Continencia

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Caserna

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Amor incondicional!


O amor incondicional de um pai, a criatividade, a compaixão e a solidariedade de uma Juíza Federal e a compreensão do sistema financeiro (CEF) e seus advogados e, acima de tudo, a presença de Deus.


E para quem gosta de DIREITO, reflita sobre a diferença entre direito e justiça

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ELES CRIAM 1.150 LEIS POR DIA PARA INFERNIZAR A NOSSA VIDA!

ATENÇÃO, LEITORES! ELES CRIAM 1.150 LEIS POR DIA PARA INFERNIZAR A NOSSA VIDA E NOS TORNAR MAIS IMPRODUTIVOS, MENOS FELIZES, MAIS POBRES E MENOS INTELIGENTES

Na capa da VEJA desta semana, há um brasileiro com cara de poucos amigos e o título: “Não dá mais!” Imagem e texto remetem a uma reportagem de Gabriela Carelli e Alexandre Salvador que trata da fúria legiferante que há no país PARA ATRAPALHAR A VIDA DE QUEM TRABALHA E PRODUZ: NÓS!!! Há um número de estarrecer: nas últimas duas décadas, foram criadas 4,2 milhões de leis, portarias, resoluções etc. Quer fazer a conta, leitor amigo? Foram nada menos de 1.150,68 disposições legais POR DIA — e isso sem descontar sábados, domingos e feriados. Nessa perspectiva, convenham, chega a ser positivo que os nossos parlamentares costumem trabalhar apenas de segunda a quarta… Daqui a pouco, seremos obrigados a pedir que o governo “trabalhe” menos para que nós, as suas vítimas, possamos render mais.
Reproduzo um trecho da reportagem (leia integra na edição imprensa). Volto em seguida:O Brasil vem acenando o passo com a modernidade em diversas esferas da vida nacional. Existem ilhas de excelência na iniciativa privada e bem-sucedidas experiências de gestão pública em muitos estados da federação. Mas o coração da máquina legal que rege as relações produtivas no Brasil ainda é um aparato pombalino, arcaico, complexo e totalmente inadequado para os desafios propostos aos brasileiros neste século XXI. O Brasil tem leis demais, lavradas em linguagem rebuscada demais, o que deixa dúvida sobre sua interpretação. Essas leis se embaralham acima com artigos da Constituição, que sofre dos mesmos pecados, e abaixo com um cipoal de portarias e resoluções que brotam como erva daninha todos os dias.
O resultado de tantas leis é um emaranhado jurídico que, em vez de promover o funcionamento das instituições, tem o efeito contrário, de provocar o caos, o estado semisselvagem das sociedades sem lei. Esta reportagem mostra como o excesso de ordenações jurídicas em todos os níveis é um atraso para o Brasil ao entronizar a burocracia como um fim em si mesmo. Não é apenas o excesso de leis que atrapalha, são os absurdos que saem da cabeça do legislador brasileiro. Enquanto isso, leis que realmente ajudariam a fazer do Brasil um país menos pesado para os brasileiros ficam paradas no Congresso Nacional. Alguns exemplos:- Por que parou a tramitação da lei de transpa¬rência que obriga o governo a divulgar a qualquer cidadão informações sobre a execução dos contra¬tos com empresas privadas?
- Por que não se vota logo a lei que determina a discriminação de quanto de imposto cada cidadão está pagando ao comprar um bem - seja uma bisnaga de pão, seja um automóvel?
- E a lei que disciplina as greves no setor público, onde anda?
Há anos as leis acima são empurradas com a barriga nas esferas federais e nunca são aprovadas. Enquanto isso, os textos ruins, pitorescos e absurdos saem como pão quente rumo às páginas dos diários oficiais e, logo, estarão sendo usados para atazanar pessoas, atravancar algum processo produtivo e tirar a eficiência geral da economia.
(…)


Voltei

Não há país desenvolvido como uma legislação que força o atraso. Abrir uma empresa no Brasil é um verdadeiro suplício. Mas o tormento é ainda maior quando se decide fechá-la. Num quadro que ocupa quatro páginas, a reportagem lembra algumas leis absurdas, que misturam estupidez, atraso ideológico e folclorização do subsdesenvolvimento. Cito algumas:
ALERTA CONTRA O CÂNCER NA CUECA E NA CALCINHAPROJETO DE LEI N° 261, DE 1999
Situação: aguarda votação na Câmara dos Deputados.

O que determina:
as calcinhas vendidas no país devem ter etiquetas recomendando exames de detecção de colo de útero, os sutiãs, de câncer de mama, e as cuecas, de câncer de próstata.
O absurdo: um exemplo típico do frenesi legislativo do Congresso, que cria leis que só servem para os deputados mostrarem serviço e atrapalham a vida dos cidadãos. Segundo os profissionais da saúde, a lei das etiquetas seria inútil, já que esse tipo de alerta só surte efeito em grandes campanhas de esclarecimento. Além disso, a lei representaria um enorme ônus para a indústria do vestuário. Uma etiqueta custa em média 30 centavos - incluindo gastos com estocagem, fixação nas roupas e impostos. No Brasil, vende-se hoje, anualmente, mais de l bilhão de peças íntimas. Portanto, a indústria teria de desembolsar 300 milhões de reais extras por ano e o custo, evidentemente, seria repassado ao consumidor.
NOVO PADRÃO DE TOMADAS ELÉTRICASRESOLUÇÃO 11, DE 2006, DO CONMETRO
Situação: em vigor.

O que determina:
os aparelhos de uso doméstico, fabricados no Brasil ou importados, têm de ser equipados com um novo tipo de plugue, de dois ou três pinos e formato diferente do de qualquer outro no mundo.
O absurdo:
o mais simples e eficaz seria adotar o modelo americano, que se espalhou pelo planeta e equipa todos os aparelhos importados. Mas a idéia foi enlouquecer os brasileiros e nos obrigar a usar uma tomada “jabuticaba”, que só existe aqui. A substituição de todas as tomadas de uma casa de tamanho médio custa 400 reais. O terceiro pino, o do fio terra, é inútil em casas antigas sem aterramento. O Inmetro recomenda que se levem os aparelhos antigos a um eletricista para a troca de plugues. Mais chateação.
ENSINO DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NAS ESCOLASLEI FEDERAL N° 11684, DE 2008
Situação: em vigor.

O que determina:
torna obrigatórias as disciplinas de filosofia e sociologia nas três séries do ensino médio em todas as escolas do Brasil.
O absurdo:
os brasileiros figuram nas piores colocações em disciplinas como ciência, matemática e leitura, no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos. Em vez de empreender um esforço para melhorar o quadro lastimável da educação brasileira, o governo se empenha em tornar obrigatórias disciplinas que, na prática, só vão servir de vetor para aumentar a pregação ideológica de esquerda, que já beira a calamidade nas escolas. Uma das metas do currículo de sociologia no Acre é ensinar os alunos a produzir regimentos internos para sindicatos.
INCENTIVO AO PORTUGUÊS ERRADOPARÂMETRO CURRICULAR NACIONAL DE 1997, DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Situação: em vigor.

