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sábado, 26 de novembro de 2011

ECOS DE 1935!

“Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” (Paulo, I Cor., X, 23).

Sendo o homem intrinsecamente livre para pensar e agir, o alerta do Apóstolo insere-se, perfeitamente, no contexto das idéias.
Ao admitir a violência revolucionária como postulado de sua filosofia, Marx condenou à execração ética todo o acervo de uma brilhante concepção.
O argumento dos fins humanitários não justifica a tirania dos meios, por afrontar a lei universal da harmonia que deve reger as relações humanas.
Ninguém tem o direito de impor aos semelhantes as soluções de sua preferência, sobretudo quando ameaçam a liberdade individual e o patrimônio privado.
Ao longo da História, o Brasil tem sido vítima contumaz dos próprios filhos rebeldes, de mentes colonizadas por idéias estrangeiras, ao serviço de uma metrópole geopolítica.
Patrocinados pelo expansionismo estalinista, os insurgentes de 1935 apunhalaram a alma nacional, nas vítimas adormecidas do 3º Regimento de Infantaria e da Escola de Aviação Militar.
Sufocada a intentona, sobreviveu a motivação subterrânea, voltando a emergir no início da década de 1960, sob os termos revisionistas do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética.
Ao dividir-se o movimento, as facções fundamentalistas retomaram o uso da força no final da década, sob novo patrocinador estrangeiro, sendo contidos pela repressão governamental.
Quem adota a violência não pode eximir-se da reciprocidade. A sociedade nacional, de índole pacífica e ordeira, ainda não descobriu a vacina patriótica para o vírus da traição.
Acolhidos novamente pelo espírito conciliador da Nação, grupos ideológicos chegaram ao poder, aproveitando-se da via democrática que tanto buscaram destruir.
A ética revolucionária, porém, não se satisfaz com a pacificação política. Desconhecendo o sentimento de perdão consagrado nas iniciativas de anistia desde 1822, acaba de ser instituído um mecanismo potencialmente revanchista, cinicamente destinado à busca da verdade.
Atualmente, os auspícios ideológicos de Gramsci justificam até mesmo a corrupção que grassa no cenário político, absolvendo a consciência laxa dos militantes no poder.
Enquanto houver imprensa livre, no entanto, a verdade dos fatos voltará a aparecer, dissipando os miasmas de tirania.
A quem, licitamente, se deixa dominar por uma idéia, convém a reflexão de Goeth: “Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser”.
(por Maynard Marques de Santa Rosa) 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PM do Rio sabota Exército no alemão e Cabral permite tráfico com a farsa da UPP.


