terça-feira, 30 de abril de 2013
segunda-feira, 29 de abril de 2013
DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO....
Posted:
20 Apr 2013 06:07 AM PDT
Por
Ruth Moreira
Estou com vergonha do
Brasil. Vergonha do governo, com esse impatriótico, antidemocrático e
antirrepublicano projeto de poder.
Vergonha do Congresso rampeiro que temos, das Câmaras que dão com uma mão para nos surrupiar com a outra, políticos vendidos a quem dá mais. Pensar no bem do País é ser trouxa. Vergonha do dilapidar de nossas grandes empresas estatais, Petrobrás, Eletrobrás e outras, patrimônio de todos os brasileiros, que agora estão a serviço de uma causa só, o poder .Vergonha de juízes vendidos. Vergonha de mensalões, mensalinhos, mensaleiros. Vergonha de termos quase 40 ministros e outro tanto de partidos a mamar nas tetas da viúva, enquanto brasileiros morrem em enchentes, perdendo casa e familiares por desídia de políticos, se não desonestos, então, incompetentes para o cargo.
Vergonha de ver a
presidente de um país pobre ir mostrar na Europa uma riqueza que não temos (onde
está a nossa guerrilheira, era tudo fantasia?). Vergonha da violência
que impera e de ver uma turista estuprada durante seis horas por delinquentes
fichados e à solta fazendo barbaridades, envergonhando-nos perante o
mundo.
Vergonha por pagarmos
tantos impostos e nada recebermos em troca - nem estradas, nem portos, nem
saúde, nem segurança, nem escolas que ensinem para valer, nem creches para
atender a população que forçosamente tem de ir à luta.
Vergonha de todos
esses desmandos que nos trouxeram de volta a famigerada inflação.
Agora pergunto: onde
estão os homens de bem deste país? Onde estão os que querem lutar por um Brasil
melhor? Por que tantos estão calados? Tenho 84 anos e escrevo à espera de um
despertar que não se concretiza. Até quando isso vai continuar? Até quando
veremos essas nulidades que aí estão sendo eleitas e reeleitas?
Estou com muita
vergonha do Brasil.
Ruth
Moreira, cidadã de São Paulo, ecreveu este texto publicado como carta de leitor
do Estadão em 8 de abril de 2013.
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sexta-feira, 26 de abril de 2013
A nostalgia das ossadas
Roberto Campos (texto escrito nos anos 90)
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"Uma
revolução não é o mesmo que convidar alguém para jantar, escrever um
ensaio, ou pintar um quadro... Uma revolução é uma insurreição, um ato
de violência pelo qual uma classe derruba a outra"
Mao Tse Tung
Dizia-me
um amigo argentino, nos anos 60, que seu país, rico antes da Segunda
Guerra, optara no pós-guerra pelo subdesenvolvimento e peloterceiromundismo.
E não se livraria dessa neurose enquanto não se livrasse de três
complexos: o complexo da madona, o fascínio das ossadas e a hipóstase da
personalidade. Duas madonas se tinham convertido em líderes políticos -
Evita e Isabelita. As ossadas de Evita foram alternativamenteseqüestradas e
adoradas, exercendo absurdo magnetismo sobre a população. E a
identidade nacional era prejudicada pelo fato de o argentino ser um
italiano que fala espanhol e gostaria de ser inglês...
A Argentina parece ter hoje superado esses complexos. Agora, é o Brasil que importa (sem direitos aduaneiros como convêm ao Mercosul) um desses complexos. Os estrangeiros que abrem nossos jornais não podem deixar de se impressionar com o espaço ocupado pelas ossadas: as ossadas sexuais de PC Farias, as ossadas ideológicas dos guerrilheiros do Araguaia e as perfurações do esqueleto do capitão Lamarca! Em vez de importarmos da Argentina a tecnologia de laticínios, estamos importando peritos em "arqueologia moderna", para cavoucar as ossadas do cemitério da Xambioá. Há ainda quem queira exumar cadáveres e ressuscitar frangalhos do desastre automobilístico que matou Juscelino, à procura de um assassino secreto. Em suma, estamos caminhando com olhos fixos no retrovisor. E o retrovisor exibe cemitérios. Na olimpíada mundial de violência, os militares brasileiros da revolução de 1964 não passariam na mais rudimentar das eliminatórias. Perderiam feio para os campeões socialistas, como Lênin, Stálin e Mao Tsé-Tung. Seriam insignificantes mesmo face a atletas menores, como Fidel Castro, Pol Pot, do Camboja, ou Mengistu, da Etiópia. Os 136 mortos ou desaparecidos em poder do Estado, ao longo das duas décadas de militarismo brasileiro, pareceriam inexpressivos a Fidel, que só na primeira noite pós-revolucionária fuzilou 50 pessoas num estádio. Nas semanas seguintes, na Fortaleza La Cabaña, em Havana, despachou mais 700 (dos quais 400 membros do anterior governo). E ao longo de seus 37 anos de ditadura, estima-se ter fuzilado 10 mil pessoas. Isso em termos da população brasileira equivaleria a 150 mil vítimas. Tiveram de fugir da ilha, perecendo muitos afogados no Caribe, 10% da população, o que, nas dimensões brasileiras, seria equivalente à população da Grande São Paulo. Definitivamente, na ginástica do extermínio, os militares brasileiros se revelaram singularmente incompetentes. Também em matéria de tortura nossa tecnologia é primitiva, se comparada aos experimentos fidelistas no Combinado del Este, na Fortaleza La Cabaña e nos campos de Aguica eHolguín. Em La Cabaña havia uma forma de tortura que escapou à imaginação dos alcaguetes da ditadura Vargas ou dos "gorilas" do período militar: prisioneiros políticos no andar de baixo recebiam a descarga das latrinas das celas do andar superior. O debate na mídia sobre os guerrilheiros do Araguaia precisa ser devidamente "contextualizado" (como dizem nossos sociólogos de esquerda). Sobretudo em benefício dos jovens que não viveram aquela época conturbada. A década dos 60 e o começo dos 70 foram marcados mundialmente por duas características: uma guinada mundial para o autoritarismo e o apogeu da Guerra Fria. Basta notar que um terço das democracias que funcionavam em 1956 foram suplantadas por regimes autoritários nos principais países da América Latina, estendendo-se o fenômeno à Grécia, Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e à própria Índia, ondeIndira Ghandi criou um período de exceção. Na América Latina, alastrou-se o que o sociólogo O'Donnell chamou de "autoritarismo burocrático". O refluxo da onda democrática só viria nos anos 80, que assistiria também à implosão das ditaduras socialistas. Uma segunda característica daqueles anos foi a agudização do conflito ideológico. Na era Kennedy (1961-63), que eu vivenciei como embaixador em Washington, houve nada menos que duas ameaças de conflito nuclear. Uma, em virtude do ultimato de Kruschov sobre Berlim, e outra, a crise dos mísseis em Cuba. Em meados da década, viria a tragédia do Vietnã. É nesse contexto que deve ser analisado o episódio dos guerrilheiros do Araguaia e da morte de Lamarca. Não se tratavam de escoteiros, fazendo piqueniques na selva com canivetes suíços. Eram ideólogos enraivecidos, cuja doutrina era o "foquismo" de Che Guevara: criar focos de insurreição, visando a implantar um regime radical de esquerda. Felizmente fracassaram, e isso nos preservou do enorme potencial de violência acima descrito. Durante nossos "anos de chumbo", não só os guerrilheiros sofreram; 104 militares, policiais e civis, obedecendo a ordens de combate ou executados por terroristas, perderam a vida. Sobre esses, há uma conspiração de silêncio e, obviamente, nenhuma proposta de indenização. Qualquer balanço objetivo do decênio 1965-75 revelará que no Brasil houve repressão e desenvolvimento econômico (foi a era do "milagre brasileiro"), enquanto nos socialismos terceiromundistas É também coisa de politólogos românticos pensar que a revolução de 1964 nada fez senão interromper um processo normal de sucessão democrática. A opção, na época, não era entre duas formas de democracia: a social e a liberal. Era entre dois autoritarismos: o de esquerda, ideológico e raivoso, e o de direita, encabulado e biodegradável. Hoje se sabe, à luz da abertura de arquivos, que a CIA e o KGB (que em tudo discordam) tinham surpreendente concordância na análise do fenômeno brasileiro: o Brasil experimentaria uma interrupção no processo democrático de substituição de lideranças. Reproduzindo o paradigma varguista, Jango Goulart, pressionado por Brizola, queria também seu "Estado Novo". Apenas com sinais trocados: uma república sindicalista. As embaixadas estrangeiras em Washington, com as quais eu mantinha relações como embaixador brasileiro, admitiam, nos informes aos respectivos governos, três cenários para a conjuntura brasileira: autoritarismo de esquerda, prosseguimento da anarquia peleguista com subseqü Parece-me também surrealista a atual romantização pela mídia (com repercussões no Judiciário) da figura do capitão Lamarca, que as Forças Armadas consideram um desertor e terrorista. Ele faz muito melhor o perfil de executor do que de executado. Versátil nos instrumentos, ele matou a coronhadas o tenente Paulo Alberto, aprisionado no vale da Ribeira, fuzilou o capitão americano Charles Chandler, matou com uma bomba o sargento Mário Kozell Filho, abateu com um tiro na nuca o guarda-civil Mário Orlando Pinto, com um tiro nas costas o segurança Delmo de Carvalho Araujo e procedeu ao "justiçamento" de Márcio Leite Toledo, militante do Partido Comunista que resolvera arrepender-se. Aliás, foram dez os "justiçados" pelos seus próprios companheiros de esquerda. Se o executor acabou executado nos sertões da Bahia, é matéria controvertida. Os laudos periciais revelam vários ferimentos, mas nenhum deles oriundo de técnicas eficientes de execução que o próprio Lamarca usara no passado: tiro na nuca (metodologia chinesa), tiro na cabeça (opção stalinista) ou fuzilamento no coração (método cubano). As Forças Armadas têm razão em considerar uma profanação incluir-se Lamarca na galeria de heróis. As décadas de 60 e 70, no auge da Guerra Fria, foram épocas de imensa brutalidade. Merecem ser esquecidas, e esse foi o objeto da Lei de Anistia, que permitiu nossa transição civilizada do autoritarismo para a democracia. Deixemos em paz as ossadas. Nada tenho contra a monetização da saudade, representada pela indenização às famílias das vítimas. Essa indenização é economicamente factível no nosso caso. Os democratas cubanos, quando cair a ditadura de Fidel Castro, é que enfrentariam um problema insolúvel se quisessem criar uma "comissão especial" para arbitrar indenizações aos desaparecidos. Isso consumiria uma boa parte do minguado PIB cubano! Nosso problema é saber se a monetização da saudade deve ser unilateral, beneficiando apenas as famílias dos que se opunham à revolução de 1964.Há saudades, famílias e ossadas de ambos os lados. Roberto Campos, economista e diplomata já falecido, foi, entre outros cargos, embaixador nos Estados Unidos, deputado federal, senador e ministro do Planejamento. É autor de diversas obras sobre política e economia, destacando-se suas memórias com o título "A Lanterna na Popa" (Ed.Topbooks, 1994). |
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Era uma vez uma Democracia...