O que determina:
os professores não devem corrigir a maneira de falar dos estudantes.
O absurdo:
o documento está ancorado em uma ideologia segundo a qual distinguir o certo do errado no ensino do idioma é “preconceito lingüístico”. Diz o texto: “A escola precisa livrar-se do mito de que existe uma única forma de falar. É descabido treinar o uso formal da língua na sala de aula”. Descabido é formar crianças que serão preteridas no mercado de trabalho por não saber usar corretamente o idioma.
Voltei
 
Vejam na edição imprensa da revista muitos outros exemplos escandalosos e o mal que isso faz ao país. Aos poucos, movidos por legítima indignação, os brasileiros têm ido às ruas, num movimento ainda tímido e incipiente, para protestar contra a corrupção, que é, sem dúvida, uma espécie de mãe de todos os males. Não há outro caminho a não ser deixar claro aos políticos que as instituições e o aparato legal têm de existir para que possamos viver melhor, com mais dignidade, num ambiente de liberdade, para criar e empreender.
Leiam a reportagem na íntegra. Antes de mais nada, ela serve como um instrumento de educação cívica. Infelizmente, o estado brasileiro e seus agentes parecem determinados a fazer o contrário daquela que é a sua missão. Por isso é preciso que a gente lhes diga: “NÃO, VOCÊS NÃO PODEM!”
Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O CHEFE: O Livro Proibido de Ivo Patarra


O jornalista Ivo Patarra levou 'O Chefe' a duas editoras, que recusaram a publicação do livro.
O livro sobre as falcatruas do Lula, que foi proibido está disponível para leitura na Internet.
DIVULGUEM ESTE LIVRO SEM RESTRIÇÃO 
O livro que compila todos os escândalos do desastroso governo Lula, não conseguiu ser publicado!!!
JÁ QUE TODOS SE NEGARAM A PUBLICÁ-LO !!!
O AUTOR O COLOCA GRÁTIS NA INTERNET
PARA LER E BAIXAR O LIVRO ACESSE:

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Desabafo de um Engenheiro Agrônomo!

Por *Eng° Agrônomo Fernando Sampaio

Imagine-se um hipotético indivíduo que doravante chamaremos de Sr. Oliveira.
O Sr. Oliveira é um homem comum. É um pai de família.
Habita uma região metropolitana que poderia ser São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte ou Recife ou alguma outra grande cidade.

Tem um emprego em uma instituição financeira, ou em uma revendedora de peças por exemplo.

Pertence àquela classe média ligeira, que além de trabalhar 4 meses por ano de graça para o governo esforça-se para pagar as contas de aluguel, escola, natação e inglês dos filhos, plano de saúde, o guarda da rua e outros pormenores no fim do mês.

O Sr. Oliveira levanta-se de manhã e veste-se com roupas de algodão, algodão esse crescido nos campos de Chapadão do Sul( MS), Campo Novo dos Parecis(MT) e processado em Blumenau, SC.

Talvez esteja um pouco frio e ele use um pulôver de lã de carneiros criados em Pelotas, RS e fabricado em Americana, SP.

Calça seus sapatos de couro vindo de bois do Mato Grosso, e fabricados em Novo Hamburgo, RS.

Ele toma café da manhã, com ovos vindos de Bastos, SP, leite de uma cooperativa do Rio de Janeiro, broa de milho colhido em Londrina, PR, um mamão vindo do Espírito Santo, suco de laranja de Araraquara, SP e um cafezinho vindo direto de São Lourenço, MG.Ele lê um jornal, impresso em papel feito de eucalipto crescido emTrês Lagoas, MS.

O Sr. Oliveira entra em seu carro, abastecido com álcool de cana de açúcar produzida em Piracicaba, SP, com pneus de borracha saída dos seringais de São José do Rio Preto, SP.

Enquanto ele vai ao trabalho, a Sra. Oliveira vai às compras nos supermercados do bairro, sempre pesquisando os melhores preços das frutas, das verduras e da carne para não apertar o orçamento familiar.

No almoço, o Sr. Oliveira come um filé de frango criado no Paraná, alimentado com soja e milho de Goiás e de Mato Grosso, com molho de tomate de Goiás.

Tem arroz do Rio Grande do Sul, feijão dos pivôs do oeste baiano. Tem salada das hortas de Mogi das Cruzes, SP. Suco de uvas do Vale do São Francisco e de sobremesa goiabada feita com goiabas de Valinhos, SP e açúcar de Ribeirão Preto, SP, e queijo de Uberlândia, MG.
Outro cafezinho dessa vez da Bahia.
Hoje a noite é de comemoração. Sua empresa fez um corte de pessoal, mas felizmente o Sr. Oliveira manteve o emprego. Ele leva a esposa jantar fora. Vinho do Vale dos Vinhedos gaúcho. Presuntos e frios de porco criado em Santa Catarina, alimentado com soja paranaense, filet mignon de bois criados no Sul do Pará. Chocolate produzido com cacau do sul da Bahia. E outro café de Minas, adoçado com açúcar pernambucano.

O Sr. Oliveira é um homem razoavelmente informado e inteligente. No dia seguinte ele lerá os jornais novamente.

Pelos jornais ele ficará sabendo que há conflitos em terras indígenas recentemente demarcadas e fazendeiros cujas famílias foram incentivadas a ocupar aquelas terras há décadas atrás.

Pelos jornais ele ficará sabendo que a pecuária é a maior poluidora do país (embora ele mesmo tenha o sonho de um dia abandonar a cidade poluída e viver no campo por uma qualidade de vida melhor).

Pelos jornais ele tem notícias de invasões de terras, de conflitos agrários, de saques e estradas bloqueadas (o Sr. Oliveira é a favor da reforma agrária, embora repudie a violência).

Pelos jornais ele toma conhecimento de ações do Ministério Público contra empresas do agronegócio (ele não entende que mal há em empresas que ganham dinheiro).

Pelos jornais ele acha que a Amazônia está sendo desmatada por plantadores de soja e criadores de boi..
Mas o Sr. Oliveira pensa que isso não tem nada a ver com ele.
Pois eu gostaria de agarrá-lo pela orelha, e gritar bem alto, de megafone talvez, não um, nem dez, mas mil megafones que TUDO ISSO É PROBLEMA DELE SIM!

-Gostaria de lhe dizer que a agropecuária está presente em todos os dias da vida dele, e que o agronegócio gera um terço do PIB e dos empregos do país.
- Gostaria de lhe dizer que quem diz que a pecuária polui mente descaradamente.

-Gostaria de lhe dizer que o maior desmatador da Amazônia é o INCRA, que com o dinheiro dos impostos dele sustenta assentamentos que não produzem absolutamente nada, condenando uma multidão de miseráveis manipulados por canalhas balizados por uma ideologia assassina à eterna assistência do Estado.