O Exército foi sistematicamente sabotado em sua operação de cerco e repressão ao narcovarejo no Complexo do Alemão, durante os nove meses de “ocupação”. Sempre que montou “zonas de exclusão”, com acesso restrito a pontos onde dificilmente deixaram de ocorrer venda de drogas nos morros daquela região, os militares foram obrigados a deter policiais civis, PMs e até maus elementos da elitizada tropa do Bope que insistiam em furar o cerco para levar aos bandidos drogas e armas ou para apanhar propina.
A divulgação sobre estas dezenas de detenções foi cuidadosamente censurada pela cúpula de segurança do Governo Sérgio Cabral – que faz marketagem política com a triste farsa das UPPs (Unidades de Policiamento Pacificadoras). Em conluio com o governo Fluminense do vascaíno Cabralzinho, que é aliado da petralhada em política e negócios, o Ministério da Defesa não dá autorização para que o Exército exiba tudo que registrou (gravando em áudio e/ou vídeo) nas operações do Alemão. O EB fez um brilhante trabalho de inteligência, aplicando sua doutrina de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mas não existe vontade política de combater o tráfico, para valer, no Alemão e adjacências.
Os governos federal e estadual do RJ não gostaram, mas foram obrigados a engolir ontem a dura verdade revelada pelo Comandante Militar do Leste. O General Adriano Pereira Júnior admitiu que traficantes ainda vendem drogas em bocas de fumo itinerantes no Morro do Alemão. Contrariando a vontade da turma do Cabral, o General Adriano avisou que o EB volta a revistar suspeitos de tráfico de drogas na comunidade. Em entrevista no Comando Militar do Leste (CML), o General até identificou quem é o “agente do quarto elemento” responsável pelos ataques ao EB: o traficante Paulo Rogério de Souza Paz, o Mica, foragido da Vila Cruzeiro.
A verdade completa que o General Adriano conhece bem, mas não pode proclamar é: Toda vez que o esquema de poder vigente é questionado popularmente, seus esquemas mafiosos são desnudados, estouram sinais de crise econômica e o sistema no poder teme sofrer um golpe, o Governo do Crime Organizado escala o chamado “quarto elemento” para desafiar as Forças Armadas. Criminosos politicamente orientados atacam os militares que cumprem a missão de Garantia da Lei e da Ordem.
Os soldados e seus comandantes, quando reagem, voltam a ser, injustamente, alvos de suspeitas de “violações dos direitos humanos”. Bandidos, os chefes deles, o Ministério Público e a Mídia cumprem a missão de estigmatizar o Exército. Por isso, o Alerta Total pergunta, sem cansar: Até quando nossos militares aceitarão cair nesta armadilha da guerra assimétrica promovida pelo sistema de Governo do Crime Organizado? Quem quiser entender melhor como ocorre a guerra psicológica contra o EB, basta dar uma olhada no organograma:
O medo do Governo do Crime Organizado é a alta qualidade das informações que os estrategistas do EB colhem nesta operação. Por isso, a ordem é intensificar os ataques assimétricos, na mídia, contra as Forças Armadas. A tática do inimigo é simplória e manjada. Geram-se assuntos desviantes da atenção, para irritar os militares, como a Comissão da Verdade. Ao mesmo tempo, usa-se o Ministério Público para fiscalizar a ação de GLO do EB, sob a desculpa de “evitar eventuais excessos praticados pelos militares contra a comunidade”. Na mídia, sempre que possível, reforça-se a imagem dos militares como autoritários, abusando de uma inocente população carente.

domingo, 13 de novembro de 2011

ENCERRANDO O CICLO...

Publicada em 14/09/2007 às 18h24m
Por Sérgio Costa

Continuam a se derramar sobre a opinião pública as informações, aparentemente contraditórias e desconexas, sobre a situação econômica e social do país. Deixemos de lado, por enquanto, a política, demasiado conturbada e deprimente para qualquer análise desapaixonada.
