Continencia

Continencia
Caserna

terça-feira, 3 de julho de 2012

As Placas da AMAN

Tenho recebido mensagens encaminhadas por velhos amigos, desculpem, antigos amigos, pessoas que merecem de minha parte as mais respeitosas referências. Na verdade, quando se passa dos setenta anos são essas lembranças que nos fazem permanecer vivos.
Voltando às mensagens, quero me referir àquelas que criticam o comandante da Força pela participação e aquiescência com a decisão da Comissão de Direitos Humanos da OEA, no sentido de afixar placas na Academia Militar das Agulhas Negras, alusivas à morte de um cadete durante um exercício.
Não tive a honra de cursar a AMAN, mas sempre reverenciei aquela Escola, talvez mais do que muitos que lá se formaram.
Também não tenho procuração para falar em defesa do comandante do Exército e, mesmo que tivesse não o faria, por questão de princípios.
Mas, nem por isso ou talvez justamente por isso, me permito dizer que acho injusto concentrar as críticas apenas no general comandante.
Ainda que se diga que o comandante é, ao fim e ao cabo, responsável por tudo que ocorre sob seu comando, não é menos verdade que temos hoje dezenas de oficiais-generais na ativa e nenhum deles se manifestou a respeito. O Alto Comando do Exército, ao silenciar sobre o caso, endossou a decisão do chefe.
Não digo que fizessem declarações pomposas pela imprensa. Bastaria que, boca a boca, olho no olho, chamassem o comandante e dissessem:
 “Peça exoneração, agora”.  
Caso não fossem atendidos, todos entregariam os seus cargos, no que seriam acompanhados pelos demais oficiais-generais da ativa.
Tudo isso com discrição, sem alardes. E, obviamente, diriam ao ministro da Defesa que as tais placas estariam melhor se afixadas no Ministério da Defesa, inclusive porque mortes em serviço, durante exercícios, não ocorrem apenas no Exército, sendo inúmeros os casos na Marinha e na Aeronáutica.
Aliás, caso esses mesmos generais tivessem mandado (isso mesmo, mandado) que o general comandante pedisse exoneração quando veio a público o caso das fraudes no Instituto Militar de Engenharia e que até hoje descansa na gaveta do procurador geral da República, é possível que o substituto não aceitasse a ordem para colocação das placas na AMAN.
João Arruda
Pqdt 3151 - Prec 118

Nenhum comentário:

Postar um comentário