Continencia

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Caserna

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Quando o Brasil comemorou os 350 anos da 1ª batalha de Guararapes, a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) atendeu a uma solicitação insólita de ilustre personalidade que se preparava para visitá-la. Pedia-se, nada mais nada menos, que se discriminasse o efetivo de cadetes por "raça". Havia bons motivos para o estranhamento. Uma geração antes, nos anos 70, um cadete sistematicamente chamado de "japonês" em sala de aula, em dada ocasião, levantou-se e, na posição de sentido, respondeu a seu professor: Coronel, eu sou brasileiro! O silêncio que se seguiu respondeu muito, por muito tempo.
 
Os integrantes das turmas da AMAN se distribuem ao longo de todo espectro social e geografia do País, do filho da lavadeira ao do general, vindos dos melhores bairros das principais cidades, de humildes periferias e esquecidos sertões brasileiros. 
 
Trabalho, disciplina e rígido código de valores se encarregam de conceder a cada um o seu lugar, ou até nenhum. Episódios dessa vida de risco inerente à condição de soldado permitem demonstrações de coragem e desprendimento que eclipsam qualquer diferença de origem. 
 
Ali a realidade é militar, como se espera da escola de formação de oficiais combatentes do Exército de um país grande, forte e multiétnico que, por vezes, parece não ter consciência disso, mas conta que os seus  homens de armas não se esqueçam disso.  
 
Alguma coisa havia mudado. O quê? Nos anos 1980 surgiram especulações sobre uma "proletarização" do oficialato do Exército, em  meio ao mal-estar provocado pela crescente evasão de cadetes atribuída aos baixos vencimentos. Os novos cadetes pareciam resilientes à disciplina e se remetiam às dezenas, à segunda época de Português, remetendo-se também a muitas horas de aulas extra. 
 
Sábios acadêmicos fizeram prospectivas acerca da "mudança" do Exército e em pouco tempo surgiu a tese de uma crise existencial no Exército. Um pouco de estatística mostrou uma realidade mais simples.  A origem dos cadetes por estamento social era exatamente a mesma da dos anos 1950, não havia nenhum sinal de esmaecimento do entusiasmo dos jovens oficiais pelos cursos de combate e todos, independentemente de origem, aderiam aos valores e padrões de vida da classe média. Não fora o Exército que entrara em crise, mas sim a sociedade brasileira.
 
Há tempos o núcleo marxista da sociologia brasileira trabalha na transformação em mito do sentimento de unidade racial do País, o passo indispensável 
 
à sua desconstrução que passa pela crítica e menosprezo ao maior sociólogo do Brasil, o insuperável Gilberto Freyre. Já o revisionismo histórico marxista tem atuação mais ampla e difusa, alcançando todos os fatos, acontecimentos e personagens úteis à releitura que intenta do passado e da atualidade brasileira.  
 
E nada parece alterar essa fé ideológica, nem a contrição de inteligências meridianas que têm um papel na História do Brasil, nem o espetáculo oferecido ao mundo pela Banda do Corpo de Fuzileiros Navais e pela Academia Militar na Champs Elysées em 2005, e muito menos a realidade de o Exército brasileiro possuir diversos oficiais-generais da mais escura tez ou mulatos que, como muitos outros profissionais de diversas origens étnicas, atingiram o topo de suas carreiras exclusivamente pelos seus méritos.
 
É um equívoco pretender em futuro incerto que os militares brasileiros sejam promovidos não pelo que eles são, mas sim pelo que a ideologia pretenda que sejam. É um absurdo que para tanto se usem comparações com sociedades que pouco ou nada têm a ver com a nossa, ou se tome como modelo o país que há três gerações não permitiu que um só homem de cor tomasse parte do assalto às praias da Normandia. E é um desastre a omissão da classe política e da sociedade perante a apropriação ideológica da Defesa Nacional que inclui a perspectiva sectária e controversa do Plano Nacional de Direitos Humanos 3 em um documento de Estado, o Livro Branco de Defesa Nacional.
 
Como a cor da pele, o Brasil prescinde dessas armas. Cotas servem à ideologia, só isso.
 
Sérgio Paulo Muniz Costa é historiador, membro do CPE da UFJF  e pesquisador de Segurança e Defesa do CEBRI. Foi adjunto da Subseção de Medidas de Aprendizagem, comandante da 2ª Bateria de Cadetes, chefe da Seção de Ensino de Geografia e História Militar e coordenador da Modernização do Ensino da AMAN, onde serviu por duas  vezes como instrutor nomeado.

Escada do Mérito

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O exército e a sociedade


·         Sérgio Paulo Muniz Costa   

Do exército surgiu a nação e com o exército nasceu o estado,  respectivamente,  a representação e a organização da sociedade.  Hoje, nesta parte do  mundo onde tais verdades estão sedimentadas pela História, nação e estado   parecem  ser noções cada vez mais abstratas à maioria das pessoas, pois é como parte de uma  sociedade que elas se entendem, antes da solidariedade da nação e a despeito da  onipresença do estado.  No entanto, é impossível conceber a existência da sociedade   sem as coordenadas de tempo e espaço da nação, tampouco sem a instrumentalização  do estado, a primeira, condicionante histórica e a segunda, exigência política.
Ainda é tênue em nossa história social a consciência que “do fim do século XVI em diante o Brasil autocolonizou-se, defendendo-se por si das agressões estrangeiras” (FREYRE, 2003, p.339). Durante a Insurreição Pernambucana, ao edital holandês que mandava “todas as mulheres dos moradores que se haviam retirado com o governador João Fernandes Vieira para os matos, e andavam em campanha [...] fossem em busca de seus maridos, com seus filhos e filhas, sob pena de morte a sangue fogo” (SANTIAGO, 2004, p.234) respondeu o próprio  Vieira, ordenando que “nenhuma mulher nem outra qualquer pessoa se saia de sua casa, e aguarde todo o rigor que o inimigo lhe promete fazer, que pelo primeiro que começar em vingança lhe não hei de dar quartel a pessoa alguma de sua jurisdição [...] lhes hei de pôr o fogo e sangue.” (Ibid.). Foi o repto para a dramática vitória do Monte das Tabocas (3 de agosto de 1645), que conduziria à afirmação da nacionalidade brasílica nos Montes Guararapes, alguns anos depois.
  Cerca de cinquenta anos decorreriam da expulsão do invasor do Nordeste até a inauguração da frente de luta, no Prata, que perduraria durante o século XVIII e boa parte do XIX, forjando no continente de São Pedro uma cultura nova, mestiça, de colonos, soldados e vaqueiros, tributária de muitas geografias, açorianas, brasilienses, portuguesas e autóctone. Sob o signo dessa guerra endêmica, floresceu aí uma sociedade que fixou os limites meridionais da brasilidade, viu nascer o estado nacional e se confundiu com o exército numa tradição vitoriosa de preservação do patrimônio territorial brasileiro. Foi desse desenvolvimento histórico que surgiu a maioria dos grandes heróis militares do Brasil, o maior deles Luís Alves de Lima e Silva, patrono do Exército brasileiro, cujo título nobiliárquico serviria ao imaginário nacional para sintetizar a ideia de correção, disciplina e patriotismo na palavra “caxias”, hoje infelizmente em desuso.
O século XX assistiu o Exército enfrentar os desafios de ser um elemento de modernização da sociedade brasileira e de se transformar numa força de combate reconhecidamente eficaz. A participação da Força Expedicionária Brasileira, entre setembro de 1944 e abril de 1945, num dos teatros de operações mais difíceis da frente ocidental durante a Segunda Guerra Mundial foi um ponto marcante dessa trajetória única do Exército brasileiro. Não foi pequeno o impacto na sociedade brasileira da participação direta de milhares de pessoas no conflito na Europa, inserindo, quando de seu retorno ao país, novas ideias, técnicas e visões modernizantes. Militarmente, a participação efetiva e exitosa no conflito dotou o Brasil de uma força equipada e com experiência de combate, restaurando-lhe a hegemonia militar  no continente e concedendo à diplomacia brasileira o necessário prestígio para o protagonismo internacional que o país aspirava. 
Foi também o prestígio, mas perante a sociedade brasileira, que aspirou o Exército a mais uma intervenção no cenário político nacional, em 1964. Da articulação com as elites civis para conceder ao país a  oportunidade de um ciclo de reformas que o modernizasse estruturalmente, as lideranças do Exército fizeram prevalecer o que preconizara o General Góis Monteiro trinta anos antes: a política do Exército e não a política no Exército.  A inauguração da atual República em 1985 foi a única que não se deu por uma ruptura institucional, consumando a revolução para acabar com todas a revoluções.
O compromisso repetido perante a Bandeira há quase um século é a expressão inegável da ligação definitiva entre a sociedade brasileira e o seu exército, uma relação plasmada na formação e evolução política da nação:  
 “Incorporando-me ao Exercito tomo o compromisso de cumprir rigorosamente as ordens que receber das autoridades a que estiver subordinado, de respeitar os superiores hierarchicos, de tratar com affeição os irmãos d’arma e com bondade os subordinados, de dedicar-me inteiramente ao serviço da Patria, cuja honra, integridade e instituições defenderei, com o sacrifício da própria vida”(PFEIL, KLINGER e RODRIGUES, 1919, p. 11, o grifo é nosso)

* Historiador. Membro do CPE da UFJF, pesquisador do CEBRI e responsável pela Clio Consultoria Histórica. Autor do livro “Os Pilares da Discórdia”.

Referências
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sobre o regime da economia patriarcal. 47 ed. Recife: Editora Global, 2003.

PFEIL, João Eduardo, KLINGER, João Bertholdo e RODRIGUES, Apollonio da Fontoura. Manual do Artilheiro de Campanha, 1 v. Rio de Janeiro: Papelaria Macedo, 1919.

SANTIAGO, Diogo Lopes de. História da Guerra de Pernambuco: e feitos memoráveis do mestre de campo João Fernandes Vieira herói digno da eterna memória, primeiro aclamador da guerra. Recife: CEPE, 2004.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

GOLPE DA COMISSÃO DA VERDADE

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

"Meu Amigo Petista" - Elizabeth Rondelli

Tenho um amigo petista (pessoa incrível e honestíssima), que escreveu sobre o relatório da OIT - Organização Internacional do Trabalho, mostrando que a pobreza no Brasil caiu 36% em 6 anos, e dizendo que deve ter gente mordendo os cotovelos de tanta raiva. Não resisti e respondo publicamente.
         'Rir com dente é fácil'.
Quero ver agora que o preço das commodities caiu, que o modelo de exploração de petróleo criado pela presidenta prova-se inviável, que a Petrobras não consegue mais segurar a inflação artificialmente baixa, que o pibinho petista não vai sequer chegar a 2%, que o Brasil começa a ser encarado como um país onde é difícil fazer negócio por tanta intervenção e achaques às empresas, que o prazo razoável de fazer as importantes reformas (previdenciária, tributária, fiscal, política...) já venceu, que não houve um mísero progresso nas variáveis que impactam o aumento da produtividade e da competitividade (infraestrutura, educação, ciência e tecnologia), que todos os esforços foram direcionados à anabolização dos números no curto prazo em detrimento da poupança e do investimento no longo, que os sete (eu disse SETE) pacotes lançados nos últimos meses para tentar ressuscitar o paciente moribundo mostraram-se tão patéticos quanto as pessoas que os maquinaram, que as famílias estão endividadas até o talo de tanto estímulo ao consumo, que a arrecadação já dá demonstração de queda (mesmo com o aumento das alíquotas, o que representa perda real em base tributável — ou atividade econômica)...
Eu poderia continuar por mais uma semana elencando a sequência de burradas dos governos petistas. E olha que eu nem entrei no mérito moral — aí, é "capivara" mesmo, ficha policial.
Com economia aquecida e uma carga tributária boçal (em ambos os sentidos: quantidade e qualidade), é fácil ter muito dinheiro para gastar. Distribuir aos pobres parece coisa de gente de bom coração. Renda na mão de pobre vira consumo e consumo conta para o PIB. E, na mão de petista, vira voto na certa. Mas, agora que o dinheiro vai começar a rarear, quero ver onde vai estar o coração dessa gente. Ou vão cravar mais fundo os dentes no setor produtivo da sociedade ou vão ter que escolher o que deixa de receber recursos. Tenho certeza de que o caixa 2 das campanhas eleitorais deles está garantido — até porque este parece ser (por mais surreal que possa parecer) o ÁLIBI dos 36 réus do mensalão.
O fato é que, 10 anos depois, o pobre brasileiro pode ter ficado momentaneamente menos pobre na carteira, mas não se tornou um milímetro mais capaz de enfrentar os desafios do mundo moderno em que o país compete. Basta ver que os analfabetos funcionais das faculdades de gesso do Luladdad chegam a 38% (é inacreditável, mas é verdade).
Acabada a farra da gastança, voltaremos para a mesma estaca em que estávamos antes. Um pouco piores, na verdade, graças aos retrocessos que representam os constantes ataques às instituições da sociedade (a Justiça, a liberdade de imprensa, a independência dos poderes, o que restava de honradez no Congresso, a política externa que deixou de servir à nação para se dobrar a um projeto particular de poder...) e às bases da economia de mercado tão sólidas que os petistas herdaram de seus antecessores mais capazes (a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Bolsa Escola — este, sim, carregava uma contrapartida que produzia um efeito positivo no longo prazo em vez de boçalizar a população com esmola–, a autonomia do Banco Central, a confiabilidade dos dados oficiais, o modelo de privatização, o ordenamento jurídico que atraiu o investidor estrangeiro, a estabilidade econômica e de regras...).
Eu não mordo os cotovelos porque as pessoas estão menos pobres. Mordo de ver que o PT transformou em mais um vôo de galinha a maior oportunidade que o Brasil jamais teve de entrar definitivamente para a elite global. Mordo de ver que gente inteligente como você não consegue perceber a destruição do nosso futuro que está sendo promovida dia após dia por gente que só quer se locupletar e perpetuar seu poder sobre a máquina estatal — cada dia maior e mais nefasta para a economia e, por extensão, à sociedade. Mordo de ver que estamos abandonando as fontes que trouxeram riqueza para este país para nos alinharmos cada dia mais aos membros do Foro de São Paulo — do qual fazem parte o mais abominável ditador do século na América do Sul e o grupo narco-guerrilheiro que ele apóia no país vizinho. Mordo de ver que gente do bem ainda se alinha com os maiores bandidos que já ocuparam o poder central deste país. Mordo de pena. Mordo de tristeza. Mordo de desesperança.
 
 
 
 
Elizabeth Rondelli, doutora em Ciências Sociais, professora aposentada das Universidades Federais do Rio de Janeiro e Juiz de Fora

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A caminho do bicentenário da Independência (*)

No final do século passado, Estados Unidos e França souberam aprender com as comemorações dos 200 anos de suas Revoluções, encontrando convergências que dinamizaram suas sociedades e confirmaram a importância dos acontecimentos de 1776 e de 1789. 
Os americanos superaram uma "falta de autoconfiança não característica da nação" (The New York Times) e reiteraram a confiança em seu sistema e valores. 
Os franceses concluíram o repensamento da Revolução Francesa, dela fazendo "a grande parturiente da legitimidade moderna, a fonte épica de nossa tradição democrática" (Merquior).  O Brasil, a dez anos do bicentenário de sua Independência, tem material e desafios suficientes para fazer o mesmo com  sua História.
Colosso continental que emergiu  independente e unificado há 190 anos, o Brasil é caso único na história política das nações,  especificidade explicada pelas origens da sua formação e dinâmica da sua evolução. Nas origens, pela coincidência do adventício miscigenador com o autóctone de um tronco linguístico predominante na geografia não dissociadora. Na dinâmica, por um processo  de fronteira movido a adaptação e aculturamento. Assim, o Brasil seria um país mais antigo do que estamos acostumados a pensar, com uma cultura definitivamente mestiça, espontânea e sincrética.
Além de trazer nova vida à colônia, a transferência para o Brasil da sede do Império português em 1808 lhe deu uma base de poder inédita, a mais próxima da profecia do Quinto Império. 
Só mesmo a cegueira do nacionalismo, no caso o que dominou as Cortes portuguesas originadas da Revolução do Porto (1820) para desconhecer a robustez do desenvolvimento histórico brasileiro. Em menos de dois anos, entre a adesão de D. João 6º ao sistema constitucional (fevereiro de  1821) e o Grito no Ipiranga (7 de setembro de 1822), o Brasil assumiu seu destino, encaminhado pelo patriotismo de José Bonifácio, pela sensibilidade da Princesa Leopoldina e pela coragem de D. Pedro.
São essas as raízes que condicionam a evolução política do Brasil desde a Independência e dão solidez à sua nacionalidade, as mesmas que, no entanto, colocam formidáveis desafios ao seu desenvolvimento.  Sim, por que o Brasil se fez grande e autônomo sem ser protagonista dos grandes acontecimentos que marcaram o Ocidente desde o século 18, parecendo-lhe natural que assim fosse.  Afastado dos grandes fluxos de capital, trabalho e bens que cruzaram o Atlântico Norte, o Brasil se voltou para si próprio, direcionando as energias de seus sonhos e projetos para a integração e articulação de seu vasto interior.
Em meados do século 20 ficou claro que nos faltava conhecimento e capital – humano e financeiro – para a empreitada e foi-se buscar no exterior os seus sucedâneos. Dos muitos esforços dispendidos, apenas um, depois de 150 anos, foi capaz de alterar profundamente a paisagem do interior do país, integrar vastas porções de seu território e gerar a riqueza muitas vezes multiplicada que foi primordial para a transformação do Brasil numa potência econômica: a expansão da agricultura. 
No momento em que se esgotava o modelo de substituição das importações e com ele o nosso sonho da industrialização, frustrado pelas modificações estruturais da Revolução Tecnológica e da Informação, (a terceira que perdíamos) faltou-nos, sem dúvida, constatar que a fortuna  e o revés que experimentávamos eram faces da mesma moeda: o conhecimento.
Hoje, falta-nos muito mais.  Reconhecida a diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico, falta assumir que a engenharia social centrada nas transferências de renda é acessória na modificação do quadro de desigualdade social que vige no País.  Numa conjuntura mundial na qual o PIB se mostra menos relevante para aferir o grau de desenvolvimento das sociedades – político, econômico, social e humano– cabe perguntar se, quando e como vamos enfrentar a questão que causa consternação às melhores mesas de seminários e congressos no país: a transformação do Brasil numa sociedade baseada no conhecimento. Se uma nação é o resultado do que ela entende como sua História, ela será o que for ensinado pelas lições que desta souber extrair. Dez anos é tempo suficiente  para se preparar mais do que uma festa.

(imagem) Independência ou Morte, de Pedro Américo. - Newton Santos/Hype
(*) Publicado no Diário do Comércio, 3 de setembro de 2012 - A caminho do bicentenário da Independência
Sérgio Paulo Muniz Costa é historiador