O crescimento do PIB aferido no período dos 12 últimos meses ultrapassou os 5%. Rumores inflacionários imediatamente fizeram com que o Banco Central mudasse o viés do corte da taxa de juros, ressoando o alarme presidencial em relação a um "crescimento explosivo". A produtividade do empregado brasileiro caiu a níveis inferiores aos verificados em 1980. A taxa geral de emprego vem aumentando. A moeda brasileira continua valorizada, mais devido ao dinheiro que vem do exterior em busca das ações e títulos nacionais do que ao sucesso das exportações dos setores de mineração e agricultura, o que dá vazão a comentários sobre uma "bolha de investimento" e "mudança da paisagem industrial". O consumo cresce, alimentado pelo dinheiro que entra. A pauta das exportações brasileiras coloca o país em uma posição bem acima da média mundial de setores intensivos em recursos naturais, enquanto que no tocante à participação dos seus setores intensivos em tecnologia diferenciada e baseada na ciência, o Brasil fica distante dos três núcleos geoeconômicos que mais prosperaram nas últimas décadas, Estados Unidos, Europa e Sudeste Asiático.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) mostra a diminuição do número de matriculados em todas as faixas de escolaridade no país. Mostra ainda um aumento anual na disponibilidade de bens de consumo pelas famílias, embora a renda não haja retornado aos níveis de dez anos atrás. A detecção de amplo movimento migratório nacional explica taxas negativas de atendimento de serviços de água esgoto em alguns estados, queda do número de matriculados na rede de ensino pública e desindustrialização de algumas regiões.
Ampliando o foco sobre os dados que cobrem um período de mais de duas décadas, a conclusão possível não é favorável quanto aos rumos da economia brasileira. A apreciação geral da economia de um país tem uma resultante óbvia - a qualidade de vida da população - e ela não é positiva, no presente e muito menos no futuro. Como esperar que a educação seja valorizada em um país cujas exportações se especializam em recursos naturais? Como esperar que a renda do trabalhador aumente onde os produtos têm pouco valor agregado? Como esperar que aumente a poupança nacional se existe uma pressão para o aumento do consumo e a renda não cresce? Como interpretar "migração" de empregos e de matrículas escolares num país com precária infra-estrutura?
A profecia dos BRIC, contida no documento "Global Economics Paper Nº 99 - 'Dreaming With BRICs: The Path to 2050'", do banco Goldman Sachs, e construída pelos economistas Dominic Wilson e Roopa Purushothman, contém uma maldição para o Brasil que estamos nos incumbindo de realizar antecipadamente. Chegaremos a ser em 2050, juntos com Rússia, Índia e China, uma das maiores economias do mundo, mas com grandes bolsões de pobreza e desigualdade social. Em suma, mais ricos, porém tão irrelevantes na capacidade de influir no cenário internacional em nosso favor quanto hoje, devido às nossas contradições e insuficiências. Além disso, sendo o único BRIC desarmado, sem tecnologia espacial e ensimesmado em termos de segurança, o Brasil tem escassas possibilidades de vir a se tornar um ator geopoliticamente influente. Não passará de um mero exercício de retórica a pretensão brasileira em alterar a matriz energética mundial, por mais que se alegue uma capacidade tecnológica aplicada, atual ou futura. De nada servirá se estiver isolada numa sociedade pouco educada, desigual, perdulária e desorientada. Em pouco tempo essa tecnologia será envolvida por outros conhecimentos pelos quais pagaremos caro e será transformada num mero insumo informação.
Considerando a diferença entre desenvolvimento econômico e crescimento econômico, é preciso que o Brasil alinhe as suas ações políticas e estratégicas no sentido de ser o grande detentor de recursos naturais dotado do capital físico, humano e financeiro capaz de transformá-los em riquezas, tornando-o mais próspero e mais igual. Poderemos então construir a nossa própria profecia e realizá-la, encerrando mais um ciclo de frustração, pela última vez.
Sérgio Costa é historiador

