uma sentença escrita na camiseta de alguns jovens que hoje, dia 19 de junho de 2012, resolveram promover mais uma manifestação que eles chamam de escracho.
            Orientados(?) por alguns dirigentes mais experientes, conforme já demonstrado em vídeos postados no próprio site que mantém na internet, buscam constranger pessoas que alegam ter cumprido missões durante os anos de 1964 a 1985.
            Escolheram a cidade do Rio de Janeiro, em plena efervescência por conta da realização da Conferência Rio+20, pensando alcançar um espaço maior que a mídia habitualmente já lhes dispensa. O tiro saiu pela culatra. Por conta do sem número de manifestações que ocorrem na cidade, o espaço que lhes dispensaram foi mínimo.
            A montagem do espetáculo é sempre a mesma. A preparação antecipada inclui a convocação dos militantes, remunerados ou não, mera massa de manobra, alguns incitadores da massa e um pequeno, mas ativo, grupo dirigente. Cumprem uma disciplina quase militar e preparam-se com esmero. Possuem recursos. Confeccionam camisetas, cartazes, bandeiras, instrumentos de percussão, improvisados ou não, compram megafones, imprimem panfletos etc.
            Algumas das medidas acima foram facilitadas justamente pela realização da conferência Rio+20. A massa de manobra, por exemplo, foi constituída por militantes da Via Campesina, identificados por suas camisetas e bonés verdes, e por militantes do MST, identificados pela cor vermelha dos seus uniformes. Os dirigentes locais e forasteiros, também estavam disponíveis, alguns porque são profissionais, outros porque a greve das universidades e a realização da conferência propiciaram tempo e uma ótima área de acampamento localizada no campus Praia Vermelha da UFRJ.
            Talvez pela localização mencionada anteriormente o local e o alvo do “escracho” foi o bairro de Botafogo e um oficial da reserva do Exército Brasileiro que ali reside.
            A região da Rua Lauro Muller e adjacência guarda um quê de bucólico no burburinho da cidade do Rio de Janeiro. Um complexo de prédios com uma área comum de convivência entre eles. Por ali circulam os moradores; universitários estudantes das instituições de ensino público; militares das escolas IME, ECEME, EGN; funcionários públicos da DPNM e do CBPF; deficientes visuais e pessoas que buscam apoio especializado no Instituto Benjamin Constant; jovens adolescentes e crianças alunos de duas escolas, uma pública e uma particular; e pessoas que trabalham em uma torre de escritórios. Uma linha de ônibus faz a integração com a estação do metrô em Botafogo.
            Pois bem. A rotina de todas estas pessoas foi violentamente alterada na manhã de hoje. O simples direito de ir e vir foi-lhes cerceado. Crianças não puderam ir ou voltar da escola. Funcionários não puderam sair das suas repartições. Moradores não puderam sair ou chegar às suas casas. Tomaram-lhes a única rua de acesso ao seu recanto. Tudo isto para que? Para constranger uma pessoa! Valendo-se de fontes de consulta comprometidas por um ranço ideológico revisionista acusavam um Oficial da Reserva do Exército, morador de um dos prédios, de torturador.
            O panfleto distribuído durante o evento não permitia que se concluísse sobre qual a acusação pesava sobre o militar, em virtude da pobreza da qualidade do texto, posto que aparentemente ele precisaria ter o dom da ubiquidade para estar prestando serviços em diferentes unidades localizadas em municípios distintos ao mesmo tempo.
            De qualquer forma os incitadores gritavam palavras de ordem, discursavam, faziam chamada nominal das supostas vítimas e identificavam com uma grande faixa colocada em frente à portaria principal do prédio o  nome do militar e o número da sua unidade habitacional.
            A Polícia Militar  e a Guarda Municipal, presentes ao evento, demonstraram uma postura profissional. Aparentemente a manifestação estava autorizada pelas autoridades competentes e eles se limitaram a manter a incolumidade das pessoas e a preservação dos bens materiais. Entretanto, as pessoas, moradoras ou não, que precisavam transitar pela área eram gentilmente impedidas pelos policiais de fazê-lo. Só os manifestantes possuíam plena liberdade!
            O presidente da associação dos moradores estava absolutamente constrangido. Em primeiro lugar porque a associação é uma das mais antigas e atuantes da cidade, tendo como seu fundador e incentivador um oficial do Exército. Em segundo lugar porque o militar constrangido pela manifestação é partícipe com atuação destacada na associação; ele e a família há muito tempo ali residem.
            Para encerrar, volto ao título proposto pelos jovens em suas camisetas: será que eles fazem alguma ideia do que eles querem? O que será exatamente um poder popular? Será ousada uma luta baseada em palavras de ordem e chavões gritados à exaustão em megafones? As restrições e o constrangimento impostos às pessoas será que é o que pretendem para o futuro do país? Será que têm alguma noção de como estão manipulando pessoas simples do campo? Será que percebem que estão sendo instrumento e massa de manobra para os que os comandam?
            A pergunta final que deixo é: a sociedade brasileira vai assistir inerte a tudo isto? Até quando?
            Marco A. E. Balbi

