* Sérgio Paulo Muniz Costa
Há motivos
para acreditar que a mais alta corte do País, composta em sua maioria por
ministros indicados pelo PT, alguns deles antes a ele associados ou às suas
causas, tomou uma decisão política ao fatiar a Operação Lava Jato e com isso,
mais do que beneficiar uma senadora, vai ajudar a blindar um ex-presidente e
impedir que o País conheça a extensão e a profundidade da corrupção que o
tomou?
Redesenha-se
com toda nitidez o quadro do mais chão paroquialismo da classe política
brasileira rebaixada ao andar de baixo do presidencialismo de coalizão para
criar uma fachada de governabilidade de um governo que não governa mais nada?
É absurdo
que, em meio ao maior escândalo de corrupção e uma das maiores crises políticas
da História do País, as principais lideranças da oposição se afastem da
campanha pelo impedimento da presidente, deixando-se neutralizar pela estratégia
do PT de rotular de golpe ou aventura uma medida constitucional reclamada pela
maioria da população brasileira como meio para estancar a corrupção e o arbítrio?
Teme-se que
a inconsistência das medidas econômicas propostas pelo governo e a sua
perseverança na defesa e no exemplo da irresponsabilidade fiscal agravem a
crise que assola o País com um potencial desestabilizador muito maior do que
qualquer medida institucional prevista em lei?
É de se
esperar que a eventual sobrevivência do presente esquema de poder e corrupção,
uma vez livre de constrangimentos, faça descer sobre o País um manto de
silêncio autoritário sobre ilegalidades de toda ordem e imponha à sociedade um
escorcho fiscal sem precedentes e sem fim?
Assiste-se,
mais uma vez, à deflagração de greves e badernas promovidas por sindicatos e
movimentos ditos sociais já dentro do governo que são mobilizados para
intimidar aliados, adversários, instituições e a sociedade em geral?
Todos esses
pesadelos – a politização escancarada do STF, o clientelismo da classe
política, a omissão da oposição, a criminosa irresponsabilidade administrativa,
o autoritarismo latente e a desordem chapa-branca – estão inextricavelmente
interligados nas causas da monumental crise que paralisa o País?
E diante de
tantos sins: há alguma coisa a fazer?
Sim! De
todas as formas, por nossas crenças, atitudes, convicções e esperanças, responder
aos detentores do poder corrupto e corruptor que nos oprime com a maior certeza
da História do Brasil!
NÃO!
* Historiador
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