Tributo a Ayrton Senna

O Exército e os Indios

Fernando Meirelles e os Villas Boas

    Fiquei sabendo, por um dos noticiários da tarde, que está a se realizar em Manaus o 8º Amazonas Film Festival. Naturalmente uma das estrelas do evento é o grande produtor nacional Fernando Meirelles, de quem sou admirador e de quem já vi muitas obras. Sem nenhum favor, considero-o um dos maiores gênios de nossa arte cinematográfica. Em dado momento do noticiário ele fala de sua nova produção, o filme XINGU, de Cao Hamburguer, e, como não podia deixar de ser, tece merecidos elogios aos três irmãos Villas Boas: Orlando, Cláudio e Leonardo. Comete, todavia, lamentável erro histórico ao dizer que, na década de 70, quando foi aberta a rodovia Cuiabá-Santarém, “houve sério risco de o Exército Brasileiro dizimar milhares de índios”, o que apenas não ocorreu por intervenção dos Villas Boas. Felizmente estou aqui para contradizer tamanha inverdade.
    Nunca, desde sua formação nas guerras contra os holandeses, o Exército Brasileiro adotou ou apoiou políticas de seleção e, muito menos, de eliminação de etnias. Basta lembrar que Felipe Camarão, índio potiguar, foi um dos fundadores do que hoje é o Exército. Em época mais recente, no século XX, o índio matogrossense Cândido Mariano da Silva Rondon ascendeu, no Exército, ao posto de marechal e alcançou renome mundial por sua saga desbravando os sertões, desenvolvendo nosso sistema de comunicações e fazendo contatos com índios ainda bravios. É dele a frase: “morrer, se preciso; matar, nunca”. Universalmente respeitado, realizou, no interior do país, ao contrário do que ocorreu em outras nações americanas, um trabalho ímpar, sem paralelo no mundo. Em minhas andanças pela Amazônia muitas vezes conversei com pessoas que o conheceram e dele se tornaram admiradoras. Rondon e os Villas Boas foram contemporâneos e se davam muito bem. Realizaram vários excelentes trabalhos em conjunto. Se algumas vezes divergiram foi na busca da melhor maneira de servir ao país. (Até entre os próprios irmãos, por vezes, havia divergências).
    Em 1969 o governo federal, considerando a vastíssima experiência do Exército no trato dos problemas amazônicos, decidiu engajá-lo na construção de estradas naquela área. Logo no início houve um problema sério na BR 174 (Manaus-Boa Vista) em que onze homens não pertencentes ao Exército – entre os quais um padre – foram massacrados por índios waimiris/atroaris. Nossa pronta intervenção impediu que o conflito se alastrasse e permitiu o prosseguimento da obra sem ocorrência de nenhum outro incidente grave até hoje.
    Tempos depois, na construção da BR 163 (Cuiabá-Santarém), foram flechados alguns funcionários do 9º Batalhão de Engenharia de Construção pertencentes a uma turma de topografia. Imediatamente foram tomadas todas as providências cabíveis, inclusive com a colaboração dos próprios Villas Boas, para que os trabalhos pudessem prosseguir em harmonia com os índios, feito esse que mereceu aplausos internacionais.
    Em nenhum momento índios foram mortos por soldados e, graças à experiência e à habilidade do Exército e dos Villas Boas, da mesma forma soldados não foram mortos por índios. Soldados, índios e Villas Boas sempre se deram bem. Quem pensa diferente precisa conhecer nossas guarnições existentes na Cabeça do Cachorro. Certamente ficará entusiasmado ao ver o orgulho com que o índio enverga a farda de soldado.
    Minhas palavras expressam a mais pura verdade e disso dou fé. E, graças a Deus, ainda estão por aí dezenas e dezenas de oficiais, sargentos e praças do Exército que vivenciaram os fatos aqui citados e podem comprová-los. Insinuar que o Exército é genocida é distorcer a verdade ou, no mínimo, desconhecer a História.  São inúmeros os filmes nacionais que rememoram façanhas de conhecidos bandidos, como Lampião, Fernando da Gata, Lúcio Flávio e muitos outros. Seria assaz interessante produzir também mais algumas obras que realmente informassem a juventude sobre a verdadeira atuação dos nossos grandes heróis. O Barão de Mauá já foi contemplado. Que tal, agora, um filme sobre o Duque de Caxias? Sobre Rondon?

João Pessoa, PB, 11 de novembro de 2011

Mário Ivan Araújo Bezerra
Oficial-General reformado

terça-feira, 8 de novembro de 2011

IDH

 RUTH DE AQUINO é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br

Seremos em breve a sexta economia do mundo. Mas estamos em 84º lugar no índice internacional que mede o desenvolvimento humano de 187 países. Parece esquizofrênico, mas assim é. O ranking do IDH das Nações Unidas desmascara algo que a gente já sabe, mas muitos insistem em não enxergar.
Bolsas do governo reduzem a miséria a curto prazo, ajudam a eleger presidentes, dão a milhões de pobres acesso a geladeira, televisão, fogão e carro. Elogiável. Mas esmolas não dão dignidade a longo prazo, não mudam o futuro do Brasil. Educação e saúde sim. E até hoje não são prioridades. Por isso a renda continua tão desigual. Por isso temos 19 “hermanos” da América Latina à nossa frente.
Isso não é um problema só do PT nem só de Lula ou Dilma. O Brasil fechou os olhos historicamente à desigualdade. Elegeu um metalúrgico na esperança de virar o jogo. Sonhávamos com avanços sociais muito maiores. Nós, contribuintes, que já pagamos impostos escorchantes, ajudamos Lula a transferir um pouquinho de renda para miseráveis que ganham de acordo com o número de filhos. Isso não parece receita de vida sustentável.
Aumentamos o número de crianças e adolescentes na escola, sim. Os anos de escolaridade também. Falta muito. Mas já descobrimos que sete anos de escola no Brasil não ensinam o mesmo que na Argentina ou no Chile. Não garantem que a criança aprenda a ler e a escrever direito ou a fazer contas simples de matemática.
É falta de educação mandar Lula tratar o câncer no SUS. Qualquer pessoa não comum evita as filas, o descaso e o despreparo da saúde pública no Brasil. O debate ferveu. Na internet, antipetistas destilaram ódio. A rede de proteção a Lula foi acionada. O ex-presidente não é o único a sofrer com a falta de compostura de internautas. Todo mundo sabe – até o Chico Buarque – que a blogosfera é fértil em ofensas anônimas de todo tipo. Lula não é um coitadinho especial. A difamação virtual é um hábito covarde e aleatório. Quem fez campanha contra Lula num momento tão vulnerável demonstra baixo IDH.
Logo seremos a sexta economia mundial, mas estamos em 84º lugar em desenvolvimento humano. É inaceitável 
Também é falta de IDH um presidente afirmar que “o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde”. Foi o que Lula fez, numa de suas gafes verborrágicas, em 2006. Pode parecer provocação para os que morrem buscando um leito nas emergências de hospitais. Pode parecer insensibilidade para quem mofa deitado no chão, nos corredores de hospitais. Esperam por meses uma cirurgia. Com fraturas ou infecções. Não há maca, não há médicos, não há vaga, não há vergonha na cara de um país que despreza e mata seus velhos por negligência. Eles têm a mesma idade do ex-presidente Lula, o pai dos pobres. Lula poderia ter dito apenas que, em seu governo, a Saúde melhorou – e não estaria mentindo. Talvez tivesse sido poupado da fúria virtual.
Também é falta de IDH a quantidade de brasileiros sem banheiro: 13 milhões, ou 7% da população. Esse é outro ranking, da Organização Mundial da Saúde, e o país ocupa um insultante nono lugar. Segundo o IBGE, menos da metade dos brasileiros (45%) tem rede de esgotos e só 38% recebem algum tipo de tratamento. Penso o seguinte: de que adianta ter televisão numa casa com crianças se, embaixo da janela ou junto à porta, passa uma vala com lixo, esgoto a céu aberto e uma multidão de ratazanas?
Também é falta de IDH o Brasil não conseguir aplicar um Enem sem fraudes ou anulações. Estudantes no Ceará – o foco do vazamento de 13 questões – foram às ruas com nariz de palhaço para dizer que o Enem é um circo. Alunos de outros Estados ameaçam entrar na Justiça contra a anulação. Não seria falta de IDH insistir no ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato do PT a prefeito de São Paulo? Além de não conseguir gerenciar direito uma prova do Enem, Haddad não sabe a diferença entre Itaim Bibi, bairro de classe média alta da cidade, e o Itaim Paulista, na Zona Leste. Precisa urgente de um mapa e de aulas da Marta Suplicy.
Também é falta de IDH a exibição bizarra de cinismo do PCdoB e de Dilma na troca de ministros do Esporte. Ninguém entendeu nada. Orlando Silva, acusado de fraudes milionárias em convênios irregulares com ONGs, ganha poemas, discursos e flores? O novo ministro, Aldo Rebelo – chamado de Rabelo por Dilma –, diz que quer fazer uma “gestão parecida” com a do camarada destituído? Pelé e Ricardo Teixeira vão à posse para umas embaixadinhas? Fotos mostram Silva e Sarney lado a lado, sorrindo e aplaudindo. Olha, corrupção na política existe em todos os países. Mas esse cinismo todo é dose.
É muita falta de IDH para o meu gosto.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

NINGUÉM FICA PRA TRÁS!

