BRASÍLIA - Nem Lula, nem Nelson Jobim,
nem Gilmar Mendes desmentem que houve um encontro entre eles, no dia citado pela
"Veja" e no escritório de Jobim. Esses são os fatos, o resto são versões e
especulações. A elas.
Jobim foi ministro de Lula e é (pelo menos
era até sexta-feira passada) amigo pessoal de Gilmar. Logo, um mediador perfeito
para uma conversa espinhosa entre os dois, dessas que jamais podem sair na
imprensa, mas vivem saindo. Seria muita cara de pau dizer que o encontro foi
mera coincidência.
Gilmar vive às turras com o PT de Lula, e
Lula não gosta de ninguém que não o endeuse. Gilmar e Lula não marcariam de se
encontrar no escritório de Jobim só para bater um papo, tomar uma cerveja e
comer amendoim. Nem para falar de flores.
Já que tratamos aqui de especulações, vamos
pensar: falaram, então, do clima seco de Brasília? Da Rio+20? Do Corinthians na
Libertadores? Do sucesso de Dilma? Ou, ao contrário, do novo "pibinho" de menos
de 3% que se anuncia para 2012?
Afora o Corinthians, não consta que Lula
esteja dando muita bola para nenhuma dessas coisas. Dizem -não os adversários,
mas os fiéis seguidores- que ele só age pensando naquilo: eleição de São Paulo,
CPI do Cachoeira e... mensalão. Questões, aliás, bastante intrincadas entre
elas.
Logo, "se non é vero, é bene trovato" que
Lula ande à cata de ministros do Supremo para adiar o julgamento do mensalão em
ano eleitoral e tente usar a CPI como moeda de troca. Como também soa quase
natural, até pela personalidade, Gilmar botar a boca no
trombone.
Tudo faz tanto sentido que os demais
ministros compraram rapidamente a história e reagiram com firmeza. O decano
Celso de Mello acusa ingerência entre Poderes e Marco Aurélio Mello dá um basta:
"O Supremo não é sindicato!".
Pode não ser, mas há quem trate o país como
um grande sindicato
Nenhum comentário:
Postar um comentário