-Gostaria de lhe dizer que estes mesmos canalhas estão tentando, sob a palatável desculpa dos direitos humanos, acabar com o direito de propriedade, arruinando qualquer futuro para o agronegócio brasileiro.

-Gostaria de lhe dizer, que os mesmos canalhas querem fechar índios, que há 5 séculos estão em contato com brancos, em gigantescos zoológicos onde eles estarão condenados à miséria e ao suicídio.

-Gostaria de lhe dizer que índios são 0,5% da população brasileira e não obstante são donos de 13% do país.

-Gostaria de lhe dizer que querem transformar 2/3 do país em reservas e parque que estão sendo demarcados sobre importantes reservas minerais e aqüíferos subterrâneos essenciais para o futuro do país.

-Gostaria de lhe dizer que a agricultura ocupa apenas 7,5% da superfície do país, e que mesmo assim somos os maiores exportadores do mundo de carne, soja, café, açúcar, suco de laranja e inúmeros outros produtos.

-Gostaria de lhe dizer que podemos dobrar ou triplicar a produção pecuária do país sem derrubar uma árvore sequer.

-Gostaria de lhe dizer que produtores rurais não são a espécie arrogante e retrógrada que os canalhas dizem que são.

- São gente que está vivendo em lugares onde você não se animaria a viver, transitando por estradas intransitáveis e mortais, acordando nas madrugadas para ver nascer um animal, rezando para chover na hora
de plantar e para parar de chover na hora de colher, com um contato e um conhecimento da natureza muito maior do que o seu.

São gente cujos antepassados foram enviados às fronteiras desse país para garantir que esse território fosse nosso, incentivada a abrir a mata, abrir estradas, plantar e colher, às vezes por causa do governo, às vezes apesar dele.

-Gostaria enfim de gritar a plenos pulmões, que qualquer problema que afete um produtor rural, uma empresa rural, uma agroindústria É UM PROBLEMA DELE, DO PAÍS E DO MUNDO.

-Sim, porque no mesmo jornal que o Sr. Oliveira leu, há uma nota de rodapé que diz que há 1 bilhão de pessoas no mundo passando fome.
-E grito finalmente para o Sr. Oliveira e tantos outros iguais a ele:
ABRA OS OLHOS!
Desconfie daqueles que querem transformar o agronegócio em uma atividade criminosa.
 
*Associaçao de Engenheiros Agronomos de Mato Grosso

A FAB Rumo ao Nada!

EDITORIAL DefesaNet

A Presidente(a) Dilma Rousseff em contato com o Presidente Francês Nicolas Sarkozy, afirmou que o Programa F-X2 “pode” ser retomado em 2012, se...... . As reticências agora são relacionadas ao fato de a crise não atingir o Brasil, na forma que o governo brasileiro espera.
Esta posição certamente também foi exposta ao Primeiro-Ministro Cameron (UK), interessado em vender equipamentos navais, e muitos outros que a procurem nesta gira por Nova York, com o intuito de oferecer equipamentos de defesa. E é lógico no próprio anfitrião, Presidente Obama, com o seu Hornet, navios, veículos blindados, satélites, etc.
Em 02 Janeiro 2003, o então presidente Luiz Ignácio, cancelou o Programa F-X em favor do Fome Zero.
O Programa foi retomado e para ser definitivamente cancelado em Fevereiro de 2005.
Em 2008, ao custo do esforço pessoal do então e atual Comandante da FAB, Brigadeiro Juniti Saito, o Programa, agora batizado de F-X2, foi relançado, para sofrer um “imbróglio” culinário diplomático em Setembro de 2009.
Precipitação francesa e indecisão brasileira levaram o Programa F-X2 a um terreno pantanoso, o qual está por dois anos.
A única nota que o governo brasileiro enviou aos finalistas da competição: o caça francês Dassault Rafale, o americano Boeing F/A-18 E/F Super Hornet e o sueco SAAB Gripen NG, foi o de estenderem a suas ofertas, apresentadas em Outubro de 2009, até o fim de 2011.
O plano original previa as primeiras entregas serem iniciadas em 2014. No ano passado, em cerimônia na FIESP (outubro 2010) o Brigadeiro Saito, mesmo sendo contestado veementemente pelos jornalistas presentes, afirmou que o plano de receber os primeiros caças era 2016.
Há uma data fatídica nesta equação. A data é hoje!
Em 2005, por convite especial do Brigadeiro Bueno, o editor de DefesaNet participou do briefing sobre os Mirage 2000C/D, aos pilotos do GDA. Na oportunidade o editor cumprimentou os pilotos e a Unidade por manterem o brio e élan, por mais de uma década, com caças cujos radares eram míopes e as turbinas sofriam de asma crônica. E cujos armamentos só causavam medo aos próprios pilotos e às equipes de terra.Pois bem, rapidamente voltamos ao mesmo estágio. Em 2014, atinge a vida útil dos Mirage 2000C/B. O GDA passará a ser progressivamente míope e manco.
É esta a realidade? Não ela é muito mais aterrorizadora, e só uma mídia amiga e cheia de mimos da Força tem omitido.
Os caças F-5EM-FM estão voando acima das horas estimadas acelerando o seu sucateamento de uma estrutura já envelhecida e cujos motores são uma roleta russa aos mecânicos pela surpresa se darão partida ou não.
O desânimo é crescente nas unidades de caça, e os pedidos de baixas avoluma-se. Melhor uma vida tranqüila como comandante de Boeing ou Airbus, do que sentado eternamente no Cassino de Oficiais, afogando a mágoa e o sentimento de impotência, em copos de 51.
No primeiro semestre o Comandante-Geral do COMGAR, Brigadeiro Burnier, estabeleceu uma estranha ordem. As unidade só poderiam voar 1.000 horas em todo o ano de 2011. Então teríamos cerca de 90 horas/mês por Esquadrão. Divida 90 por 15 a 20 pilotos por esquadrão, entre veteranos e novatos, mais a indisponibilidade técnica dos aviões teríamos um número insuficiente para manter um piloto de caça com o mínimo de proficiência operacional.
Homens como Brig Aprígio, Brig Burnier, Brig Saito e Brig Machado que levaram a FAB, com muito trabalho e perseverança, do “Desastre” da primeira CRUZEX (2002), a uma Força Crível em 2008, na Red Flag, e nas edições 2008 e 2010 da CRUZEX assistem impotentes os seus feitos esvaírem-se entre os dedos. Seus pilotos e equipes de apoio, cruzarem sem volta os portões dos esquadrões.
A FAB está no RUMO ao NADA.
É o que teremos. Felicitaremos os pilotos e equipes de terra por manterem o glamour de uma Força Aérea Brasileira ôca.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Os militares dão aula de democracia, especialmente às esquerdas!