No Brasil, desde a Proclamação da República,
a democracia tem sido mais ou menos; às vezes mais e noutras menos.
Em todas as menos, nunca tão
manipulada como agora.
Na atualidade, os princípios apregoados
por Montesquieu são contrariados escandalosa e descabidamente.
Como sabemos a sociedade nacional é
vergonhosamente autista, boa de bola,
de samba, de folia, de circo, de sexo desenfreado, de feriado, mas no restante,
de uma imbecilidade exemplar.
Em sua incompetência para coisas
fundamentais, sempre dependeu da boa vontade dos poderes superiores, em especial
do Executivo, que tornou – se o seu grande guru.
Portanto, a célebre frase do “... faça tudo pela nação...” ou similar, que
se tornou para o nativo, uma hilária piada, que prefere “... dependa ao máximo da nação que o chefe do
executivo vai quebrar o seu galho...” ou similar.
Dessa forma, apesar do equilíbrio preconizado
por Montesquieu, que seria proporcionado pelo tripé dos três poderes, despudoradamente,
foi permitido o domínio do Poder Executivo sobre os demais.
Com o decorrer dos anos, seja por inconsciência
boçal da sociedade, seja por subserviência dos demais Poderes, o Executivo
nacional, literalmente arvorou – se como o dono do País, pois os outros,
forçada ou altruisticamente foram concedendo ao Executivo, até mesmo, constitucionalmente,
o poder maior.
Até aqui, nenhuma novidade; contudo,
no sentido de estabelecer uma tirania aproveitando - se da própria democracia,
o Executivo atual, facilmente, com vários instrumentos e subterfúgios, a oferta
de sinecuras nos 39 (inexplicáveis) ministérios, recursos para os parlamentares
da oposição, até o fornecimento gracioso de cargos na administração publica (é por
isso que privatizar é muito bom), já tem o Legislativo inteiramente a cabresto.
Quanto ao Judiciário, ele possui no
seu patamar como representante nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF), que tem
os seus magistrados escolhidos pelo Executivo, ou seja, aquele Poder, evidentemente,
nomeará aqueles que lhes são simpáticos ou submissos.
Assim, caminhamos, aceleradamente,
para uma tirania como a de Chávez, gloriosamente carimbada como lapidar “democracia”.
É flagrante que dificilmente surgirá
no seio do Legislativo qualquer reação aos interesses do Executivo, pois
significará para os rebeldes, a perda
de recursos, de cargos e de uma infinidade de benesses que o Poder poderá aquinhoá
- los.
No Judiciário, a situação é mais delicada,
menos maleável e subordinada aos princípios de determinados magistrados que
poderão, investidos no mais alto nível de seu cargo e de sua importância, não
aceitarem este vergonhoso servilismo.
Atentamente, o desgoverno,
insatisfeito com os resultados do julgamento do mensalão, pela condenação de seus
principais próceres e, mesmo de alguns parlamentares seus, estes legalmente
afastados dos seus cargos, decidiu, através de seus correligionários homiziados no Poder Legislativo, investir
contra o Poder Judiciário.
Na tétrica elucubração da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), e com o objetivo de anular o julgamento e, ao
mesmo tempo, desmoralizar o STF, foi “parida”
uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
A PEC 33 é uma escandalosa medida
para subordinar as decisões soberanas do Poder Judiciário aos interesses do
Poder Legislativo.
A PEC, se aprovada, e tudo indica que
será de goleada, na prática retira do Judiciário toda a sua autonomia e, se
antes, já bamboleávamos com o nosso fajuto tripé democrático, agora teremos o seu
réquiem definitivo, pois mal e parcamente viveremos sob a total e perigosa
tutela e o desmando de um poder sem qualquer limite.
Ao que tudo indica, é disso que o jeitoso povaréu que perdeu, em maior ou menor grau, a relação com os dados e
as exigências do mundo circundante, gosta.
Brasília, DF, 25 de abril de 2013
Gen.
Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Vendedores de Nuvens
Lula
é o Eike Batista da política. Eike é o Lula do empresariado. Um
inventou o Brasil Maravilha. Só existe na papelada que registrou em
cartório. Outro ergueu o Império do X. No caso, X é igual a nada.
O
pernambucano falastrão que inaugurava uma proeza por dia se elogia de
meia em meia hora por ter feito
o que não fez. O carioca gabola que ganhava uma bolada em dólares por
minuto se louva o tempo todo pelo que diz que vai fazer e não fará.
O
presidente incomparável prometeu para 2010 a transposição das águas do
São Francisco. O rio segue dormindo no mesmo leito. O empreendedor sem
similares adora gerúndios e só conjuga verbos no futuro. Está fazendo um
buquê de portos. Vai fazer coisas de que até Deus duvida. Não concluiu
nem a reforma do Hotel Glória.
Lula
se apresenta como o maior dos governantes desde Tomé de Souza sem ter
concluído uma
única obra visível. Eike entra e sai do ranking dos bilionários da
revista Forbes sem que alguém consiga enxergar a cor do dinheiro.
Lula
berrou em 2007 que a Petrobras tornara autossuficiente em petróleo o
país que, graças às jazidas do pré-sal, logo estaria dando as cartas na
OPEP. A estatal agora coleciona prejuízos e o Brasil importa
combustível. Eike vive enchendo milhões de barris com o que vai extrair
do colosso que continua enterrado no fundo do Atlântico.
Político
de nascença, Lula agora enriquece como camelô de empresas privadas.
Filho de um empresário admirável, Eike hoje sobrevive com empréstimos
do BNDES, parcerias com estatais e adjutórios do governo federal.
Lula
só poderia chegar ao coração do poder num lugar onde tanta gente confia
num Eike Batista. Eike só poderia posar de gênio dos negócios num país
que acredita num Lula.
É natural que viajem no mesmo jatinho e se entendam muito bem. Os dois são vendedores de nuvens.
Blog Augusto N unes 23/04/2013
às 16:17 \ Direto ao Pontoquarta-feira, 24 de abril de 2013
CAOS NO CAOS
Prof. Marcos
Coimbra
Membro do Conselho Diretor
do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de
Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
No plano internacional, foi eleito o
novo presidente do Paraguai, devendo o país ser reintegrado ao Mercosul. O
problema é a chantagem a ser concretizada pelos bolivarianos, pois só será
permitida sua volta caso concorde com o ingresso irregular da Venezuela no
bloco. Jornal daquele país chama o ministro das Relações Exteriores do Brasil de
“canalha intelectual”, em virtude da suspensão do Paraguai no Mercosul, após o
impedimento do ex-bispo Lugo, considerando o açodado reconhecimento da vitória
do herdeiro de Chávez, Nicolás Maduro, o qual obteve uma “vitória” altamente
suspeita, apesar de todo aparato empregado pela máquina governamental e
considerando as irregularidades havidas.
Aliás, fica o exemplo do
acontecido para nós, pois na Venezuela existe, caso haja vontade política, a
possibilidade de recontagem dos votos, apesar da existência da urna eletrônica,
pois o voto é impresso e colocado em uma urna, justamente para possibilitar a
recontagem, No Brasil, não há tal possibilidade, pois até agora, apesar do
exemplo de outros países como a Holanda e até o Paraguai, que abandonaram o
sistema por falta de confiabilidade, adotamos o antiquado modelo de 1ª geração.
Inclusive estava prevista a volta do voto impresso nas eleições de 2014, mas o
STF suspendeu o previsto, sem maiores explicações. É uma vulnerabilidade
importante.
Persiste o drama dos doze
torcedores corintianos, aprisionados injustamente na Bolívia. A administração
petista queda inerte e não cumpre o dever de proteger os cidadãos brasileiros.
Se a situação fosse inversa, Morales já teria exigido e obtido a soltura dos
presos. Não causa surpresa tal inércia, considerando os antecedentes flagrados
nos últimos dez anos, quando até uma refinaria da Petrobras foi ocupada por
tropas bolivianas, sem a menor resistência por parte das “autoridades
brasileiras”. Nem mesmo um protesto formal diplomático. O lema é privilegiar os
correligionários “bolivarianos”, mesmo em detrimento dos interesses dos
nacionais.
Na área interna, a
sociedade presencia, perplexa, os incríveis acontecimentos ocorridos. De início,
o PSD, partido que não é de esquerda, nem de centro, nem de direita é
constituído, obtendo os benefícios de participação no horário dito gratuito, bem
como o recebimento de recursos do fundo partidário. No presente momento, a
bancada governista aprova um projeto que veda os mesmos benefícios para outros
partidos que venham a ser criados. O objetivo é impedir a candidatura da
ex-senadora Marina Silva e dificultar o fortalecimento do candidato Eduardo
Campos.
Ou seja, a candidata à
reeleição pretende, como o candidato Pezão, no Rio de Janeiro, ganhar por WO
(por desistência, sem candidaturas que levem a disputa para o segundo turno), na
melhor tradição bolivariana. É doutrina bolivariana a tomada do poder pelos
meios democráticos, para depois alterar as respectivas Constituições, assumir o
controle do Legislativo e do Judiciário, controlar a imprensa e perpetuar-se no
governo, a exemplo da Venezuela (herdeiro), Bolívia, Equador e Nicarágua (o
próprio), Argentina (família) e Brasil (“dedaço”). Tudo é permitido. Até a
interferência indevida de estrangeiros no pleito de outros países, seja através
de “marqueteiros”, seja por depoimento via meios de comunicação de massa de
ex-mandatários.
A presidente Dilma,
acompanhada pela CNBB, vai de encontro ao desejo da imensa maioria da população
brasileira (89% - pesquisa da OAB nacional), que exige a mudança da legislação
no relativo à impunidade de ferozes marginais menores de dezoito anos, que
continuam a aterrorizar os pacíficos e desarmados cidadãos, com garantia de
impunidade. Além disto, continua a permitir a tomada da Amazônia por grupos
estrangeiros por intermédio da ação de ONGs internacionais e da nefasta atuação
da Funai, ao demarcar irresponsavelmente áreas indígenas, abrindo a brecha para
a “balcanização” do Brasil. A meta principal da administração passa a ser a
reeleição. A situação econômica deixa de ser
importante.
De fato, assistimos ao caos
dentro do caos. Qual é a solução?
Correio eletrônico : mcoimbra@antares.com.br
Sítio : www.brasilsoberano.com.br (Artigo de
23.04.13-MM).
domingo, 21 de abril de 2013
E-mail enviado ao Jornal O Estado de São Paulo
O Estado de São Paulo
Sr. (Sra.) Redator (a)
A propósito do editorial O ‘filho de Chavez’ falhou (Estadão, de 16/04/2013), é possível asseverar que a vitória do Sr. Maduro sobre o ‘peessedebista’ Capriles, na vizinha Venezuela, frustrou a expectativa de um ponto de inflexão no estado de coisas vigentes na América do Sul. Esse evento político constituiu-se em inequívoco estímulo à continuidade de um conjunto de ações, procedimentos e rotinas com impacto terrível para as populações sul-americanas.
Assim, saem fortalecidos o patrimonialismo da esmola mensal em lugar da oferta de trabalho para que cada um possa buscar a sobrevivência com dignidade; a política de cotas educacionais em substituição às escolas públicas de boa qualidade (atenção, sábios, sou neto de negra, bisneto de índia, oriundo de lar muito modesto e estudei apenas em escola pública que já foi de boa qualidade, sem o malfadado mecanismo de cota); a tentativa recursiva de cercear a liberdade de imprensa; e o crescimento econômico pífio camuflado pela retórica de que tudo segue às mil maravilhas.
Restam cristianizados a solidariedade, defesa e convivência dos operadores da malversação dos recursos públicos; a utilização dos recursos públicos para as estadias faustosas no estrangeiro, camuflada pela falsa defesa da prioridade para os pobres; a poligamia bancada pelos recursos da sociedade; e a retirada de objetos de palácio do governo, por líder substituído, sem qualquer constrangimento.
Similarmente, estão sendo considerados republicanos a associação, defesa e apoio de regimes ditatoriais de várias latitudes; o acolhimento de bandido condenado em país com plena vigência do estado de direito; e o repatriamento de atletas estrangeiros que se opõem à ditadura de seu país.
É forçoso indagar se devemos atribuir aos líderes sul-americanos a condição de maduros ou de ‘podridos’. Não se trata de brincadeira, mas de alusão à podridão moral, ética e intelectual. E também a pior das podridões --- a dos intelectuais que apoiam ou se omitem diante de tanta podridão.
Não raro, reflito sobre a questão dos intelectuais. A História ensina que eles apontam as direções transformadoras. Os operadores da transformação, os estadistas, quando existem, a empreendem. Para tanto, é preciso recorrer ainda à evolução histórica e, facilmente, inferir que as sociedades que atingiram níveis de satisfação coletiva elevados tiveram intelectuais e estadistas, e se submeteram aos ditames de uma equação simples: Talento, Trabalho, Produção e Poupança (T2P2).
Com a perspectiva de não ocorrer alternância de poder no Brasil ao longo de um ciclo de 24 anos, injeta-se no inconsciente coletivo a normalidade da situação vigente e elege-se décadas para aprender, saber, pensar e agir condicionados à equação T2P2 e para empreender a recuperação do tempo perdido. Claro, sendo otimista, e não admitindo que podemos passar à decadência antes de atingir o ápice --- entendendo-se o ápice como a condição da possibilidade de cidadania jurídica, educacional, financeira e política plena, para todos os integrantes da sociedade.
Atenciosamente,
Aléssio Ribeiro Souto
Militar da reserva
quinta-feira, 18 de abril de 2013
DISCURSO EM HOMENAGEM AO DIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO
Exmo
Sr
Presidente,
prezados
deputados
desta
casa,
senhoras
e
senhores,
nobres
militares
que
abrilhantam
esta
Casa
com
suas
digníssimas
presenças
nesta
sessão
solene
em
homenagem
ao
Dia
do
Exército
Brasileiro,
hoje
comemoramos
a
sua
criação,
historicamente
fixada
no
dia
19 de
Abril
do
ano
de
1648.
Esse
foi
o
dia
da
primeira
batalha
dos
Guararapes,
no
estado
de
Pernambuco.
Ali,
um
grupo
de
brasileiros,
de
raças
diferentes,
mas,
com
o
mesmo
espírito
patriótico,
uniu-se
pela
primeira
vez
para
combater
a
dominação
holandesa.
Atualmente,
o
Dia
do
Exército
Brasileiro
serve
para
comemorar
essa
vitória,
enaltecer
o
espírito
patriótico
brasileiro,
divulgar
a
importância
desta
Força
secular
e,
também,
seus
valiosos
integrantes,
homens
e
mulheres
vocacionados,
devotados
e
preparados
para
a
defesa
de
nossa
amada
pátria.
É
com
sentimento
de
profundo
respeito
e
gratidão
que
a
Assembleia
Legislativa
do
Estado
do
Ceará
se
reúne,
hoje,
em
reconhecimento
a
essa
valiosa
Força
Terrestre
, que,
juntamente
com
suas
coirmãs
, Marinha
do
Brasil
e
Força
Aérea
Brasileira,
tem
contribuído
decisivamente,
desde
a
sua
criação
em
1648, para
a
garantia
da
soberania
nacional,
dos
poderes
constitucionais,
da
lei
e
da
ordem,
salvaguardando
os
interesses
nacionais,
e
cooperando
com
o
desenvolvimento
nacional
e
o
bem-estar
social,
mantendo-se
em
permanente
estado
de
prontidão
e
aprestamento
para
cumprir
seu
dever
constitucional.
Esta
casa
legislativa
tem
a
honra
e
o
dever
de
prestar
esta
justa
homenagem
a
essa
instituição
permanente
e
fundamental
na
formação
da
nacionalidade
brasileira.
Sempre
presente
nos
momentos
cruciais
de
nossa
história
nacional,
que
se
liga
intrinsecamente
com
sua
própria
história
militar,
atuando
vitoriosamente
na
manutenção
da
unidade
nacional,
evitando-se
a
fragmentação
política
da
nação;
na
demarcação
definitiva
de
nossas
fronteiras;
na
independência
da
Colônia;
no
fim
da
escravidão;
na
proclamação
da
República
; na
preservação
da
integridade
do
território
brasileiro
e
da
soberania
nacional;
e
na
manutenção
dos
valores
democráticos.
Na
era
contemporânea
, o
Exército
Brasileiro
participou
bravamente
da
II
Guerra
Mundial
junto
às
nações
aliadas
que
venceram
o
nazi-fascismo,
garantindo
a
vitória
da
democracia
liberal
contra
um
regime
ideológico
ditatorial,
totalitarista
e
desumano.
Esse
fato
histórico
enche
de
orgulho
a
todos
brasileiros
e
é
um
perene
marco
de
liberdade
para
a
humanidade
inteira.
Nas
eras
passadas
e
no
período
mais
recente,
a
presença
e
ações
do
Exército
na
construção
da
história
deste
país
sempre
foram
em
sintonia
com
os
desejos
e
as
aspirações
do
povo
brasileiro.
Nunca
negou
apoio
à
sociedade
brasileira
nos
momentos
de
calamidades
e,
também,
quando
ela
se
sentiu
ameaçada,
em
seus
valores
democráticos,
culturais
e
liberais,
por
minorias
comprometidas
com
regimes
radicais
e
totalitaristas.
No
período
da
guerra
fria,
o
Exército
Brasileiro,
pertencendo
ao
bloco
das
nações
que
consagraram
a
democracia
e
a
liberdade
como
a
razão
de
ser
da
própria
existência
dos
povos
livres
do
mundo,
teve
muitos
de
seus
integrantes
imolados,
em
lutas
internas
fratricidas,
na
defesa
desses
valores
democráticos
ocidentais.
Em
alguns
momentos
circunstanciais
da
história,
o
avanço
da
revolução
comunista
no
mundo
e
no
Brasil
obrigou
a
sociedade
civil
a
contrapor-se
a
esse
inexorável
fato,
saindo
às
ruas
em
passeatas
nunca
antes
vistas,
sensibilizando
o
povo
livre
a
lutar
pela
preservação
da
democracia
liberal.
E
o
Exército
jamais
poderia
ficar
alheio
e
contra
essa
vontade
popular,
porque
o
Exército
e
suas
forças
co-irmãs
são
o
próprio
povo
em
armas.
Nesse
período
de
nossa
história
, alguns
grupos
radicais,
patrocinados
por
países
comunistas
ditatoriais,
recorreram
às
armas
na
luta
contra
o
governo
militar.
Seu
objetivo
real,
hoje,
amplamente
e
irrefutavelmente
comprovado,
era
tomar
o
poder
pela
força
e
implantar
um
regime
ditatorial
marxista,
unipartidário,
opressor,
antiliberal
e
tirânico,
semelhante
ao
desses
países:
Cuba,
China
e
ex-
União
Soviética.
Contudo,
senhoras
e
senhores,
graças
ao
bom
Deus,
e
sem
contar
com
o
apoio
popular
essa
minoria
radical
foi
derrotada.
Alguns
anos
depois
, a
Lei
da
Anistia
propôs
um
reencontro
da
sociedade,
uma
reconciliação
nacional,
para
que
se
pudesse
construir
um
novo
Brasil,
para
todos
os
brasileiros,
sem
vencidos
e
vencedores.
Essa
Lei
foi
recepcionada
pela
atual
Constituição,
conforme
entendimento
do
Supremo
Tribunal
Federal.
Ainda enfatizando a relevância
do vital papel do Exército em nossa história recente leio o que
bem escreveu o jornalista Aristoteles Drummond : “O legado dos
militares foram vinte anos de segurança, ordem , desenvolvimento
econômico e social . Ficou o maior programa social do mundo, o
Funrural. Restaram os avanços notáveis na infraestrutura nacional,
de transportes e energia, na habitação popular, no saneamento, nas
telecomunicações,... alavancados por brasileiros, civis e
militares, admiráveis pela competência e dignidade,... todos homens
acima de qualquer suspeita e hoje reconhecidos pelos homens sérios e
de caráter do Brasil... O valor de nossos militares não deve sofrer
abalos, fruto de julgamentos levianos e de inspiração menor . Não
se escreve a história com base em paixões e ódios.”
Apesar deste grandioso passado
histórico de lutas e vitórias indeléveis que garantiram a nossa
soberania, integração nacional, avanços econômicos e as
liberdades democráticas que hoje desfrutamos, o Exército não vive
tempos fáceis, são tempos de óbvios revanchismos políticos,
desprezos e maus tratos governamentais, assim, de modo insofismável
o General José Batista Queiroz, membro da Academia de História
Militar Terrestre , expõe claramente esta situação: “O Exército
teve, tem e sempre terá um compromisso institucional e afetivo com a
liberdade, a democracia, a sociedade brasileira e a justiça social.
A Lei da Anistia propôs um reencontro da sociedade, uma
reconciliação nacional...Os militares estenderam a mão com a
sinceridade que lhes é própria. O que se esperava dos que exercem
temporariamente o poder era que estendessem também a mão e que
tivessem uma postura de respeito ao Exército e aos militares...”
Prosseguindo em seu texto o
General afirma: “ As citações provocativas que setores do Governo
Federal vêm fazendo aos militares – que sempre cumpriram e cumprem
o seu dever com abnegação e disciplina - estão em completo
desacordo com o espírito da Lei da Anistia e em nada contribuem para
o fortalecimento de uma reconciliação nacional... É, portanto,
inaceitável que Secretários de Governo, falando em nome do Governo,
venham a público fazer comentários ofensivos a militares e, ainda,
incitar pessoas a desrespeitarem a Lei da Anistia... A Presidente,
por ser também o Comandante Supremo das Forças Armadas, tem o
dever de zelar pelo fortalecimento das Instituições de Estado e da
Constituição, a qual jurou cumprir.”
Senhoras
e
senhores,
infelizmente,
um
dos
mais
hipócritas
e
vil
instrumento
de
revanchismo
explícito
criado
pelo
atual
governo,
e
em
franca
execução
para
atuar
contra
os
militares
brasileiros,
àqueles
heróis
que
lutaram
contra
a
comunização
do
país,
e
denegrir
as
instituições
militares
é
a
parcial
e
caolha
Comissão
Nacional
da
Verdade,
desde
que
ao
arrepio
da
própria
lei
que
a
criou
e
em
afronta
a
Lei
da
Anistia,
confirmou
oficialmente,
em
Diário
Oficial,
que
limitará
suas
investigações
as
ações
cometidas
somente
pelos
agentes
do
Estado.
Ou
seja,
essa
imparcial
Comissão
se
dedicará
à
mentira.
De
fora
das
investigações
ficarão
os
crimes
cometidos
pelos
terroristas,
guerrilheiros,
seqüestradores,
assaltantes,
justiceiros,
que
violentaram
e
assassinaram
em
nome
da
tirânica
ideologia
marxista
durante
o
regime
militar.
Ao excluir a outra parte, a
ilegal à época, a fora da lei, a Comissão dita da Verdade perde a
legitimidade, porque não está apurando toda a verdade, então, a
verdade histórica, a história que se busca e que se quer revelada,
está comprometida, porque a lei estará sendo, parcial, tendenciosa
e discriminatória e não estará cumprindo a sua finalidade.
Assim,
essa
inescrupulosa
e
infamante
imparcialidade
da
Comissão
da
Verdade,
agindo
sem
pudor
algum,
total
revanchismo
e
doentio
ódio
rancoroso,
ao
final
de
seus
trabalhos
, imporá
goela
a
dentro
da
nação
uma
vergonhosa
mentira
de
encomenda
governamental
federal.
Não
se
pode
esquecer,
propositadamente,
como
faz
a
caolha
Comissão
Nacional
da
Verdade,
que
a
guerrilha
daquela
época,
impetrada
por
grupos
assassinos
como
ALN,
Var-Palmares,
MR-8
e
outros,
tinha
como
objetivo
implantar
no
Brasil
uma
ditadura
comunista
aos
moldes
de
Cuba,
Albânia
e
União
Soviética.
Seus
métodos
eram
sanguinários
e
covardes.
Matavam
seus
próprios
companheiros
que
desistiam,
esses
companheiros
eram
julgados
sumariamente
como
traidores,
seqüestravam
inocentes,
desviavam
aviões
de
carreira
para
Cuba,
assaltavam
bancos
e
matavam
os
clientes
da
hora,
explodiam
repartições
públicas,
matando
pessoas
a
esmo.
Mataram
adidos
militares,
incendiaram
residências,
sequestraram
o
embaixador
dos
EUA,
mataram
de
todas
as
formas
e
por
vários
métodos
bárbaros
agentes
de
estado
encarregados
de
combatê-los.
Esses
violentos
criminosos
ideológicos
também
têm
que
esclarecer
seus
crimes
hediondos
e
serem
conhecidos
pela
nação
brasileira.
Isto
sim
é
agir
com
isenção
de
ânimos,
com
amor
à
verdade,
justiça
e
espírito
verdadeiramente
democrático.
Os
militares
têm
afirmado,
e
com
razão,
que
a
irresponsável
instalação
dessa
unilateral
e
ideologizada
comissão
provocará
perigosas
e
extemporâneas
tensões
políticas,
radicalizações
e
sérias
desavenças
internas
ao
Brasil,
ao
trazer
para
o
presente
o
ranço
ideológico
de
49 anos
atrás,
ultrapassado,
inoportuno
e
fracassado
em
todo
o
mundo
livre,
ressuscitando
os
fatos
ocorridos
, já
anistiados,
pacificados
e
superados.
Está
se
abrindo
uma
grave
ferida
no
amálgama
nacional,
que
certamente
afetará
a
coesão
nacional,
a
democracia
e
a
paz
social,
objetivos
nacionais
permanentes
do
Brasil.
Está
muito
óbvio,
politicamente,
o
que
se
está
buscando
no
atual
governo
que
é
: promover
perseguições,
achincalhamentos
e
retaliações
políticas
contra
aqueles
que
lutaram
e
salvaram
o
país
de
uma
tirânica
e
cruel
ditadura
comunista
como
se
vê
hoje
em
Cuba,
Coréia
do
Norte
e
China.
Não
se
trata
de
endossar
o
que
aconteceu,
mas
de
cobrar
isenção
na
investigação
da
verdade.
Esperar
essa
grandeza
de
espírito
por
parte
dos
terroristas
e
guerrilheiros,
que
hoje
estão
no
poder,
faz
parte
dos
princípios
democráticos.
