Maria Lucia Victor Barbosa
08/09/2013
No
teatro da vida a farsa sempre esteve presente. A hipocrisia, a mentira,
a simulação, a impostura, a bajulação ajudam os vencedores da arena da
existência, sobretudo, se são dotados da retórica capaz de iludir e
convencer.
Na
atualidade o famigerado “politicamente correto”, que exclui valores,
embaça percepções e nivela por baixo para atingir o que Alexis de
Tocqueville denominou de “males da igualdade”, elevou ao máximo a farsa
como modo de escapar ao julgamento negativo da maioria. A pessoa diz o
que se quer que ela diga e não o que pensa ou sente.
Na
política, palco máximo da simulação, a farsa nunca esteve tão
exacerbada na medida em que conta com o poderoso auxílio da propaganda,
que se sofisticou e se disseminou através dos meios de comunicação
especialmente os televisivos.
Esse
ápice da arte de fingir chegou ao nosso país com o governo petista que,
finalmente, conseguiu marqueteiros aptos a esculpir imagens ou
confeccionar máscaras para compor personagens ideais e palatáveis ao
gosto popular.
Assim,
Lula da Silva, sindicalista esperto, verborrágico, afeito a retórica de
porta de fábrica, vestiu a roupagem do operário pobrezinho, necessário à
ideologia de esquerda que precisava de um representante do proletariado
e, num passe de mágica virou estadista.
Nada
mais longe da verdade, pois Lula de fato é um semianalfabeto que de
pobre não tem mais nada, um populista ambicioso e sem escrúpulos que
venceu pela sorte e não pelo valor. Sua fala vulgar, rudimentar,
grotesca, algo circense provocou o sentimento de identidade com a massa,
que sendo culturalmente necessitada de proteção viu nele o pai generoso
a distribuir caridades oficiais que livraram os mais pobres da
“maldição” do trabalho. Mas ai de quem disser essas coisas do “líder”,
imediatamente é tachado de preconceituoso e marcado com novos
significados de certos termos inventados pelo PT.
Por
exemplo: fulano é da elite. Elite quer dizer produto de qualidade, mas
na “novilíngua” petista passa a significar rico e, portanto, mau. As
pessoas não percebem que os mandarins do PT estão riquíssimos e que Lula
é o queridinho dos banqueiros, dos empresários dos empreiteiros que,
aliás, sustentam suas ricas campanhas.
Sicrano
é de direita. Direita é outro termo no linguajar petista que
estigmatiza quem é assim chamado. Ser de direita ensina o PT é ser
atrasado, neoliberal, mau-caráter, aquele que odeia os pobres. O bom é
ser de esquerda, aquela bem totalitária, que matou milhões em nome da
causa, impediu a liberdade, infelicitou, oprimiu e igualou o povo na
miséria conservando a rica classe dirigente. Curiosamente, o PT nunca
conseguiu definir seu socialismo e sua classe dirigente adora gozar das
delícias da burguesia.
Do
alto de sua arrogância o boquirroto Lula, que gosta de ensinar ao mundo
como é que ser faz para converter um país em paraíso, elegeu a primeira
mulher presidente. E daí? Ela é a mulher submissa, que não dá um passo
sem obedecer ao seu dono e senhor, a gerente que não conseguiu tocar nem
loja de R$ 1,90. Vergada sob a herança maldita do seu mentor e de sua
própria incompetência, Rousseff está conduzindo o Brasil pelos fiascos
dos pibinhos que nos torna lanterninha dos BRICS, pela calamidade da
inflação, pelo flagelo da inadimplência. Mas ela não é a mãe do PAC? O
PAC foi um aborto, uma ficção como a transposição do Rio São Francisco e
tantas outras promessas não cumpridas.
Na
véspera de 7 de setembro, a governanta veio à TV fazer sua propaganda
política. Reconheceu que “ainda somos um país com serviços públicos de
baixa qualidade”, como se isso não dissesse respeito a seu governo.
Entretanto, o que Lula e ela fizeram para melhorar estes serviços nos
seus quase 11 anos de poder?
Como
o forte do PT não é autocrítica, Rousseff, na mesma performance se
vangloriou de trazer os médicos cubanos escravos, doutrinadores ou não,
que dão um bom lucro para Fidel Castro e, provavelmente, para o governo
brasileiro.
A
última da governanta foi no G20. Ela discursou tirando satisfações do
presidente Obama sobre espionagem. Uma tentativa de levantar os brios
nacionalistas brasileiros e se colocar como vítima. Quem sabe também de
obter o assento na Comissão de Segurança da ONU, almejado pelo PT há
longo tempo. Ficou falando sozinha, pois os participantes estavam
preocupados com o importante caso da Síria.
O
fato é que o Brasil está longe de alcançar sua independência enquanto o
povo continuar a votar nesse tipo de gente. E não se duvide que a
bancada da Papuda, que deve aumentar caso os “mensaleiros” sejam presos,
possa ser reeleita, apesar da cusparada que o Congresso Nacional deu na
cara do país mantendo o mandato do deputado presidiário, Natan Donadon.
Infelizmente, o ser humano ama a farsa e a pratica.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga
mlucia@sercomtel.com.br
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