A quantidade de bobagens que a petralhada é capaz de produzir é uma coisa formidável! Participei ontem do V Ciclo de Palestras de Comunicação Social do Comando Militar do Sudeste. “V”, entenderam? O evento acontece há cinco anos! É a terceira vez que estive lá: falei no de 2009 e recebi uma condecoração em 2010, o que muito me honra. Gosto de estar entre pessoas decentes, que seguem a Constituição e as leis. É inútil me procurar em marchas da maconha, por exemplo… “Palestra para militares, é? Estava tentando convencê-los a dar um golpe?”, provocou um bobalhão.
A ironia é tão cretina que talvez não merecesse estar aqui. Mas ela vem bem a calhar. Quis a evolução da vida política e social brasileira que o ambiente militar seja hoje mais pluralista e aberto à divergência do que as nossas universidades, especialmente as públicas, onde grupelhos se impõem pela força, pela violência, pela intimidação, silenciando o contraditário. Sabem o que isso significa? E reproduzo aqui a minha fala final no evento desta terça, parafraseando Talleyrand sobre os Bourbons: os militares podem não ter esquecido nada, mas aprenderam coisas novas; as esquerdas autoritárias não esqueceram nada, mas também não aprenderam nada,
Eu era apenas um dos convidados. Na segunda, falaram o chefe do Centro de Comunicação Social do Exército, o general Carlos Alberto Neiva Barcellos; o jornalista Carlos Nascimento, do SBT; o jornalista e escritor Laurentino Gomes e o presidente do Instituto Vladimir Herzog, Nemércio Nogueira. Na terça, além deste escriba, estiveram lá o publicitário José Luiz Martins; o vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Audálio Dantas, e o jornalista e comentarista esportivo Sílvio Luiz. Amanhã, se não houver mudança na programação, estão previstas as presenças de Felipe Bueno, diretor de jornalismo da Rádio Sulamérica Trânsito; Marcelo Rezende, jornalista da TV Record; Hans Donner, diretor de Arte da Rede Globo, e Sandra Annemberg, jornalista e apresentadora da Rede Globo; na quinta, Heródoto Barbeiro, jornalista e apresentador da Record News.
Como se nota, há profissionais de áreas distintas da imprensa e que não comungam na mesma igreja de pensamento. A platéia é formada por oficiais do Exército e por estudantes de várias faculdades de jornalismo. O genral Ademar da Costa Machado Filho, comandante militar do Sudeste, deu uma aula de espírito democrático e civilidade: “Eu costumo dizer, Reinaldo, que aqui não existe hierarquia para as idéias; a hierarquia existe e é aplicada quando tomamos uma decisão, mas eu costumo sempre ouvir a minha equipe”. Eis aí! Quem dera se pudesse respirar essa esfera nas universidades brasileiras, não é mesmo?
Sobre o que eu falei?O título da minha palestra é longo, quase uma dissertação, sugerido por mim, como ficará claro: “Pluralismo, na imprensa, não significa verdade relativa. A verdade segue sendo uma só”. Como o nome sugere, critiquei a grande confusão que se faz no jornalismo brasileiro hoje em dia entre “outro lado” e “outro-ladismo”. É evidente que pessoas que estejam sendo acusadas de um crime ou de um ato ilícito devem ser ouvidas para apresentar a sua versão. Isso não quer dizer, no entanto, que a verdade seja uma questão de ponto de vista. A gente pode até não conhecê-la, mas ela existe.
O “outro-ladismo” é a manifestação viciosa, perniciosa, do “outro lado”. Há um exemplo escancarado no dias que correm. Quantas reportagens vocês já leram em que Marina Silva aparece afirmando que a proposta de Aldo Rebelo para o novo Código Florestal anistia desmatadores? No fim do texto, na hipótese benigna, registra-se: “Rebelo nega”. Notem: se um diz a verdade, o outro mente. É simples assim. Que tal ler o que diz o documento? Ou há anistia ali ou não há. Não basta ao jornalista ouvir “um lado”, ouvir o “outro lado” e dar a coisa por encerrada. Quem ler o código vai constatar que ele NÃO PROPÕE A ANISTIA COISA NENHUMA! Também não aumenta o desmatamento, como dizem. É matéria de fato, não de gosto. E é uma obrigação do jornalista trabalhar com os fatos. Ou seja: Aldo não mente!
Foi um bate-papo proveitoso, divertido, com intervenções inteligentes dos estudantes e dos militares presentes. Chamam a atenção, em particular, a cultura, o bom humor e a conversa agradável de jovens oficiais, muito distantes do sectarismo rombudo e ignorante daquela meia-dúzia, que tem mais ou menos a mesma idade dos soldados, que costuma tiranizar as universidades brasileiras com suas idéias “revolucionárias” para o século… 19!
Saúdo, mais uma vez, o general Ademar. Estivesse ele numa das nossas tristes universidades, constataria que, por lá, se pratica o contrário do seu lema: as idéias é que têm hierarquia, e ela só não se mostra na hora de tomar decisões.
São os militares dando aula de democracia às nossas esquerdas.
Por Reinaldo Azevedo

BRASIL: Por que desgastam as Forças Armadas?

Por Luiz Eduardo da Rocha Paiva

O desgaste das Forças Armadas é uma ação da estratégia de neutralização das instituições democráticas para apoiar o permanente propósito de tomada do poder pela esquerda socialista radical. Aí está o Foro de São Paulo, que não esconde seu objetivo de implantar regimes socialistas na América do Sul. A participação de lideranças nacionais, particularmente do PT, e de autoridades da República nas reuniões e decisões tomadas no Foro deve servir de alerta aos verdadeiros democratas.

É ingenuidade acreditar, de imediato, na sinceridade de novas posturas adotadas pela liderança nacional, pois podem ser apenas um recuo tático após a reação da Nação às explícitas estratégias de superfortalecer o Poder Executivo, sendo um exemplo o Programa Nacional de Direitos Humanos-3.

Quem levou ao então presidente Lula o mencionado Programa, sem sugerir a alteração de nenhuma de suas propostas radicais de inspiração gramcista, foi a então ministra da Casa Civil, hoje presidente da República.

Assim, há que se estar atento para a manifestação da secretária de Direitos Humanos ao dizer que a Comissão da Verdade (CV) não pretende a punição de agentes do Estado que combateram a luta armada, mas apenas o conhecimento da verdade histórica. É uma posição que poderá ser revista, no futuro, com argumentos previsíveis como: “ante a gravidade dos crimes cometidos pela repressão, como apurados pela Comissão da Verdade, a sociedade civil exige a punição ---”. Na composição da CV, proposta no Projeto de Lei que a institui, há indícios de um trabalho faccioso e de satanização dos agentes do Estado. A campanha pela revisão da Lei de Anistia, ainda de forma velada, já está em andamento na imprensa escrita, TV, teatro e cinema, que cerceiam as versões diferentes das divulgadas pela esquerda sobre aquele período.