Mas
como
esperar
por
isso,
se
em
uma
investigação
ligeiramente
mais
apurada
não
escapariam
diversas
autoridades
que
hoje
circulam
pela
Esplanada
dos
Ministérios
sobre
o
salto
alto
da
soberba
e
da
mentira.
A
verdade
que
está
registrada
na
história
nacional,
nos
documentos
e
nos
tribunais
é
uma
só:
O
que
nós
tivemos
nos
governos
militares
foi
um
contragolpe
em
defesa
da
verdadeira
democracia,
uma
ação
dos
militares
livres
para
evitar
a
tomada
do
poder
pelas
esquerdas
radicais
que
levaria
à
desumana
comunicação
e
ao
fim
das
liberdades
democráticas
do
Brasil.
Lembremos
sempre
que
o
maléfico
Revanchismo
é
coisa
típica
de
pessoas
de
alma
apequenada,
intolerante
e
anticristã.
Lembremos
também
que
em
toda
história
existem
três
versões:
a
de
um
lado,
a
do
outro
lado
e
a
verdadeira.
Porém,
hoje
a
mentira
está
na
moda,
está
no
poder
.
Nas
repúblicas
e
democracias
mais
desenvolvidas
do
mundo
, os
militares
e
as
Forças
Armadas
são
prestigiados
e
reconhecidos
como
meios
essenciais
para
a
defesa
da
pátria
, a
preservação
das
instituições
e
a
manutenção
da
própria
democracia.
Do
país
mais
democrático
do
ocidente,
ainda
reverberam
as
palavras
do
presidente
Barack
Obama
proferidas
no
memorial
DAY
: “É
graças
aos
soldados,
e
não
aos
sacerdotes,
que
podemos
ter
a
religião
que
desejamos.
É
graças
aos
soldados,
e
não
aos
jornalistas,
que
temos
a
liberdade
de
imprensa.
É
graças
aos
soldados,
e
não
aos
poetas,
que
podemos
falar
em
público.
É
graças
aos
soldados
, e
não
aos
professores,
que
existe
liberdade
de
ensino.
É
graças
aos
soldados,
e
não
aos
advogados,
que
existe
o
direito
a
um
julgamento
justo.
É
graças
aos
soldados,
e
não
aos
políticos,
que
podemos
votar...”
Obviamente,
aqui
no
Brasil
, ainda
há
minorias
radicais
extemporâneas
que
não
pensam
a
mesma
coisa.
Senhoras
e
senhores,
meus
nobres
colegas
deputados
e
deputadas,
por
tudo
isso,
que
o
glorioso
Exército
Brasileiro
fez
e
continua
fazendo,
em
seus
365 anos
de
existência,
por
esta
nação
livre
e
democrática,
garantindo
a
ordem,
o
progresso
e
a
paz
social,
concito
a
todos
se
posicionarem
em
permanente
estado
de
defesa,
com
a
máxima
coragem,
agindo
com
veemência
e
pronta
resposta
aos
constantes
ataques
deletérios,
tratamentos
demeritórios
e
atos
de
revanchismos
infames
lançados
contra
esta
secular
instituição
nacional,
digna,
honrada
e
da
mais
alta
credibilidade
popular,
cuja
histórica
vocação
é
com
a
democracia
e
a
liberdade,
e
seu
compromisso
pétreo
é
com
o
Brasil.
Vejam
os
salários
pagos
dos
integrantes
de
nossas
FFAA
de
hoje
e
comparem
com
os
de
outras
instituições,
como
por
exemplo:
Justiça,
Congresso
Nacional,
etc.
Vejam também hoje os desmandos
existentes na nossa Petrobrás, a maior Estatal Brasileira.
Vejam nos dias de hoje as
sentenças proferidas pelo STF em relação aos integrantes do
maldito mensalão.
Finalizando,
senhoras
e
senhores,
meus
nobres
pares
e
dignos
militares
aqui
presentes,
no
ensejo
das
homenagens
deste
19 de
abril,
e,
principalmente,
por
dever
de
justiça
e
gratidão
que
reafirmamos
nosso
respeito,
nossa
admiração,
defesa
intransigente
e
reconhecimento
ao
Exército
Brasileiro,
essa
instituição
permanente,
altaneira,
nunca
derrotada,
corajosa,
orgulhosa
e
sempre
pronta
para
atender
ao
chamado
da
nação
brasileira
para
sua
defesa.
Viva o Exército Brasileiro!
Viva a democracia!
Viva o Brasil!
Muito obrigado.
(Deputado Estadual Duquinha na audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de Ceará, no dia 17 de Abril p.p., em homenagem ao Dia do Exército (19 Abr) com a presença dos Cmt da 10ªRM, Capitão dos Portos/CE, Cmt BAeFla, generais e militares da Reserva e civis convidados.)
(Deputado Estadual Duquinha na audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de Ceará, no dia 17 de Abril p.p., em homenagem ao Dia do Exército (19 Abr) com a presença dos Cmt da 10ªRM, Capitão dos Portos/CE, Cmt BAeFla, generais e militares da Reserva e civis convidados.)
domingo, 14 de abril de 2013
Dilma e os 40 ministros
O Estado de S. Paulo, sexta-feira,
12 de abril de 2013
12 de abril de 2013 | 2h
15
Fernando Gabeira *
É muito difícil fazer a revolução, é muito
difícil vencer, mas as dificuldades mesmo começam quando se chega ao governo -
essa frase é de um personagem do filme A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo.
Sempre me interessei pelo tema na literatura que descreve as transformações na
cabeça das pessoas que alcançam o poder. O personagem de Pontecorvo referia-se a
uma guerra de libertação nacional contra o colonialismo francês, algo muito mais
dramático do que a vitória da esquerda brasileira em 2002.
Minha experiência no Brasil me leva a ressaltar um ponto decisivo na corrosão dos objetivos estratégicos - quando existem - dos vencedores de uma luta prolongada: o desejo patético de continuar no poder, desde o primeiro dia em que nele se instalam. A contradição entre o discurso modernizador e as atitudes do governo fica muito mais clara no período eleitoral, embora exista todo o tempo.
Dilma Rousseff convidou o empresário Jorge Gerdau para colaborar na racionalização administrativa do governo. Gerdau foi decisivo na modernização do governo do Estado do Rio de Janeiro. Temos uma dívida de gratidão com ele, que investiu dinheiro do próprio bolso no projeto. O único efeito colateral dessa operação bem-sucedida foi o aumento do prestígio do governador Sérgio Cabral. Nada de muito grave que não pudesse ser anulado com uma noitada em Paris, a bajulação do dono da Delta, guardanapos amarrados na cabeça e as mulheres exibindo os sapatos Christian Louboutin como se dançassem um passo de cancan.
Apesar de todo o trabalho de Gerdau, Dilma criou mais ministérios. Oficialmente temos 39. Com o marqueteiro João Santana funcionando como ministro especial, podemos chamá-los de a presidente e seus 40 ministros. A racionalidade foi para o espaço porque existe apenas o patético desejo de continuar no poder.
Como se não bastasse, Dilma resolveu prolongar a redução do IPI dos carros até o fim do ano. Qualquer pessoa sensata que ande pelas ruas das metrópoles brasileiras sabe que estamos chegando ao limite e a falta de mobilidade urbana é um grande desafio à produtividade nacional. Isso para não mencionar os portos, como o de Santos, com filas quilométricas de caminhões. Não conseguimos exportar nossa produção com fluidez, a mercadoria adormece no asfalto. E quando importada de avião não consegue ser liberada pela burocracia.
É surpreendente como uma esquerda que se inspirou no marxismo, mesmo sem o ter lido bem, com raríssimas exceções adota o caminho irracional com tanta naturalidade. Falando com um americano do setor de petróleo, ele se mostrou perplexo com a decisão da Petrobrás de comprar uma refinaria em Pasadena, nos EUA. O equipamento é superado, custou alguns milhões de dólares mais do que valia e nos deixou com o mico nas mãos. Não posso afirmar que essa irracionalidade esteja ligada às eleições, assim como a tentativa de entregar ilhas do patrimônio nacional ao ex-senador Gilberto Miranda. Mas se alguém ganhou dinheiro com o negócio desastroso, os dólares têm toda a possibilidade de aparecer nas campanhas.
Muitos gostam de enriquecer, comprar imóveis em Miami, alugar aviões, etc... Mas o dinheiro da campanha é sempre sagrado: the show must go on. Isso num contexto geral mais obscuro, em que eleitoralmente é possível saber quem ajuda o governo, mas, pelo fechamento do BNDES, é impossível saber quem o governo ajuda.
O trânsito para a total irracionalidade é mais nítido na esquerda venezuelana, que usa o mesmo marqueteiro do PT. Num dos anúncios criados por Santana, Hugo Chávez aparece no céu encontrando-se com Che Guevara, Simón Bolívar. Nicolás Maduro, o candidato chavista, vai mais longe: afirma que o comandante Chávez reaparece em forma de passarinho quando se reza por ele. Breve teremos passarinhos trinando nos campos verdes, a encarnação de Chávez protegendo nosso sono, aconselhando-nos nos dilemas cotidianos e, claro, batendo pesado na oposição.
Como foi possível sair da leitura de Marx para um realismo fantástico de segunda categoria? Como foi possível do caldo das teses de Marx sobre Feuerbach, mostrando a origem social do misticismo, ou do tempero de A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, a crença de que exista um canto no céu onde se encontram os ícones da esquerda latino-americana e que eles viram passarinho para nos indicarem o caminho da libertação? Mesmo sem parecer muito inteligente, não creio que Maduro leve a sério essas histórias da transfiguração de Chávez.