 General da Reserva
Luiz Eduardo Rocha Paiva
Seja escravo de sua consciência, juíza perene de sua vida, e não de cargos e posições, meros passageiros.
Em dezembro de 2009, o governo lançou o Programa Nacional de Direitos Humanos-3 (PNDH3) em pomposa solenidade, cujo brilho foi ofuscado pela repercussão negativa em amplos setores da sociedade. Só o Ministério da Defesa e as Forças Armadas (FA) tomaram, inicialmente, uma posição mais firme em relação ao Programa. Tempos depois, a imprensa, a Igreja, o agronegócio, juristas de renome e outros segmentos manifestaram, também, repúdio a diversas medidas nele preconizadas. O PNDH3 é uma estratégia de ampliação do poder do Executivo, que compromete o equilíbrio entre os Poderes da União, alicerce do regime democrático.
Além disso, o Programa sinaliza a guinada para a linha socialista radical, propósito não declarado, mas perseguido por uma ala com forte presença no Executivo. Hoje, discreta e veladamente, muitas propostas do PNDH3 são aos poucos implementadas, sendo a limitação à liberdade de imprensa a de mais difícil imposição, em face do poder da mídia.
Os pontos do Programa que, naquela oportunidade, mobilizaram o Ministro da Defesa e os Comandantes Militares foram os relativos à revisão da Lei de Anistia e à Comissão da Verdade (CV), que iria apurar as violações aos direitos humanos cometidas por agentes do Estado, deixando de lado as perpetradas pelos componentes da luta armada. O governo concordou em ampliar as investigações, incluindo as violações cometidas, também, por ex-guerrilheiros. Quanto à Lei de Anistia, o STF confirmou a validade nos termos em que foi promulgada, ou seja, abrangendo os dois lados. O Projeto de Lei que cria a CV deu entrada no Congresso Nacional em 2010, mas não foi então apreciado, pois tratava de assunto delicado para entrar em pauta num ano eleitoral.
Com a ascensão do novo governo, o contexto se modificou. A disposição de investigar apenas os abusos praticados por agentes do Estado é declarada publicamente por autoridades do Executivo e aliados. Com base num quadro maniqueísta, fundamentado em versões unilaterais dos fatos ocorridos, haverá intensa campanha para a revisão da Lei de Anistia, ainda uma das metas da esquerda radical-revanchista.
O argumento de que os guerrilheiros, sequestradores e terroristas de outrora ficaram conhecidos e pagaram por seus crimes e que agora seria a vez dos torturadores serem apresentados para uma condenação moral não se sustenta. Nem todos os primeiros são conhecidos, nem todos pagaram por seus crimes e muitos foram libertados em troca da vida de pessoas sequestradas. A Nação não viu a face de todos que planejavam ou executavam assaltos, sequestros e atentados, não conhece os que atuavam na logística das operações, tão responsáveis como os executantes, nem os componentes dos tribunais de justiçamento e execução de guerrilheiros que abandonavam a luta armada.
O povo tem sim o direito de conhecer sua história, portanto merece saber que crimes foram planejados e cometidos por ex-guerrilheiros e ex-guerrilheiras hoje em posições importantes. A Presidente da República teria participado direta ou indiretamente (portanto seria co-responsável) de alguma ação com vítimas? Serão essas autoridades ouvidas pela CV? As vítimas conhecerão os responsáveis por suas sequelas? Outros tantos componentes da luta armada, hoje desconhecidos da Nação, serão apresentados, a exemplo do que será feito com relação aos que os combateram? Os locais onde foram cometidos atentados terroristas, execuções e assaltos e os cativeiros dos sequetrados serão também identificados e sinalizados, para ficarem como marcos históricos das ações dos que pretendiam transformar o Brasil numa ditadura totalitária como as da URSS, Cuba e China?
A CV não poderá deixar sem respostas esses questionamentos, atendo-se a uma investigação unilateral e facciosa das violações ocorridas, sob pena de se desmoralizar e perder totalmente a credibilidade, já discutível pela forma como será composta. Os membros da Comissão vão ser escolhidos pela Presidente da República e a esquerda revanchista quer impedir a participação de quem possa ter tido ligação com os governos militares. Incoerência explícita, pois quem designará os componentes da CV é uma ex-guerrilheira que, quando Chefe da Casa Civil, avalizou a versão original do infausto PNDH3 para a aprovação do então Presidente Lula. Verdade requer imparcialidade.
A História do Brasil, dos conflitos, revoltas e períodos como o da ditadura Vargas, nunca precisou de uma CV para ser conhecida, bastando o trabalho de historiadores e pesquisadores. Além disso, não há nenhuma cisão na sociedade remanescente do regime militar ou as FA não estariam entre as Instituições de maior credibilidade no País. Portanto, a necessidade de reconciliação nacional como alegam os defensores da CV é uma falácia.
A mencionada reação do então Ministro da Defesa e dos Comandantes Militares em 2009 está neutralizada no tocante à CV. A Comissão será, de fato, um tribunal de inquisição, que promoverá o linchamento moral apenas dos que combateram a luta armada, tenham ou não violado direitos humanos. Muitos defenderam o Estado por missão e idealismo, atributo não exclusivo da esquerda como alguns hipócritas propagam.
Chefes militares cultuam hierarquia, disciplina e justiça. São francos com os superiores e cumprem, respeitando a lei e sem alarde, a obrigação moral e funcional de assumir riscos pessoais para defender os subordinados de injustiças. Seria inconcebível abandonar irmãos de armas ante a injustiça que irão sofrer, caso a CV tome o rumo faccioso que prenunciam a sua composição e o foco das investigações. Caberia a quem estivesse no lugar deles a missão que cumpriram nos anos 70 e, se alguns infringiram a lei foram anistiados assim como os assassinos, sequestradores e terroristas, que não contestavam a anistia antes de chegarem ao poder.
 
A tradição militar reza: ninguém fica pra trás!