Pessoas de “cabeça feita” por mensagens massificadas, sobre as quais não fazem uma avaliação criteriosa, têm dificuldade de rebater determinados argumentos.

Anistia desconsidera o crime e a possibilidade de punição, não visa fazer justiça, mas pacificar. É um instrumento político e não jurídico, que permitiu reconciliar a Nação em momentos históricos onde era necessário pacificar o País, sem retrocessos, como na redemocratização em 1979. Se a anistia for revisada, este instrumento de pacificação perderá credibilidade e eficácia para a solução de futuros conflitos, com as consequências que podem ser facilmente deduzidas.

A Lei de Anistia deve ser avaliada, também, do ponto de vista moral, uma vez que o STF já decidiu quanto a sua abrangência e legalidade. Ela foi fruto de um processo legislativo com negociação aberta, o AI/5 estava revogado e começara a abertura política. Houve a participação da oposição, OAB, Igreja, artistas, imprensa, amplos setores nacionais e até ex-guerrilheiros. Não foi auto-anistia, como no Chile, Argentina e Uruguai, só para agentes do Estado, mas geral e irrestrita. O argumento de que o Estado não pode anistiar seus agentes não se sustenta, pois anistia é instrumento político e não jurídico e pode-se citar o exemplo da anistia na África do Sul.

É um primarismo dizer que a Lei não vale por ser de um governo autoritário. O que seria da legislação de duas décadas – Previdência, INSS, FGTS, FUNRURAL – e dos tratados internacionais do Brasil? A esquerda radical participou, aceitou e por 30 anos nunca a contestou, mas agora, no poder, quer rever a Lei de forma unilateral, quebrando vergonhosamente um acordo nacional. Leis não se alteram ao sabor do momento e de interesses de grupos políticos organizados e mobilizados, que se assumem como “sociedade civil”, como se esta representasse a Nação. Mudanças assim trazem insegurança jurídica.

Torturas foram cometidas pelos dois lados. Não é justo condenar o torturador e absolver o terrorista, pois ambos adotam a insensibilidade da nem sempre aceitável máxima de que os fins justificam os meios. Porém, o torturador vê a sua vítima e sabe a quem está causando mal, enquanto o terrorista mata, fere e mutila indiscriminadamente cidadãos e cidadãs, crianças, idosos, grávidas e outros que nada têm a ver com sua guerra ideológica. E o que dizer do sequestrador, versão combinada de terrorista e torturador? Não cabe agora julgá-los nem conhecê-los, pois isso quebraria os fundamentos e princípios que regem uma anistia.

Argumentar que, assim como os guerrilheiros, sequestradores e terroristas de outrora ficaram conhecidos e pagaram por seus crimes, os torturadores deveriam ser apresentados para a condenação ao menos moral não se sustenta, pois nem todos os primeiros são conhecidos, nem todos pagaram por seus crimes e muitos foram libertados para salvar a vida de gente sequestrada. A Nação também não viu a face de todos que cometeram atentados, assaltos, sequestros e participaram de “tribunais de justiçamento” e execução de companheiros que abandonaram a luta armada. Que crimes planejaram e cometeram ex-guerrilheiros hoje em posições importantes? Serão eles ouvidos pela Comissão da Verdade? A História do Brasil, de seus conflitos e de períodos como a ditadura Vargas precisou de uma CV para ser conhecida ou bastou o trabalho de historiadores?

O Estado usou de violência legal contra grupos armados que tentavam tomar o poder pela força, atentando contra a lei, a ordem e as instituições. Não foi contra a população, como quer fazer crer a esquerda radical. Compreende-se o lamento das famílias dos mortos e desaparecidos da esquerda revolucionária, mas deve-se lamentar muito mais pelas famílias e vítimas das ações criminosas daqueles mortos e desaparecidos, pois muitas não sabem por que morreram ou ficaram mutiladas, não foram indenizadas ou recebem indenizações irrisórias. Do outro lado, guerrilheiros e terroristas sabiam muito bem dos riscos que corriam.

General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva é Professor emérito e ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O hímen complacente

Zero de surpresa na decisão da sexta turma do Superior Tribunal de Justiça de anular todas as provas colhidas durante quatro anos de trabalho pela Policia Federal contra membros da máfia do clã Sarney na Operação Boi Barrica, a mesma cuja impunidade esse mesmo tribunal tentou garantir antes impondo mais de dois anos de censura ao jornal O Estado de S. Paulo.
Zero de surpresa, igualmente, que diante da nova jurisprudência passada, uma sucia de advogados de porta de Congresso (porque jaz num passado esquecido os tempos em que porta de cadeia era onde os mais notórios picaretas da profissão colhiam os seus caraminguás mais fáceis) corram para esse lídimo templo da farsa judicial brasileira pedindo o mesmo benefício para as grandes estrelas do permanente reality showComo estou roubando o Brasil” que as nossas rádios e televisões exibem em sucessivas “temporadas” de impunidade e sucesso previamente garantidos.
Já entraram na fila, por enquanto, uma coleção de “excelências”, entre as quais figuram o ex-governador Jose Roberto Arruda, do Distrito Federal, que estrelou o brilhante episódio dos maços de dinheiro sendo sofregamente enfiados nas meias e cuecas; o ex-governador Pedro Paulo Dias, do Amapá de Sarney; o ex-secretário do Ministério do Turismo de Sarney, Frederico Silva Castro, aquele “Fred” gravado explicando a um “empresário” como criar uma ONG falsa para nos roubar em que “o importante é a fachada”, e ainda o ex-governador do Maranhão de Sarney, Jose Reinaldo Tavares, flagrado na Operação Navalha.
Alegam os “meritíssimos” juízes do nosso tribunal superior que as autorizações para essas escutas e filmagens, devidamente requeridas pela Polícia Federal e deferidas pelos juízes de primeira instância responsáveis por concedê-las, estão todas “viciadas”, cada uma pela sua razão específica que as ha para todos os gostos já manifestados e ainda por manifestar, ficando assim tudo que o Brasil inteiro viu e ouviu ao vivo e em cores esses meliantes praticando dado como não visto nem ouvido.
Alegam esses patriotas que seus perdões não são exatamente perdões, mas sim atos meritórios de democratas autênticos para proteger nosso direito à liberdade e a higidez da democracia brasileira.
E porque zero de surpresa com toda essa mixórdia?
Porque esta é a regra.
Porque esta tem sido a regra desde sempre. Porque este é o fundamento mole, flexível e inquebrável; o hímen complacente do “corporativismo” que os senhores feudais portugueses inventaram para, transferindo a guarda do poder de distribuir privilégios ao Judiciário, manter para sempre “virgens” os seus feudos desde que a primeira onda democrática que varreu o absolutismo monárquico da Europa chegou, já feita "marolinha", à ocidental praia lusitana.
Desde lá ela nos tem sido “cordialmente” imposta.
Ao contrário do que parece à primeira vista, ela não vale só para os Sarney. São “democráticos” e “republicanos” os nossos juízes. Eles vendem seus préstimos a qualquer um que puder pagar sem fazer discriminações de qualquer espécie.
Pois quem é que não sabe que mais de 80% de todos os casos levados a julgamento neste país – tratem da ignomínia que for – acabam sendo arquivados por “vício processual” desde que envolvam quem possa pagar por bons serviços advocatícios?
Quem é que não sabe, neste país dos três pês, em que só pobres, pretos e putas estão nas cadeias, que o excesso de formalismo que eles invocam como mecanismos de “garantia da democracia” e dos nossos “direitos individuais” não são outra coisa que a gazua com que se garantem o poder de decidir o processo que for segundo o agrado que se lhes faça ao bolso, sejam quais forem os fatos envolvidos e as provas apresentadas?
Quem é que não sabe neste país que as leis dúbias e incontáveis, a ausência de transparência, a palavrosidade desenfreada e o formalismo sem sentido que transformam qualquer processo judicial numa algaravia ilegível que requer tradutor juramentado para ser “interpretada” mas jamais compreendida pelas partes em litigio estão aí desde sempre para que a Justiça não se possa impor com o recurso à verdade e ao bom senso e tenha sempre de ser outorgada segundo o alvitre dos que montaram e zelam pela complexidade desse labirinto, acintosa de tão explícita nas suas intenções e propósitos?
Quem é que não sabe que num país onde há “excelências” de um lado e zés do outro; “meritíssimos” lá em cima e manés lá embaixo não pode haver democracia?
Não. O Brasil não tem cura antes de curar o seu sistema Judiciário. É de lá que tudo isso emana.
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Disciplina vence ideologia