No caso de Lula, posso falar com mais propriedade. Ao nomear Dilma a mãe do PAC, houve uma nítida inflexão em suas ideias sobre o mundo. Lembro-me de que em 2002, na Caravana da Cidadania, ao visitarmos São Borja, onde Getúlio Vargas está enterrado, Lula hesitou em levar flores ao seu túmulo. "Não seria fortalecer um populismo desmobilizante?", perguntou. Certamente Lula não acredita que a sociedade democrática seja uma réplica da família, na qual os governantes fazem o papel dos pais e os eleitores, de filhos obedientes.
A verdade é que a esquerda no poder deixou para trás muitas convicções. Oscila entre o paternalismo e o misticismo religioso. Suas fontes não são apenas as religiões de origem cristã. Inconscientemente, já pratica o vodu, sobretudo a ouanga, um feitiço para envenenar simbolicamente os adversários por intermédio de seus sacerdotes eletrônicos. Não percebe que o destino final de seu sonho de poder é a criação de uma nação de zumbis, manipulando gadgets, povoando supermercados, mentalmente mortos por falta de oxigênio no cérebro.
Em vez de avançar por meio da prática e da autocrítica, de aprender com os próprios erros e contribuir para o alargamento do horizonte intelectual, a esquerda em alguns países latino-americanos optou pelo atraso e pela superstição simplesmente porque tem pavor de perder o governo, como se não houvesse vida fora dele. Assim, uma jovem rebelde dos anos 60 se transformou na Mãe Dilma, apoiada pelo Pai Lula, e seu 40.º ministro produz filmes sobre a esquerda no céu para os herdeiros de um passarinho chamado Chávez.
Minha experiência no Brasil me leva a ressaltar um ponto decisivo na corrosão dos objetivos estratégicos - quando existem - dos vencedores de uma luta prolongada: o desejo patético de continuar no poder, desde o primeiro dia em que nele se instalam. A contradição entre o discurso modernizador e as atitudes do governo fica muito mais clara no período eleitoral, embora exista todo o tempo.
Dilma Rousseff convidou o empresário Jorge Gerdau para colaborar na racionalização administrativa do governo. Gerdau foi decisivo na modernização do governo do Estado do Rio de Janeiro. Temos uma dívida de gratidão com ele, que investiu dinheiro do próprio bolso no projeto. O único efeito colateral dessa operação bem-sucedida foi o aumento do prestígio do governador Sérgio Cabral. Nada de muito grave que não pudesse ser anulado com uma noitada em Paris, a bajulação do dono da Delta, guardanapos amarrados na cabeça e as mulheres exibindo os sapatos Christian Louboutin como se dançassem um passo de cancan.
Apesar de todo o trabalho de Gerdau, Dilma criou mais ministérios. Oficialmente temos 39. Com o marqueteiro João Santana funcionando como ministro especial, podemos chamá-los de a presidente e seus 40 ministros. A racionalidade foi para o espaço porque existe apenas o patético desejo de continuar no poder.
Como se não bastasse, Dilma resolveu prolongar a redução do IPI dos carros até o fim do ano. Qualquer pessoa sensata que ande pelas ruas das metrópoles brasileiras sabe que estamos chegando ao limite e a falta de mobilidade urbana é um grande desafio à produtividade nacional. Isso para não mencionar os portos, como o de Santos, com filas quilométricas de caminhões. Não conseguimos exportar nossa produção com fluidez, a mercadoria adormece no asfalto. E quando importada de avião não consegue ser liberada pela burocracia.
É surpreendente como uma esquerda que se inspirou no marxismo, mesmo sem o ter lido bem, com raríssimas exceções adota o caminho irracional com tanta naturalidade. Falando com um americano do setor de petróleo, ele se mostrou perplexo com a decisão da Petrobrás de comprar uma refinaria em Pasadena, nos EUA. O equipamento é superado, custou alguns milhões de dólares mais do que valia e nos deixou com o mico nas mãos. Não posso afirmar que essa irracionalidade esteja ligada às eleições, assim como a tentativa de entregar ilhas do patrimônio nacional ao ex-senador Gilberto Miranda. Mas se alguém ganhou dinheiro com o negócio desastroso, os dólares têm toda a possibilidade de aparecer nas campanhas.
Muitos gostam de enriquecer, comprar imóveis em Miami, alugar aviões, etc... Mas o dinheiro da campanha é sempre sagrado: the show must go on. Isso num contexto geral mais obscuro, em que eleitoralmente é possível saber quem ajuda o governo, mas, pelo fechamento do BNDES, é impossível saber quem o governo ajuda.
O trânsito para a total irracionalidade é mais nítido na esquerda venezuelana, que usa o mesmo marqueteiro do PT. Num dos anúncios criados por Santana, Hugo Chávez aparece no céu encontrando-se com Che Guevara, Simón Bolívar. Nicolás Maduro, o candidato chavista, vai mais longe: afirma que o comandante Chávez reaparece em forma de passarinho quando se reza por ele. Breve teremos passarinhos trinando nos campos verdes, a encarnação de Chávez protegendo nosso sono, aconselhando-nos nos dilemas cotidianos e, claro, batendo pesado na oposição.
Como foi possível sair da leitura de Marx para um realismo fantástico de segunda categoria? Como foi possível do caldo das teses de Marx sobre Feuerbach, mostrando a origem social do misticismo, ou do tempero de A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, a crença de que exista um canto no céu onde se encontram os ícones da esquerda latino-americana e que eles viram passarinho para nos indicarem o caminho da libertação? Mesmo sem parecer muito inteligente, não creio que Maduro leve a sério essas histórias da transfiguração de Chávez.
No caso de Lula, posso falar com mais propriedade. Ao nomear Dilma a mãe do PAC, houve uma nítida inflexão em suas ideias sobre o mundo. Lembro-me de que em 2002, na Caravana da Cidadania, ao visitarmos São Borja, onde Getúlio Vargas está enterrado, Lula hesitou em levar flores ao seu túmulo. "Não seria fortalecer um populismo desmobilizante?", perguntou. Certamente Lula não acredita que a sociedade democrática seja uma réplica da família, na qual os governantes fazem o papel dos pais e os eleitores, de filhos obedientes.
A verdade é que a esquerda no poder deixou para trás muitas convicções. Oscila entre o paternalismo e o misticismo religioso. Suas fontes não são apenas as religiões de origem cristã. Inconscientemente, já pratica o vodu, sobretudo a ouanga, um feitiço para envenenar simbolicamente os adversários por intermédio de seus sacerdotes eletrônicos. Não percebe que o destino final de seu sonho de poder é a criação de uma nação de zumbis, manipulando gadgets, povoando supermercados, mentalmente mortos por falta de oxigênio no cérebro.
Em vez de avançar por meio da prática e da autocrítica, de aprender com os próprios erros e contribuir para o alargamento do horizonte intelectual, a esquerda em alguns países latino-americanos optou pelo atraso e pela superstição simplesmente porque tem pavor de perder o governo, como se não houvesse vida fora dele. Assim, uma jovem rebelde dos anos 60 se transformou na Mãe Dilma, apoiada pelo Pai Lula, e seu 40.º ministro produz filmes sobre a esquerda no céu para os herdeiros de um passarinho chamado Chávez.
* Fernando Gabeira é
jornalista.
31 de Março - Esquecer também é trair
Senhores
coronéis/irmãos em armas/cidadão civil presente/cheio de razão, para se
irmanar conosco neste aniversário da Revolução de 31 de Março, na
medida em que o movimento, muito mais que a nós militares, se deve à
mobilização de todo um povo rebelado contra a comunização da Pátria.
Antes
de iniciar a alocução que me propus a fazer, devo dizer, instado pelo
nosso Coronel Guido, solicitaria que ficássemos de pé para fazermos um
minuto de silêncio, homenageando os 120 (cento e vinte) mortos pelos
comunoterroristas no combate à luta armada. Esse preito modesto, mas de
coração, que o façamos extensivo, incluindo as 241 (duzentos e quarenta e
uma) vítimas do dantesco sinistro ocorrido recentemente em nossa Santa
Maria.
Companheiros, ainda no dia 23 de março, recebi uma mensagem do General Marco Felício com o seguinte informe: -“Paiva,
houve uma sugestão no sentido de esvaziar a data (31 de março), o que
já vem ocorrendo não é de hoje. A proibição, portanto, parte do comando
local, isto é, do próprio Exército,...”. Senhores, aonde fomos
parar! Não podemos festejar a data nos quartéis onde servimos e que se
rebelaram contra o golpe de esquerda, em andamento naquele ano de 1964.
Um golpe que era urdido de forma solerte e rasteira contra as nossas
mais caras crenças e tradições.
Hoje
não vou deixar por menos. Preciso, quero e vou transmitir angústia.
Devo extravasar a tristeza que explode no coração dos velhos soldados.
Tenho que bradar por aqueles que já nasceram soldados, assim viveram e
assim vão morrer. Hoje, quero ser o porta-voz da frustração nos
marinheiros e nos aviadores, daqueles que enfrentaram, conosco, de armas
na mão, a guerra suja dos anos 60/70, posto que são todos, assim como
nós, simples e crédulos guerreiros da Pátria. Hoje quero pedir ao
cidadão, à mídia, que nos olhem como acreditamos ser, pelo que juramos,
pelo que nos emula, pela valentia e força de vontade no cumprimento das
missões, que somente nós temos a capacidade de cumprir. Hoje, tenho que
render o preito “àqueles militares”, mais precisamente aos que preteriam
governos, funções e benesses de cargos, alçando sempre o BRASIL ACIMA
DE TUDO!