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dou-me o Direito de Discordar

por Paulo Roberto de Almeida
 
A presidente Dilma Rousseff empossou nesta quarta-feira, em Brasília, os sete integrantes da Comissão Nacional da Verdade, grupo de trabalho que irá apurar violações de direitos humanos durante a ditadura militar, entre os anos de 1946 e 1988. Com voz embargada, a presidente negou que o colegiado busque “revanchismo” ou a possibilidade de “reescrever a história”. Ex-integrante da organização clandestina VAR-Palmares, a presidente se emocionou ao relembrar os “sacrifícios humanos irreparáveis” daqueles que lutaram pela redemocratização do país...
peço licença para discordar.
Como ex-integrante de dois desses grupos que alinharam contra o regime militar, no final dos anos 1960 e início dos 1970, posso dizer, com pleno conhecimento de causa, que nenhum de nós estava lutando para trazer o Brasil de volta para uma "democracia burguesa", que desprezávamos.
O que queríamos, mesmo, era uma democracia "popular", ou proletária, mas poucos na linha da URSS, por nós julgada muito "burocrática" e já um tantinho esclerosada.
O que queríamos mesmo, a maioria, era um regime à la cubana, no Brasil, embora alguns preferissem o modelo maoista, ainda mais revolucionário.
Os soviéticos - e seus servidores no Brasil, o pessoal do Partidão - eram considerados reformistas incuráveis, e nós pretendíamos um regime revolucionário, que, inevitavelmente, começaria fuzilando burgueses e latifundiários. Éramos consequentes com os nossos propósitos.
Sinto muito contradizer quem de direito, mas sendo absolutamente sincero, era isso mesmo que todos os desses movimentos, queríamos.
Essa conversa de democracia é para não ficar muito mal no julgamento da história.
Estávamos equivocados, e eu reconheço isso. Posso até dar o direito a outros de não reconhecerem e não fazerem autocrítica, por exemplo, dizer que nós provocamos, sim provocamos, o endurecimento do regime militar, quando os ataques da guerrilha urbana começaram. Isso é um fato.
Enfim, tem gente que pode até querer esconder isso.
Mas eles não têm o direito de deformar a história ou mentir..
Paulo Roberto de Almeida
 é sociólogo e diplomata

OS OBJETIVOS DA COMISSÃO DA VERDADE

OS OBJETIVOS DA COMISSÃO DA VERDADE - Luis Nassif -
 sábado, 26 de maio de 2012
Luis Nassif
 
A Comissão da Verdade NUNCA foi uma demanda da sociedade brasileira, que tem outras e muito mais reais preocupações, conforme pesquisa conduzida pelo próprio Governo através do IPEA. A população brasileira tem como primeira preocupação a violência de que é vítima nas ruas, nas casas, nas escolas, nos latrocínios, nos arrastões, violência essa que parece não incomodar a mínima a esquerda que no seu subconsciente acha que o assaltante é ao final um coitadinho que apenas está fazendo justiça social.
A Comissão da Verdade é um PROJETO político da esquerda radical, que não está nem aí para as famílias das vítimas, usadas como cobertura do projeto e sim com o CAPITAL POLITICO que pretende gerar com essa Comissão, emparedando as Forças Armadas para ao final enfraquecê-las.
Os governos pós-regime militar não se arriscaram com esse projeto, nem o próprio Lula se entusiasmou com a instalação dessa comissão, o atual Governo, não obstante o equilíbrio e a sensatez da Presidente Dilma, pareceu sem forças para resistir a essa investida da esquerda radical e tentou minimizar a pressão com a indicação de dois nomes mais centrados, José Carlos Dias e Gilson Dipp, o que de imediato gerou protestos dos radicais, que queriam uma Comissão 100% esquerdizante.
O custo político para o Governo será alto.
 No meio militar não há ilusões quanto às reais intenções dos “pais” dessa Comissão, especialmente do seu obvio “líder”, Paulo Sérgio Pinheiro, o mesmo que operou, de dentro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, onde era Vice-Presidente, a montagem do processo originário de uma denúncia de parente de guerrilheiro do Araguaia, apresentada em 2009 que evoluiu para um processo de condenação do Brasil na Corte de São Jose. Paulo Sérgio Pinheiro, um típico esquerda de salão de nível internacional, é determinado, preparado, bem conectado e tem um projeto definido, conhece como ninguém os bastidores desse movimento internacional de direitos humanos aparentemente neutro, mas na realidade cabeça de ponte de objetivos muito mais altos.
 Em um momento que o Estado brasileiro deveria dar a partida para um grande projeto de 'upgrade' de suas Forças Armadas, para elevá-las ao nível de importância do Brasil na ordem global, considerando que o Brasil está MUITO ABAIXO dos outros BRICs no potencial militar, neste momento crucial o Estado brasileiro se dá ao luxo de desprestigiar ao máximo suas Forças Armadas ao colocá-las no banco dos réus como se marginais fossem, detonando um capital vital para a operação militar, qual seja o prestígio e o apoio que o Estado dá à sua Instituição Militar.
Os outros grandes emergentes, a Rússia, a China e a Índia jamais cairiam nessa armadilha e suas Forças Armadas, se fosse possível um ranking de violência, fariam as nossas serem inocentes escoteiros, mas nenhum desses grandes Estados cogitou de colocar suas forças armadas como rés de um processo público de desmoralização avalizada pelo Estado.
Não venham com o exemplo do Chile. As Forças Armadas chilenas são a instituição mais forte do País até hoje, as forças mais bem equipadas da America Latina, não houve nenhum processo de julgamento da Instituição Militar chilena, cujo currículo de violação de direitos humanos é infinitamente mais pesado do que se acusam as do Brasil e olhe que o Chile em população é menos de um décimo da que é o Brasil. A Instituição Militar chilena manteve toda sua estrutura intacta, sua participação no Orçamento é vinculada à arrecadação, nunca tiveram falta de verbas ou sucateamento.
 Os processos de saída dos regimes militares argentino, chileno e uruguaio foram completamente diferente do brasileiro, suas anistias foram auto-concedidas e não negociadas e se referiram apenas ao lado militar e não aos seus adversários, portanto comparar os processos é uma fraude intencional.
 Como diria o Príncipe de Talleurand, esse projeto mais que um crime, é um erro e o Brasil nada ganha com ele. O resultado de Forças Armadas desmoralizadas é que no futuro os jovens não mais verão na carreira militar um atrativo, ninguém quer atrelar seu futuro a uma Instituição enfraquecida, tampouco um jovem vai fazer sacrifícios em favor de uma corporação desmoralizada, um País das dimensões do Brasil fará uma loucura em tornar dispensável uma das mais importantes Instituições que formaram o País através de séculos de História.
 NOTA: Esses objetivos estão sendo ignorados pelos nossos CHEFES MILITARES, que preferem manter suas funções, porém, quando acordarem e quiserem reagir será tarde demais: as FORÇAS ARMADAS estarão desmoralizadas e desacreditadas e ninguém desejará ingressar nas mesmas... A profissão militar se tornará uma profissão de 3ª classe... QUEM VIVER VERÁ!