José Maria e Silva 

Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio comprovam – aluno disciplinado consegue vencer até a imbecilizante ideologia do MEC e das universidades.

  Criado em 1998, durante a gestão do tucano Paulo Re­nato de Souza no Ministério da Educação, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi e continua sendo objeto de muitas críticas. A exemplo dos demais indicadores da educação, ele também não é visto como um metro confiável. Questiona-se sobretudo a sua capacidade de medir a qualidade das escolas, uma vez que seu objetivo é avaliar alunos. Mas, agora que saiu o resultado das médias obtidas pelas escolas brasileiras nas provas do Enem de 2010, a imprensa repete a mesma pauta de sempre – transforma o Enem numa listagem de escolas, em que as particulares sempre ganham das públicas. Obviamente.
Em Goiás, entre as 40 melhores escolas com participação de mais de 75% no Enem, apenas uma é pública – o Colégio Municipal Castro Alves, de Posse, que ficou em 11º lugar, com a média de 654,79 pontos. No Enem de 2009, segundo reportagem do jornal “O Popular” (edição de segunda-feira, 12), nenhuma escola pública goiana ficou entre as 20 melhores. E, a se crer em reportagem do Portal G1 (do mesmo dia), o feito da escola de Posse é quase um milagre. A escola, segundo seu diretor, não recebe os devidos investimentos do poder público e — que não nos ouça o Ministério Público — é salva pela ajuda financeira de sua associação de pais e mestres.

Diz a reportagem do G1, assinada por Humberta Carvalho, que a Escola Castro Alves tem 510 alunos e 30 alunos por sala. O laboratório de ciências está sucateado e o de informática só tem dez computadores. A área de lazer, segundo o diretor Luiz Bezerra da Costa Neto, “também deixa muito a desejar”. E, para completar as carências, os alunos do ensino médio, que fizeram a prova do Enem, têm aulas à noite. Mesmo assim, a escola municipal de Posse – que honra o nome de Castro Alves – obteve 591,33 pontos em linguagens; 613 em matemática; 635,72 em ciências humanas e 570,65 em ciências da natureza. Ficou com 602,67 pontos nas provas objetivas e 709 na redação, o que deu a média total de 654,79.

Abençoada carência


A universidade brasileira, em vez de ficar dizendo que não se pode comparar escolas com base no Enem, devia analisar casos do gênero com mais profundidade, pois é temerário para um indivíduo sozinho tentar fazê-lo. Isso é sempre trabalho para instituições. Mas arrisco-me a propor alguns pontos de reflexão, começando pela suposta carência dessa escola. Não está aí parte do segredo de seu sucesso? Se ela tivesse mais área de lazer não teria também mais vadiagem? Aposto que sim. Quadra de esporte em escola, por exemplo, além de local para o aluno fugir do estudo sério, costuma ser um celeiro de brigas por causa do futebol. A área de lazer, dependendo da localização da escola, pode virar boca de fumo.

E o que dizer do laboratório de informática com seus dez computadores para 510 alunos? Uma benção! – eu diria, parodiando os evangélicos pentecostais que transformam até terremoto em graça divina. Torço para que a Escola Municipal Castro Alves continue com esses dez computadores e, sobretudo, faço votos para que eles não tenham banda larga. Hoje, nas empresas, vejo mães e pais de família arriscando o próprio pão dos filhos por não conseguirem ficar longe das redes sociais nem no seu horário de trabalho. Mesmo assim, as nossas universidades panglossianas insistem em defender que o computador seja introduzido na vida das crianças desde o berço.

Pretendo escrever um artigo exclusivamente sobre este assunto, mas adianto que sou contra computador em escola. E digo isso com a autoridade de quem foi um dos primeiros jornalistas goianos a usar computador. Eu me informatizei antes mesmo que as próprias redações dos jornais goianos se informatizassem. Sou do tempo do paquidérmico PC-XT e da pré-histórica BBS (Bulletin Board System), avó da banda larga e mãe da internet discada. Passo boa parte do tempo em que estou acordado na frente da tela do computador, mas vejo os estragos que essa ferramenta pode causar na vida das pessoas. O computador é meu servo, mas, para a maioria das pessoas, tornou-se amo. E estou falando de adultos; o que dizer, então, de crianças e adolescentes?

Se a Escola Municipal Castro Alves tivesse um grande laboratório de informática, com mais computadores, é quase certo que professores e pais perderiam o controle dos alunos e o resultado da escola no Enem seria outro. Nas entrevistas concedidas pelo diretor da escola municipal de Posse, ele enfatizou que a participação das famílias foi fundamental para o sucesso do estabelecimento. Duvido que isso fosse possível caso a escola tivesse o perfil idealizado pelas universidades, em que o computador é ferramenta central no ensino. Computador em escola serve quase tão somente para o aluno viciar-se em Facebook, Orkut, MSN e outras famigeradas redes sociais, afastando-se de pais e mestres e isolando-se no mundo das fofocas e transgressões de suas tribos físicas e virtuais.

Disciplina


Essa afirmação pode causar estranhamento, mas uma leitura mais rigorosa dos resultados do Enem mostra que minha hipótese é plausível. Em recente artigo sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), escrevi que um fator determinante para o aprendizado do aluno é a disciplina. Nos resultados do Enem, isso fica evidente. Em Goiás, depois da escola municipal de Posse e do Colégio de Aplicação da UFG (hoje Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada ao Ensino), os quatro melhores estabelecimentos públicos que vêm a seguir são todos colégios militares. E sabe-se que, nesses colégios, a disciplina é bem mais rígida do que nas demais escolas da rede pública de ensino.

