Continencia

Continencia
Caserna

sexta-feira, 6 de abril de 2012

ESTIGMA


Luiz Fernando Veríssimo continua rebelde. Aliás, quando sua rebeldia escasseia ou diminui, ele vai a Paris recarregar suas baterias ideológicas, reunindo-se no Quartier Latin ou em Montmartre com outros criptocomunistas, para filosofar sobre o insucesso do COMUNISMO e do SOCIALISMO REAL e desfrutar um bom vinho, feito de uvas de castas selecionadas, pois ninguém é de ferro; leva a tiracolo seu saxofone para confraternizar com músicos e artistas “avançados”, as belas noites da cidade luz. No retorno, depois de se empanturrar de FAISÃO e PERU, volta arrotando JACU.
Nas edições dos primeiros dias de abril de 2012, dos Jornais O Globo e Zero Hora, mais uma vez, descarrega sua repulsa ao segmento militar, agredindo velhos soldados, segundo ele, pertencentes “ao Clube de reformados das Forças Armadas contrários ao esclarecimento final do que houve nos anos de rebeldia e repressão”, de quem “só se pode esperar bravatas vazias”. Sobre as agressões sofridas por esses mesmos velhos soldados em frente ao Clube Militar, no dia 29 de março, nenhuma palavra ou crítica; como tantos ”intelectuais orgânicos engajados” sua “moeda democrática” só tem uma face.
Manifesta, também no artigo, uma dúvida, sobre o que acham os soldados de hoje, a respeito da instalação e do funcionamento da Comissão da Verdade e o ”nível de insubordinação entre os da ativa”.
Como velho soldado asseguro-lhe que os jovens oficiais exercitam as mesmas virtudes, por ele desconsideradas, dos seus antigos chefes, alguns deles enaltecidos e cultuados no Panteão da Pátria: lutaram em Guararapes para expulsar os invasores; participaram dos embates pela independência do país; sufocaram inúmeras revoltas no período regencial, mantendo incólume o território nacional; colaboraram para a erradicação da escravatura no país e lideraram os acontecimentos para a implantação da República; sustentaram, ainda, Getúlio Vargas na Revolução modernizadora de 1930 e sufocaram a Intentona Comunista de 1935 e a revolta Integralista de 1937.
Com a Força Expedicionária Brasileira (FEB) lutaram e morreram no Teatro de Operações da Itália, colaborando para derrotar o nazi-fascismo que infernizava o mundo.  Por último, e não menos importante interveio no processo político em 1964, quando a sociedade brasileira exigia inconformada que a baderna e o desgoverno tivessem um fim.
Colocaram, depois disso, o Brasil nos trilhos do desenvolvimento e na senda da ordem e do progresso.  Contaram para isso, com o incondicional apoio da sociedade brasileira e dos governadores eleitos dos principais Estados da Federação, entre eles, Minas Gerais, São Paulo, Guanabara e Rio Grande do Sul e muitos outros.
Essas evidências o irritam e o tornam mais rebelde, quando é obrigado a confrontar o pífio desempenho dos governos atuais, dos quais é entusiasta, com as realizações em todos os campos do Poder Nacional, dos governos militares. Naquela época, apesar das restrições naturais à liberdade de determinados militantes, não havia a repartição do butim, como ocorre hoje. E os mais velhos sabem disso.
Embora considerem a Comissão da Verdade inoportuna e com vícios de origem, asseguro-lhe que os militares não são contra sua Instalação, desde que ela, depois de passadas as naturais e compreensíveis disputas sustentadas pelo viés ideológico, sem revanchismos e sem afrontar a Lei da Anistia, venha a apurar, de forma isenta (de preferência integrada por historiadores sérios e não engajados) todos os episódios de triste memória, cometidos pelos lados em confronto.
O que não aceitam os militares é a estratégia urdida nas coxias do ressentimento, preparada para achincalhar e responsabilizar somente o EXÉRCITO INVICTO DE CAXIAS, uma das mais sérias Instituições deste país, objetivo velado de elementos inconformados e sectários da velha esquerda, historicamente impedidos de implantar no país regimes estranhos à nossa tradição, por esse mesmo Exército.    
O que não aceitam os militares é que os membros desta COMISSÃO sejam indicados por indivíduos que participaram ativamente de Organizações Terroristas violentas, responsáveis pela morte, em vários casos, de cidadãos inocentes (civis e militares), quando explodiram, sequestraram, assaltaram, assassinaram e roubaram estabelecimentos bancários, sem medir suas consequências.
Não seria prudente para a pacificação dos espíritos e, com certeza, um atestado de ingenuidade, entregar à raposa as chaves do galinheiro, para decidir tema complexo, controverso e de natureza discutível.
O que teria a ganhar a maioria esmagadora dos brasileiros que vivem hoje em uma nação pacificada e que desfruta os benefícios do regime democrático, com atitudes e posturas que fomentam o ódio e a cizânia, insistindo em reabrir feridas quase cicatrizadas.

                            Gen Bda Ref. Carlos Augusto Fernandes dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário