Cel Gelio Fregapani
A
existência de um Ministério da Defesa, em si, é uma medida acertada, mas sua
criação, por ordem do Consenso de Washington foi sempre uma fonte
de risco institucional, porque os militares nunca aceitaram a autoridade
de ministro civil,. Era o que se dizia...
Não
é verdade que os militares recusem um comando civil; Nunca se ouviu uma
restrição ao Dr. Pandiá Calogeras. O problema são os ministros
designados, claramente escolhidos para humilhar a força e destruir sua
estrutura. Sob a presidência do FHC as Forças Armadas estiveram em seu pior
momento; sem munição e sem comida. Nesta situação foi imposto um ministro
suspeito de ser ligado ao crime organizado. Foi como uma bofetada o sermos
comandados por um político fracassado e de história controvertida, A gestão de
Álvares foi a pior possível. Incompetente, contestado todo o tempo, caiu
envolvido em corrupção
Os sucessores em geral foram da mesma
cepa podre. O Advogado , Geraldo Quintão foi outra escolha controvertida
colocada para desmoralizar ao militares Ficou no ministério até o
final do governo Fernando Henrique, mas ao custo de ser uma figura ignorada.
Lula nomeou José
Viegas, um diplomata. Foi uma nomeação consentida mas perdeu o
apoio ao querer revolver o passado, ameaçando os que apenas tinham cumprido seu
dever no Araguaia Desatendido pela tropa, pediu demissão. Foi substituído pelo
Vice-presidente, José Alencar, que conseguiu aplacar os ânimos. Quando Alencar
pediu para sair, Lula escolheu para seu lugar o inútil Waldir Pires, que durou
pouco no ministério. Jamais foi assimilado quer por seu passado quer por sua
inutilidade. Foi derrubado pela queda do Airbus A-320, da TAM. Assumiu, então o
arrogante Nelson Jobim, que recebido com desconfianç a, aos poucos foi
conseguindo alguma liderança, por adotar o ponto de vista dos militares.
Continuou ministro no início do governo Dilma e caiu por declarações
políticas que irritaram a presidente. Certamente uma jogada
política.
Dilma
nomeou o ex-chanceler Celso Amorim, também recebido com
desconfiança. Na atual crise do manifesto publicado pelos Clubes
Militares, negociou uma solução branda, mas esta não é uma crise simples como
parece. O manifesto, retirado dos sites dos clubes já está subscrito por
centenas de oficiais e praças e continua recebendo adesões.
Tudo isso aconteceu porque uma ministra,
Maria do Rosário, resolveu fazer uma exortação contra a letra da lei e contra a
decisão do Supremo, mexendo com o “universo sagrado” da Instituição Militar – o
cumprimento do dever. Terão, o ministro e a presidente o bom senso
de conduzir o assunto com sabedoria?
Só para
lembrar
A História nem
sempre se repete, mas causas semelhantes podem gerar efeitos semelhantes, e
assim aconteceu na queda do Império
Os livros de
História contam: Tudo começou com um pronunciamento no Clube Militar contra o
espezinhamento do Exército, o que foi aplaudido pela tropa. A ordem do
governo de punir o manifestante não foi cumprida pelo superior
imediato (Deodoro), que se declarou de acordo com o manifesto. Este foi
destituído de seu comando, mas passou a ser o líder inconteste.
Instado pela
tropa, concordou em exigir a destituição do Primeiro Ministro, o que foi
aproveitado pelos republicanos para derrubar a
Monarquia.
Ao contrário de
muitos companheiros, não me orgulho da Proclamação da República. Na ocasião,
Deodoro indignado pela notícia (mentirosa) que seria preso, (inventada pelo
maquiavélico Benjamin Constant), levou o Exército a abolir a monarquia e com ela
o melhor governo que já tivemos: o de Dom Pedro II. O povo não
participou.
Agora estamos
assistindo notícias de punição de manifestantes. Notícias verdadeiras?
Dificilmente, pois não haveria respaldo jurídico, mas a notícia que havia sido
determinada a prisão de Deodoro também era falsa. O povo também não está
participando.
Há no momento uma
sucessão de eventos perigosos; as declarações da ministra dos Direitos Humanos
visa claramente a vingança , a humilhar as Forças Amadas. Será que ela não
percebe que haveria reação? O que realmente ela quer? Uma crise institucional,
no momento em que o mundo está em clima de pré guerra? Não basta o exemplo da
Argentina, que destruiu suas Forças Armadas e agora fica a mercê de qualquer
país ambicioso?
A História nos
mostra; O Imperador poderia ter dado um basta às ofensas ao Exército feitas pelo
seu ministro (visconde de Ouro Preto). A Presidente também poderia ter dado um
basta à boquirrota ministra, que foi a verdadeira indisciplinada,
Não
se espezinha um Exército brioso, e um Exército sem brio não serve para nada, mas
o brio, aceitando provocações de agentes maquiavélicos (ou de partidários
inconseqüentes como talvez seja o caso da ministra) pode levar a decisões
erradas e a atingir o que não se pretende.
O brio e a bravura
são essenciais a qualquer Exército. O soldado tem que ser bravo e brioso, e pode
até ser inconseqüente, mas o comandante tem que acertar. Não pode e não deve se
lançar como um touro quando lhe acenam um pano vermelho. Tem que saber o que
quer alcançar e a discernir qual o verdadeiro alvo, e o que possa
ser apenas uma armadilha
Bom também que a
Presidente se dê conta que a Nação precisa de Forças Armadas ao
contrario de Lula, que teve a desfaçatez de declarar que sempre embromou os
milicos com sua disciplina, e quando lhes dava migalhas ainda ficavam
agradecidos. Ainda por cima foi o criador da tal Comissão da
“Verdade”
Muitos de nós,
esperamos uma mudança com a presidente Dilma. Evitemos estragar a esperança
agindo intempestivamente.
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