Quando se analisa nacionalmente o resultado do Enem, a tendência se repete, mostrando que a disciplina é a base da educação. De acordo com a listagem elaborada pelo Centro Paula Souza (rede de 200 Escolas Técnicas e 51 Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo), a segunda melhor escola pública do país, é o Colégio Militar de Belo Horizonte, que obteve 715,80 pontos na média do exame. Ele só perde para o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, também em Minas Gerais, que ficou com média 726,42. E outros três colégios militares aparecem entre as dez melhores escolas públicas do país: o Colégio Militar de Campo Grande, com 700,99, em 7º lugar; o Colégio Militar de Juiz de Fora, com 695,87, em 8º lugar; e o Colégio Militar de Porto Alegre, com 693,69, em 10º lugar.
Entre as outras seis escolas públicas que ficaram entre as dez melhores, não há nenhuma da rede comum de ensino — ou são escolas técnicas ou são colégios de aplicação universitários. A terceira melhor escola é o Instituto de Aplicação Fernando da Silveira, com 714,51; a quarta é o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco, com 707,26; a quinta é a Escola Técnica de São Paulo, com 706,66; a sexta, é a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, do Rio de Janeiro, com 704,93; a nona é a Escola do Recife, da Universidade de Pernambuco (estadual), com 693,84 na média.

Quando se estende a análise para as 50 melhores escolas públicas, as escolas militares, juntamente com os colégios de aplicação e as escolas técnicas, voltam a monopolizar as melhores notas. Além das quatro escolas militares que se classificaram entre as dez melhores do país, o Colégio Militar do Rio de Janeiro aparece em 14º lugar, com 685,93; o Colégio Militar do Recife ficou em 22º lugar, com 677,42; o Colégio Militar de Curitiba é o 31º lugar com 667,36 e o Colégio Militar de Fortaleza ocupa 32ª posição com 665,41 na média. Ao todo são oito escolas militares entre as 50 melhores escolas públicas do país.

Discriminação
Pode parecer pouco, mas não é. Os colégios militares praticamente representam as redes públicas estaduais de ensino entre as melhores escolas do país. Por incrível que pareça a única escola pública comum — que não é técnica, nem militar, nem federal — a aparecer entre as 50 melhores do país é justamente a Escola Municipal Castro Alves, de Posse. Essa escola goiana merece um estudo de caso por parte de pesquisadores e autoridades, pois se trata de uma incrível exceção à regra. Todas as outras 49 melhores escolas públicas do País ou pertencem às universidades, ou são escolas técnicas, ou são escolas militares. Não há lugar para escolas estaduais e municipais comuns quando o assunto é a qualidade do ensino.

Mesmo quando se analisa o resultado do Enem apenas no Estado de São Paulo (o Estado mais rico da Federação, com municípios também muito ricos), essa realidade salta aos olhos, até com mais força. Na lista das 50 melhores escolas públicas paulistas, não há uma só escola da rede pública comum: 43 são escolas técnicas estaduais, duas são escolas técnicas municipais, uma é escola técnica federal e as outras quatro são escolas técnicas de universidades (USP, Unicamp e Unesp). Parece que o ensino só tem futuro quando se alia à disciplina da farda, representada pelas escolas militares, ou à disciplina do trabalho, representada pelo ensino profissionalizante das escolas técnicas.

Se há uma conclusão que se pode extrair do Enem é que a rede pública comum de ensino não tem conserto caso continue no ritmo em que se encontra hoje — obrigada a engolir todos os tipos de aluno e a não exigir nada deles. Ou se resgata ao menos a disciplina nas escolas públicas comuns, ou não há a menor chance de que elas venham a se destacar em avaliações como Ideb ou Enem. E não basta exigir do diretor que salve a escola com sua gestão (novo modismo criado pelas autoridades pedagógicas); é preciso resgatar valores como mérito e disciplina, que não foram apenas esquecidos nas escolas públicas – foram simplesmente proibidos.

Para a pedagogia paulo-freiriana que infesta as universidades brasileiras, meritocracia é discriminação e disciplina é autoritarismo. Mas não há dúvida que as melhores notas no Enem decorrem desses dois fatores. As melhores escolas são justamente as que selecionam seus alunos (o que significa valorizar o mérito) e cobram deles responsabilidade com o próprio aprendizado (o que exige disciplina). O que coloca as escolas públicas comuns em desvantagem, reconheço, pois elas não podem selecionar alunos – como fazem a maioria dos colégios de aplicação, das escolas técnicas e das escolas militares do país.
Insanidade acadêmica

Nas reportagens sobre o Enem que saíram na imprensa brasileira, inclusive na imprensa goiana, os especialistas limitam-se a afirmar que não se pode comparar o desempenho das escolas públicas com as escolas privadas, porque nas escolas públicas, dada a universalidade do ensino determinada por lei, não é possível fazer seleção de aluno. Com isso, a desvantagem da escola pública já começa no ponto de partida, quando ela forma seu corpo discente e, depois, também não pode dispensar os piores. E, para completar, dizem os especialistas, as escolas privadas falseiam os resultados do Enem, mandando fazer o exame apenas os seus melhores alunos, com o objetivo de garantir médias altas.

Entre os especialistas ouvidos pela citada reportagem do jornal “O Popular” está o pedagogo João Ferreira de Oliveira, professor associado da Faculdade de Educação da UFG e doutor em educação pela USP, com pós-doutorado na mesma instituição. Ele critica a comparação entre escolas públicas e privadas com uma procedente argumentação sociológica: “Estamos falando de 85% de alunos do ensino médio com faixa de rendimento e outros indicadores muito abaixo dos outros 15% que estão matriculados nas escolas privadas. Este contingente estuda em escolas que não oferecem as mesmas estruturas que a particular oferece; tem pais com baixa escolarização e não tem acesso a bens culturais nem a atividades extracurriculares e ainda trabalham no contraturno. Portanto, é um equívoco pensar em comparar os desempenhos de uma e outra”.

O que fazer, então, diante desse quadro? O professor não diz. E sua colega de Faculdade de Educação, a professora Geovana Reis, mestre em educação pela própria UFG, também não diz. Ela reitera as diferenças socioculturais entre os alunos das redes privada e pública, lembra que a escola pública não pode selecionar aluno no seu ingresso e aponta o estratagema das escolas privadas para se saírem bem no exame: “Algumas situações, como a seleção de alunos com desempenho acima da média para responder as provas, podem falsear os resultados e oferecer um diagnóstico equivocado deste ensino”. E, taxativamente, sustenta: “É uma insanidade comparar essas realidades”.