Camaradas,
como se pode preterir a Pátria Brasileira, aquiescendo com
subserviência a congressistas descomprometidos e aceitando as
humilhações de um governo revanchista, se a grande maioria dos políticos
chafurda na corrupção, quando os governantes têm um projeto de tomada e
permanência no poder, indefinido no tempo e no espaço, perseguido de
forma absolutamente implacável e norteado pelo chamado método
“gramcista”, uma estratégia insidiosa que visa nos submeter ao império
da “foice e do martelo” através de manobras subliminares.
Atualmente,
os veteranos da luta contra os traidores da pátria só contam mesmo com o
apoio, com a solidariedade da reserva. Os “vigilantes das campanas”, os
“estoura aparelhos”, os agentes da hoje esquecida e injustiçada
“comunidade de informações” estão indefesos, desarmados, incapazes e
entregues à sanha do “escracho” covarde. Por cumprirem ordens, aqueles
que garantiram o porvir de uma descendência, que não é só deles, mas de
todo um povo, estes companheiros em verdade estão a vivenciar o
sentimento de que o Brasil os esqueceu e não se importa se vão morrer
enxovalhados, absolutamente inferiorizados, enquanto pelegos comunistas,
de reconhecida ferocidade nas ações terroristas que protagonizaram, são
alçados como “heróis” e regalados com polpudas “compensações” pelo
Estado.
É
de se perguntar. E os comandantes, aqueles herdeiros do destemido
Almirante Tamandaré? E os chefes, aqueles guerreiros anônimos e
decididos que balizavam suas posturas no caráter imaculado do Duque de
Caxias? E os líderes audazes, aqueles falcões agressivos que herdaram o
passado de glórias do “SENTA A PUA” nos céus da Itália. Aonde estão
estes profissionais das armas que deveriam zelar pelo juramento do
General Walter Pires Carvalho de Albuquerque? “Não deixar para trás o
irmão em armas!”
Este
dogma ainda é levado a sério no seio das Forças Armadas? Pergunto aos
velhos soldados: -“O que foi feito da nossa camaradagem?” Enfatizo:
-”Por que não estamos festejando a Revolução de 31 de Março em uma
unidade do EB?”
A
nação em expectativa está assistindo: o Exército não marcha convicto/a
FAB não decola com segurança/a Marinha não levanta ferros confiante/as
Forças Armadas vivem sendo humilhadas. Justiça seja feita, somente a
reserva se manifesta indignada com o BIG BROTHER que se armou para se
chapar os militares. Até mesmo um capitão reformado, do “QAO”, já
aloprou e pôs para fora as verdades que, sabemos, estão engasgadas nas
gargantas de muitos oficiais da ativa. Em Brasília, há quem diga
(milicos de sapato alto) que o companheiro ficou maluco. Se falam dele
assim, eu imagino como devem desdizer o desassombro de um General Marco
Felício, do General Rocha Paiva, de um Coronel Soriano, enfim, destes
muito raros que lograram algum espaço na imprensa. Com justiça, o
Capitão do QAO Reformado José Geraldo Pimentel, quando deixa extravasar
sua “maluquês”,* é merecedor de respeito.
Na
verdade, a maioria esmagadora da nossa oficialidade ainda guarda na
memória com saudades a imagem de um Brasil que não admitia limitações de
soberania e do Exército que colocava a Pátria Brasileira, quando em
situação de crise/sítio, acima de tudo. Que não se duvide, acreditem,
atualmente estamos mergulhados de ponta cabeça em situação de
crise/sítio. São ministros subordinados aos ditames do "Foro de São
Paulo", fazendo sangrar as cicatrizes da pátria mãe gentil, sacrificada
na luta fratricida dos anos 60/70; são chanceleres e magistrados,
contribuindo para a desintegração do território nacional e foram os
chefes de estado que assinaram tratados lesivos à soberania e segurança
da nação.
Meus
amigos, é lamentável! O segmento militar da sociedade vive hoje em
transe constante. Como se admitir que nenhuma Força Armada vá amparar os
chefes de família, as suas mulheres que passaram noites mal dormidas
com os maridos em combate às organizações subversivas? Imaginem o
“stress” dos telefonemas na calada da noite? Esposas, filhos chorando em
casa, alarmados por comandos que lhes reclamavam os pais para
"campanas", estouros de “aparelhos”, uma caça sem quartel aos
assaltantes de bancos, seqüestradores, bandoleiros ferozes, fanatizados
por códigos que lhes disciplinavam, inclusive, com quem deveriam se
relacionar intimamente, tudo isto em completo desalinho com os ditames
da ética e da moral.
A oficialidade precisa se ligar! Um vácuo de liderança em nossas fileiras pode ser fatal!
Quem
é “milico” sabe muito bem do que está se falando. *Quem sabe faz a
hora, não espera acontecer! E ainda existe o “inimigo verde-oliva”,
aquele que não gosta quando profissionais da velha guarda se reportam ao
“no meu tempo”, às militâncias dos idos passados e ao arraigado binômio
"espírito de corpo/espírito militar" que pairava pelos cantões de
nossos aquartelamentos e, que se diga, está em franco crepúsculo se já
não acabou. Para esse devo mandar um recado: não é o material mais
moderno, não são os métodos de instrução refinados, os programas
revolucionários da didática contemporânea que forjam o combatente de
escol. Nada, absolutamente nada, substitui o instrutor, o comandante, o
líder que olha no fundo do olho do soldado e lhe repassa as tradições e
as nobres virtudes militares que devemos cultuar e preservar.
A
verdade dói, mas tem que ser dita, e vou dizê-la! No instante em que o
Exército passou a não garantir os que, de armas na mão, impediram a
“satelização” do País por uma potência alienígena, como havia prometido o
General Walter Pires, a Instituição sangrou sua mística de
credibilidade!
Chegaram
ao cúmulo da desfaçatez de desdizê-lo. Quem não se lembra, em alto e
bom som se disse: -“O Exército não vai fazer nada!”. Isto é inominável!
A
esta altura dos acontecimentos, meus velhos soldados velhos, só mesmo
invocando o Duque de Caxias junto com o Marquês do Herval! Percebam
companheiros, a partir daí, a FORTALEZA, que era o Exército, escancarou
os portões e nossos algozes vermelhos hastearam o estandarte da Força
Terrestre de cabeça para baixo.
Eis
que um tal de engolir desaforos, reprimendas, puxões de orelhas, uma
verdadeira síndrome de subordinação ao “politicamente correto”, tudo
passou a ser escudado pela justificativa dos regulamentos. Esta finta,
para alguns, veste como luva para lograr manutenção de cargos, comissões
e mordomias decorrentes! A lealdade á Pátria, o respeito pela
Instituição e a admiração pelos subordinados que se explodam!
Ah!
Mas aí seria ferir a disciplina! Ledo engano! Ninguém a fere quando,
polida e briosamente, se choca os calcanhares e se solicita a exoneração
da função por um chamamento à ordem descabido. Velhos soldados! Sei que
tem gente malhando: quero ver se ele falava assim se estivesse no
quadro de acesso!
Vão
se dar mal, quem serviu comigo, quando eu chefiava o estado-maior da 5ª
RM/DE em Curitiba nos idos de 1997, sabe muito bem porque.
Alguém
poderá dizer: -“Mas algumas autoridades militares chegaram a esboçar
algum, que fosse, protesto de brio! Encouraçados, dá para contar nos
dedos! Mas foi tudo munição de festim. /Hoje/ assim como viúvas de Che
Guevara, os porta-vozes de um revanchismo pelego nos insultam sem peias e
já falam em arrastar pelo braço o nosso irmão em armas que se negar a
depor nesta “COMISSÃO DA MENTIRA”.
Feridas
sangrando, grupos em cizânia exacerbada, País ameaçado, Forças Armadas
vergadas, desintegração territorial e social. Cidadão brasileiro!
O
loteamento de nosso chão pelos grandes predadores militares será só uma
questão de tempo se os soldados não fizerem valer, em tempo útil, as
responsabilidades constitucionais que lhes cabe assumir pela Carta
Magna.
Se
isto se der, vá em frente soldado, avante jovem das fileiras. Fique
certo de que nós, a sua reserva /nós/ não vamos deixá-los para trás se
tombarem nas trincheiras. No mínimo morreremos juntos, lado a lado,
ombro a ombro, porque, quer queiram quer não queiram, quem abriu o
portão das armas para você no quartel fomos nós, assim como fomos nós
que os transformamos em soldados. Jamais olvidaremos esta verdade da
qual /você/ não se lembra mais. A dúvida que nos destrói, que nos
machuca, todavia permanece: aonde nós falhamos se hoje a disciplina para
com os governantes pretere o respeito pela Instituição e a lealdade que
se deve para com a Pátria?
De
qualquer modo, se pudesse deixar para você um princípio que sempre me
norteou durante os meus 38 (trinta e oito) anos de serviço no Exército,
eu o traduziria assim: -“A linha limite, entre o tão decantado
equilíbrio emocional e o brio que enobrece, é tiranicamente tênue.
Soldados que se prezam devem ter a sensibilidade, que dele se espera,
para saber quando termina o primeiro/de molde a prevalecer o segundo.”
