Prof. Marcos
Coimbra
Membro do Conselho Diretor
do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de
Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
No plano internacional, foi eleito o
novo presidente do Paraguai, devendo o país ser reintegrado ao Mercosul. O
problema é a chantagem a ser concretizada pelos bolivarianos, pois só será
permitida sua volta caso concorde com o ingresso irregular da Venezuela no
bloco. Jornal daquele país chama o ministro das Relações Exteriores do Brasil de
“canalha intelectual”, em virtude da suspensão do Paraguai no Mercosul, após o
impedimento do ex-bispo Lugo, considerando o açodado reconhecimento da vitória
do herdeiro de Chávez, Nicolás Maduro, o qual obteve uma “vitória” altamente
suspeita, apesar de todo aparato empregado pela máquina governamental e
considerando as irregularidades havidas.
Aliás, fica o exemplo do
acontecido para nós, pois na Venezuela existe, caso haja vontade política, a
possibilidade de recontagem dos votos, apesar da existência da urna eletrônica,
pois o voto é impresso e colocado em uma urna, justamente para possibilitar a
recontagem, No Brasil, não há tal possibilidade, pois até agora, apesar do
exemplo de outros países como a Holanda e até o Paraguai, que abandonaram o
sistema por falta de confiabilidade, adotamos o antiquado modelo de 1ª geração.
Inclusive estava prevista a volta do voto impresso nas eleições de 2014, mas o
STF suspendeu o previsto, sem maiores explicações. É uma vulnerabilidade
importante.
Persiste o drama dos doze
torcedores corintianos, aprisionados injustamente na Bolívia. A administração
petista queda inerte e não cumpre o dever de proteger os cidadãos brasileiros.
Se a situação fosse inversa, Morales já teria exigido e obtido a soltura dos
presos. Não causa surpresa tal inércia, considerando os antecedentes flagrados
nos últimos dez anos, quando até uma refinaria da Petrobras foi ocupada por
tropas bolivianas, sem a menor resistência por parte das “autoridades
brasileiras”. Nem mesmo um protesto formal diplomático. O lema é privilegiar os
correligionários “bolivarianos”, mesmo em detrimento dos interesses dos
nacionais.
Na área interna, a
sociedade presencia, perplexa, os incríveis acontecimentos ocorridos. De início,
o PSD, partido que não é de esquerda, nem de centro, nem de direita é
constituído, obtendo os benefícios de participação no horário dito gratuito, bem
como o recebimento de recursos do fundo partidário. No presente momento, a
bancada governista aprova um projeto que veda os mesmos benefícios para outros
partidos que venham a ser criados. O objetivo é impedir a candidatura da
ex-senadora Marina Silva e dificultar o fortalecimento do candidato Eduardo
Campos.
Ou seja, a candidata à
reeleição pretende, como o candidato Pezão, no Rio de Janeiro, ganhar por WO
(por desistência, sem candidaturas que levem a disputa para o segundo turno), na
melhor tradição bolivariana. É doutrina bolivariana a tomada do poder pelos
meios democráticos, para depois alterar as respectivas Constituições, assumir o
controle do Legislativo e do Judiciário, controlar a imprensa e perpetuar-se no
governo, a exemplo da Venezuela (herdeiro), Bolívia, Equador e Nicarágua (o
próprio), Argentina (família) e Brasil (“dedaço”). Tudo é permitido. Até a
interferência indevida de estrangeiros no pleito de outros países, seja através
de “marqueteiros”, seja por depoimento via meios de comunicação de massa de
ex-mandatários.
A presidente Dilma,
acompanhada pela CNBB, vai de encontro ao desejo da imensa maioria da população
brasileira (89% - pesquisa da OAB nacional), que exige a mudança da legislação
no relativo à impunidade de ferozes marginais menores de dezoito anos, que
continuam a aterrorizar os pacíficos e desarmados cidadãos, com garantia de
impunidade. Além disto, continua a permitir a tomada da Amazônia por grupos
estrangeiros por intermédio da ação de ONGs internacionais e da nefasta atuação
da Funai, ao demarcar irresponsavelmente áreas indígenas, abrindo a brecha para
a “balcanização” do Brasil. A meta principal da administração passa a ser a
reeleição. A situação econômica deixa de ser
importante.
De fato, assistimos ao caos
dentro do caos. Qual é a solução?
Correio eletrônico : mcoimbra@antares.com.br
Sítio : www.brasilsoberano.com.br (Artigo de
23.04.13-MM).
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