Ora, se é uma insanidade comparar escola pública com escola privada (e, em parte, é), também é insano cobrar do professor da rede pública que ele faça milagre, ensinando com eficácia alunos muitas vezes incapazes de aprender. Mas é justamente essa cobrança insana o que as universidades mais sabem fazer. Em praticamente todas as suas pesquisas acadêmicas, elas cobram o impossível da rede básica de ensino. No artigo “Escola pública: vítima indefesa das universidades” (publicado no Jornal Opção de 21 de agosto), em que analiso a proposta de se colocar o Ideb na porta das escolas, demonstro que a universidade joga toda a responsabilidade pelo aprendizado do aluno sobre os ombros do mestre do ensino básico, defendendo uma tresloucada “escola inclusiva” em que o vilipendiado professor da rede pública é obrigado a transformar trombadinhas em sacristãos e deficientes mentais em cidadãos autônomos.

Currículo excessivo


E, quando se trata do ensino médio, o fosso entre escolas públicas e privadas tende a ser ainda maior. Se no ensino básico, como o próprio nome diz, trata-se de ensinar o que é comum para todos, no ensino médio a escola já se defronta com exigências sociais mais complexas, como preparar o adolescente para a universidade ou para uma profissão. Nesse caso, disciplina é fundamental, mas não basta. A escola precisa de estrutura, sobretudo para o ensino de ciências, que tende a ser improdutivo se ficar no cuspe-e-giz. Talvez por isso, as piores notas do Enem são justamente nas provas de ciências da natureza, especialmente nas escolas públicas comuns (nem técnicas, nem de universidades), onde os laboratórios são quase inexistentes.

E a escola pública fica ainda mais prejudicada porque o ensino médio brasileiro é enciclopédico, com uma profusão de disciplinas complexas e inúteis. É o que reconhece a socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, com a autoridade de quem foi responsável pela criação do Enem, quando presidiu o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep) de janeiro de 1995 a abril de 2002, durante o governo Fernando Henrique. Numa entrevista concedida a Alexandre Machado, no programa “Começando o Dia”, da Rádio Cultura FM de São Paulo, na terça-feira, 13, ela defendeu uma reforma do ensino médio, afirmando que seu currículo é “pesado”, “muito fragmentado” e “sem sentido”.

Maria Helena Guimarães criticou acertadamente a utopia de um ensino médio igual para todos e lembrou que, durante a gestão de Paulo Renato de Souza no Ministério da Educação, havia a perspectiva de se reformular radicalmente o ensino médio, interrompida com a eleição de Lula em 2002. A meta era reduzir o número excessivo de disciplinas do secundário e criar uma grade básica para todos os alunos, mas permitindo que eles escolhem as demais disciplinas com base nos objetivos que tivessem em mente, como uma faculdade ou o mercado de trabalho. Segundo a ex-presidente do Inep, a maioria dos sistemas de ensino do mundo tem cerca de metade de disciplinas existentes no ensino médio brasileiro.

Na entrevista, a ex-presidente do Inep afirmou, textualmente, que “as próprias universidades não têm participado ativamente desse debate e são mais ou menos distantes”. Foi seu grave erro de avaliação na entrevista. As universidades jamais foram omissas nessa questão. Até por uma questão legal, tudo o que ocorre no ensino básico e no ensino médio – eu disse: tudo – está sob a influência direta da universidade. É ela que forma professores e gestores; que elabora as leis educacionais; que implanta as políticas públicas de educação; que define as Diretrizes Curriculares Nacionais. E, como se não bastasse, ainda produz uma profusão de pesquisas sobre temas prementes do ensino básico, inclusive sobre o Enem, Ideb, Prova Brasil e outros indicadores de qualidade do ensino.

Mito da escola única


O problema (e isso a ex-presidente do Inep não diz claramente) é que a ciência produzida nas universidades brasileiras é fortemente contaminada por um viés ideológico de esquerda. É essa contaminação ideológica, com origem na universidade, que impede a educação brasileira de se desvencilhar do mito da “escola única”, preconizada por Lenin e ainda hoje cultivada por pedagogos como Moacyr Gadotti, principal discípulo de Paulo Freire. Se essa gente pudesse, acabaria, por decreto, com todo o ensino privado, em que pese o próprio Paulo Freire ter sido professor de universidade privada no Brasil, onde sua relação com os alunos era obviamente uma educação bancária – os alunos pagando mensalidades, o pedagogo vendendo utopia.

Se os especialistas não admitem que a escola pública seja comparada com a escola privada, devido às abissais diferenças entre o perfil econômico, cultural e social de seus alunos, qual seria a consequência lógica desta constatação? No mínimo, admitir que, enquanto persistirem essas diferenças, é impossível garantir ao aluno da escola pública o mesmo nível de ensino da escola privada. Era o que os velhos marxistas pensavam. Por isso, eles defendiam a revolução social antes da revolução pedagógica. Em sua tacanha visão mecanicista (ainda assim, menos tola do que a visão holística do marxismo atual, que se reflete no construtivismo pedagógico), os marxistas do passado viam a educação como uma corrida, em que os mais ricos saíam muito na frente e, por consequência, dificilmente eram alcançados pelos mais pobres.

Hoje, depois que a pedagogia brasileira tornou-se obcecada pela estranha mistura de Paulo Freire com Michel Foucault, a universidade resolveu começar a revolução socialista pelas próprias escolas e, para isso, ela precisa “empoderar” crianças, adolescentes e jovens – isto é, “dar poder” ao seu novo proletariado. Admitir que muitos alunos não aprendem por deficiência própria seria não apenas desperdiçar a chance de culpar por todas as mazelas sociais “o sistema que está aí”, mas, sobretudo, implicaria comprometer a possível flama revolucionária desse proletariado vicário. Para que o aluno possa ser transformado em massa de manobra da revolução socialista, é preciso dar a ele a ilusão de que é autônomo e que age movido por própria vontade e não pela canga ideológica que lhe impõem.

É o que se vê no próprio Enem, que não parece um exame para avaliar a qualidade do ensino e, sim, uma ficha de filiação partidária. O Enem é flagrantemente ideológico e obriga o aluno a ver o Brasil com os olhos da esquerda. Essa afirmação exige uma análise detalhada de suas provas – papel que caberia às universidades. Mas como elas não têm isenção ideológica para tanto, essa análise acaba recaindo sobre os ombros de uns poucos indivíduos independentes e não vou me furtar a essa tarefa num próximo artigo.

Já adianto que as provas de ciências humanas do Enem – complexas no método e na forma, mas vazias no conteúdo – praticamente obrigam o aluno a pensar como o MST, a acreditar que a mais grave doença atual é a “homofobia” e a reduzir a história do Brasil à luta de classes, em que uma burguesia sádica explora por prazer um proletariado idílico. Felizmente, a disciplina cognitiva e moral de muitos alunos conseguiu vencer uma ideologia disfarçada de ciência, que, mais do que atrapalhar o aprendizado, inviabiliza o próprio aprendiz.