Paulo Ricardo da Rocha Paiva - Cel
Paulo Ricardo da Rocha Paiva - Cel
segunda-feira, 8 de abril de 2013
OS OBJETIVOS DA COMISSÃO DA VERDADE
Luis Nassif -
sábado,
26 de maio de 2012
A Comissão
da Verdade NUNCA foi uma demanda da sociedade brasileira, que tem outras e muito
mais reais preocupações, conforme pesquisa conduzida pelo próprio Governo
através do IPEA. A população brasileira tem como primeira preocupação a
violência de que é vítima nas ruas, nas casas, nas escolas, nos latrocínios, nos
arrastões, violência essa que parece não incomodar a mínima a esquerda que no
seu subconsciente acha que o assaltante é ao final um coitadinho que apenas está
fazendo justiça social.
A Comissão
da Verdade é um PROJETO político da esquerda radical, que não está nem aí para
as famílias das vítimas, usadas como cobertura do projeto e sim com o CAPITAL
POLITICO que pretende gerar com essa Comissão, emparedando as Forças Armadas
para ao final enfraquecê-las.
Os
governos pós-regime militar não se arriscaram com esse projeto, nem o próprio
Lula se entusiasmou com a instalação dessa comissão, o atual Governo, não
obstante o equilíbrio e a sensatez da Presidente Dilma, pareceu sem forças para
resistir a essa investida da esquerda radical e tentou minimizar a pressão com a
indicação de dois nomes mais centrados, José Carlos Dias e Gilson Dipp, o que de
imediato gerou protestos dos radicais, que queriam uma Comissão 100%
esquerdizante.
O custo
político para o Governo será alto.
No meio
militar não há ilusões quanto às reais intenções dos “pais” dessa Comissão,
especialmente do seu obvio “líder”, Paulo Sérgio Pinheiro, o mesmo que operou,
de dentro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, onde era
Vice-Presidente, a montagem do processo originário de uma denúncia de parente de
guerrilheiro do Araguaia, apresentada em 2009 que evoluiu para um processo de
condenação do Brasil na Corte de São Jose. Paulo Sérgio Pinheiro, um típico
esquerda de salão de nível internacional, é determinado, preparado, bem
conectado e tem um projeto definido, conhece como ninguém os bastidores desse
movimento internacional de direitos humanos aparentemente neutro, mas na
realidade cabeça de ponte de objetivos muito mais altos.
Em um
momento que o Estado brasileiro deveria dar a partida para um grande projeto de
'upgrade' de suas Forças Armadas, para elevá-las ao nível de importância do
Brasil na ordem global, considerando que o Brasil está MUITO ABAIXO dos outros
BRICs no potencial militar, neste momento crucial o Estado brasileiro se dá ao
luxo de desprestigiar ao máximo suas Forças Armadas ao colocá-las no banco dos
réus como se marginais fossem, detonando um capital vital para a operação
militar, qual seja o prestígio e o apoio que o Estado dá à sua Instituição
Militar.
Os outros grandes emergentes, a Rússia, a China e a Índia jamais cairiam nessa armadilha e suas Forças Armadas, se fosse possível um ranking de violência, fariam as nossas serem inocentes escoteiros, mas nenhum desses grandes Estados cogitou de colocar suas forças armadas como rés de um processo público de desmoralização avalizada pelo Estado.
Os outros grandes emergentes, a Rússia, a China e a Índia jamais cairiam nessa armadilha e suas Forças Armadas, se fosse possível um ranking de violência, fariam as nossas serem inocentes escoteiros, mas nenhum desses grandes Estados cogitou de colocar suas forças armadas como rés de um processo público de desmoralização avalizada pelo Estado.
Não venham
com o exemplo do Chile. As Forças Armadas chilenas são a instituição mais forte
do País até hoje, as forças mais bem equipadas da America Latina, não houve
nenhum processo de julgamento da Instituição Militar chilena, cujo currículo de
violação de direitos humanos é infinitamente mais pesado do que se acusam as do
Brasil e olhe que o Chile em população é menos de um décimo da que é o Brasil. A
Instituição Militar chilena manteve toda sua estrutura intacta, sua participação
no Orçamento é vinculada à arrecadação, nunca tiveram falta de verbas ou
sucateamento.
Os
processos de saída dos regimes militares argentino, chileno e uruguaio foram
completamente diferente do brasileiro, suas anistias foram auto-concedidas e não
negociadas e se referiram apenas ao lado militar e não aos seus adversários,
portanto comparar os processos é uma fraude intencional.
Como
diria o Príncipe de Talleurand, esse projeto mais que um crime, é um erro e o
Brasil nada ganha com ele. O resultado de Forças Armadas desmoralizadas é que no
futuro os jovens não mais verão na carreira militar um atrativo, ninguém quer
atrelar seu futuro a uma Instituição enfraquecida, tampouco um jovem vai fazer
sacrifícios em favor de uma corporação desmoralizada, um País das dimensões do
Brasil fará uma loucura em tornar dispensável uma das mais importantes
Instituições que formaram o País através de séculos de
História.
“A VERDADE É FILHA
DO TEMPO, NÃO DA AUTORIDADE” - GALILEU GALILEI
domingo, 7 de abril de 2013
No Tempo de Minha Infância
No tempo da minha infância
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal
Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal
Bebi leite ao natural
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria
A barriga da miséria
Tirei com tranquilidade
Do pão com manteiga e queijo
Hoje só resta a saudade
A vida ficou sem graça
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade
Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração
Com a modernização
Quase tudo é proibido
Pois sempre tem uma Lei
Que nos deixa reprimido
Fazendo tudo que eu fiz
Hoje me sinto feliz
Só por ter sobrevivido
Eu nunca fui impedido
De poder me divertir
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir
Não se temia a galera
E naquele tempo era
Proibido proibir
Vi o meu avo dirigir
Numa total confiança
Sem apoio, sem air-bag
Sem cinto de segurança
E eu no banco de trás
Solto, igualzinho aos demais
Fazia a maior festança
No meu tempo de criança
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado
Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria
Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira
De uma fonte natural
Ou até de uma mangueira
E essa água engarrafada
Que diz-se esterilizada
Nunca entrou na nossa feira
Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado
Ter alguns dentes partidos
Ou um joelho arranhado
Vovó guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado
Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos
Aboli todos os medos
Apostando umas carreiras
Em carros de rolimã
Sem usar cotoveleiras
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta,
Capacete e joelheiras
Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha
Bola de Gude e Pião
De mocinhos e Cawboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão
Eu cantei Cai, Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé
Gata Pintada, Esta Rua
Pai Francisco e De Marré
Também cantei Tororó
Brinquei de Escravos de Jó
E o Sapo não lava o pé
Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar
Peixe nenhum eu pagava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar
Tomava banho de mar
Na estação do verão
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão
Não voltava bronzeado
Mas com o corpo queimado
Parecendo um camarão
Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia
Não tinha vídeo cassete
Muito menos internet
Como se tem hoje em dia
O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço
Não existia ração
Nem brinquedo feito osso
E para as pulgas matar
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço
E ele achava um colosso
Tomar banho de mangueira
Ou numa água bem fria
Debaixo duma torneira
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira
Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Vovó não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar
Comecei a trabalhar
Com onze anos de idade
Pois o meu avo me mostrava
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade
Mas hoje a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança
A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez...
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal
Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal
Bebi leite ao natural
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria
A barriga da miséria
Tirei com tranquilidade
Do pão com manteiga e queijo
Hoje só resta a saudade
A vida ficou sem graça
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade
Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração
Com a modernização
Quase tudo é proibido
Pois sempre tem uma Lei
Que nos deixa reprimido
Fazendo tudo que eu fiz
Hoje me sinto feliz
Só por ter sobrevivido
Eu nunca fui impedido
De poder me divertir
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir
Não se temia a galera
E naquele tempo era
Proibido proibir
Vi o meu avo dirigir
Numa total confiança
Sem apoio, sem air-bag
Sem cinto de segurança
E eu no banco de trás
Solto, igualzinho aos demais
Fazia a maior festança
No meu tempo de criança
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado
Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria
Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira
De uma fonte natural
Ou até de uma mangueira
E essa água engarrafada
Que diz-se esterilizada
Nunca entrou na nossa feira
Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado
Ter alguns dentes partidos
Ou um joelho arranhado
Vovó guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado
Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos
Aboli todos os medos
Apostando umas carreiras
Em carros de rolimã
Sem usar cotoveleiras
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta,
Capacete e joelheiras
Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha
Bola de Gude e Pião
De mocinhos e Cawboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão
Eu cantei Cai, Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé
Gata Pintada, Esta Rua
Pai Francisco e De Marré
Também cantei Tororó
Brinquei de Escravos de Jó
E o Sapo não lava o pé
Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar
Peixe nenhum eu pagava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar
Tomava banho de mar
Na estação do verão
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão
Não voltava bronzeado
Mas com o corpo queimado
Parecendo um camarão
Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia
Não tinha vídeo cassete
Muito menos internet
Como se tem hoje em dia
O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço
Não existia ração
Nem brinquedo feito osso
E para as pulgas matar
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço
E ele achava um colosso
Tomar banho de mangueira
Ou numa água bem fria
Debaixo duma torneira
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira
Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Vovó não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar
Comecei a trabalhar
Com onze anos de idade
Pois o meu avo me mostrava
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade
Mas hoje a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança
A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez...
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