Catilinárias brasílicas

Jornal do BrasilSérgio Paulo Muniz Costa 
Quando o cadete Márcio Lapoente da Silveira faleceu, em decorrência das atividades de instrução especial daAcademia Militar das Agulhas Negras (Aman), em 9 de outubro de 1990, ele se preparava para se tornar um oficial combatente do Exército brasileiro, submetido voluntariamente, jamais como um “recruta”, às duras condições requeridas para tanto. Não seria a primeira nem a última vez que integrantes das Forças Armadas brasileiras ultrapassaram os seus limites, caracterizando perdas duplamente trágicas de vidas humanas e de homens desse valor, não em combate mas na sua mera imitação.
Mas a tragédia do cadete Lapoente virou desastre nacional com a atuação do governo brasileiro junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA, que acolheu a denúncia correspondente como o caso de número 12.674. A despeito do andamento regular das medidas legais cabíveis para a apuração das responsabilidades e de a ação judicial de compensação por danos morais e materiais continuar tramitando na Justiça, o governo, em dezembro passado, apressou-se em celebrar “um acordo de solução amistosa”, que impõe uma cerimônia na Aman durante a qual será inaugurada uma placa em homenagem aos cadetes falecidos nas atividades de instrução, mencionando o acordo relativo ao cadete Lapoente.
Vale dizer que esse desastre não foi causado pela CIDH, um órgão da OEA, que não vai além das admissibilidades quando se trata de Estados Unidos, cujas decisões, segundo seu próprio secretário-geral, não passam de recomendações aos países-membro, mas que não se peja em “condenar” governos pela Latinoamérica afora nos mais diversos temas: de hidrelétricas a presídios. Bem, nem todos: o caso do assassinato de Celso Daniel foi arquivado. O desastre se consuma no patrocínio governamental a uma decisão que atropela a Justiça e as Forças Armadas nacionais sujeitando-as a uma instância estranha à soberania do Brasil.  Perversamente, os termos e o alcance do malsinado acordo vinculam acidentes de instrução ocorridos nas mais diversas circunstâncias ao acontecido com o cadete Lapoente. Afinal, era preciso encontrar uma justificativa para “ampliar o ensino de direitos humanos no currículo de formação militar”, depois que a mentira da tortura como causa da morte do cadete Lapoente plantada no  artigo 63 do Relatório 78 da CIDH, de 16 de outubro de 2008, não teve fôlego para chegar sequer ao texto do acordo.
Até quando os radicais incrustrados no governo abusarão da sociedade gerando tensões e afrontamentos que ela não deseja? Até quando se ocultará que o alvo da propalada verdade unilateral só tem o nome e o endereço do Exército brasileiro?
A questão é saber até quando a nação vai fazer de conta que isso não lhe diz respeito.
 * Sérgio Paulo Muniz Costa, historiador, foi delegado do Brasil na Junta Interamericana de Defesa em Washington, órgão de assessoria da OEA para segurança e defesa do Hemisfério