Gen Clovis Purper Bandeira
As manifestações[1][1]
de professores em greve, apoiados por outros profissionais e
manifestantes profissionais – daqueles que são alugados na Cinelândia ou
na Rodoviária de Brasília para engrossarem o efetivo das manifestações –
vêm ocorrendo num crescente clima de violência e desrespeito aos
direitos fundamentais das pessoas, como o de ir e vir e o de
propriedade.
É natural que, em campanhas salariais, os sindicatos e demais
condutores das manifestações tendam a estimular a violência dos atos
reivindicatórios. Enquanto a violência é verbal, tudo bem. Essa, afinal,
é uma das maneiras mais tradicionais de expressão de uma multidão[2][2].
O que temos visto, porém, nas mais recentes ocorrências no Rio de
Janeiro e em São Paulo, é a participação de grupos anarquistas –
macaqueando seus congêneres europeus até na vestimenta – infiltrando-se
ou sendo admitidos permissivamente no seio da multidão. Passam, assim, a
utilizar as pessoas pacíficas, ou quase isso, como escudo em seu
enfrentamento com a polícia, consequente dos atos criminosos de
vandalismo que praticam sob a máscara do protesto político. Aos
anarquistas somam-se criminosos comuns, sem a desculpa política,
interessados em saquear a propriedade privada ou as instalações públicas
e roubar celulares, equipamentos eletrônicos, roupas etc.
Note-se também que, diferentemente do que ocorreu nas manifestações
espontâneas e apartidárias de junho, as atuais exibem bandeiras
anarquistas e de partidos de extrema esquerda, como PSOL e PSTU. Estas
mesmas agremiações dominam os sindicatos dos professores cariocas,
mantidos em greve há mais de dois meses, sob a complacência bovina do
Executivo, do Judiciário e, principalmente, dos pais dos alunos, que já
perderam o ano ou o semestre, pois não há como recuperar tanto tempo de
aulas nos dois meses que faltam para o fim do ano letivo.
Dominadas por extremistas políticos, as multidões perdem o senso da razão e passam a se comportar como turbas[3][3].
As turbas, descontroladas, apoiadas pela imprensa sensacionalista e por
pretensos “defensores de direitos humanos”, até mesmo por patrulheiros
da OAB, julgam-se donas da verdade e com o poder divino de impor sua
vontade a todos os demais, impedindo a livre circulação e querendo taxar
de criminosas as ações legítimas das forças defensoras da Lei e da
ordem. Estas, por sua vez, também cometem excessos não justificados, mas
daí a considerá-las espúrias e proibidas de cumprir sua missão, vai uma
grande distância.
Neste
ponto é que atuam profissionais da imprensa e advogados defensores dos
bandidos, que chegam ao absurdo de afirmarem que a presença da polícia
na rua é que provoca a violência dos marginais Black Blocs. Quer
dizer, então, que se polícia não aparecer os criminosos ficarão
envergonhados de suas ações e passarão a entoar músicas sacras e a
brincar de roda? Esses disparates são proferidos como se fossem verdades
científicas.
Quando
lemos que a OAB iria acompanhar as manifestações, ficamos satisfeitos.
Com certeza iriam orientar os policiais na condução de seus flagrantes e
no registro das ocorrências, evitando falhas que viessem a invalidar o
inquérito e, posteriormente, o processo criminal a que seriam submetidos
os bandidos. Ledo engano! A tropa de choque da OAB está lá para
garantir que os “direitos” dos bandidos sejam respeitados, enquanto os
direitos dos demais cidadãos de bem são vilipendiados por seus
“clientes”!
E
qual é o papel do Governo do Estado no problema? Limita ao máximo a
atuação da polícia, de olho na queda de popularidade – há sempre
eleições em vista, em todos os anos pares – que pensa advir da repressão
aos tumultos[4][4]
em andamento. Enquanto isso, parece esquecer os sofrimentos a que
submete a grande maioria da população, que é vítima dos excessos e atos
de banditismo cometidos ou acobertados pela turba.
O
tiro poderá sair-lhe pela culatra. A crise pode escalar a um ponto em
que não possa mais controlá-la, atingindo o ponto de distúrbio civil[5][5],
o que colocará em dúvida sua capacidade de liderança e sua vontade de
impor a obediência da Lei por todos, o que é seu dever inalienável. É
por esse motivo que, em termos de segurança pública, sua polícia possui o
monopólio da força, para impor a Lei. E, quando o estado for incapaz de
impor a Lei e a ordem, a União, por exigência constitucional, tem que
fazê-lo, decretando intervenção na área do estado, numa das situações
excepcionais previstas na Constituição (Art. 34 a 36 e 136 a 141).
Nos
últimos eventos é também preocupante o ressurgimento da “greve de
solidariedade”, tão comum nos idos de 1960, resultando em baderna nas
ruas centrais de São Paulo, em solidariedade aos manifestantes cariocas.
Tal coordenação grevista aponta para uma orientação supraestadual,
responsável pela amplificação dos protestos e, em grau máximo, sua
expansão pelo restante do país.
Aliás,
não é interessante que tais tumultos só ocorram em estados cujos
governos são de oposição ao governo federal? Por que não acontecem
também na Bahia, no Rio Grande do Sul? Não há reivindicações nos estados
governados pelos “companheiros”? Ou não há interesse dos promotores da
baderna, pertencentes à base política do governo federal, em tumultuar a
vida e a eleição desses “companheiros”? Parece-nos evidente a
orientação dos tumultos por parte de partidos da extrema esquerda,
parceiros do grande bloco de apoio comprado pelo PT ao longo dos últimos
anos de seus desgovernos, aliados aos sindicatos pelegos dominados por
esses mesmos partidários do “quanto pior, melhor”. Não nos estados
situacionistas, é claro.
Pensam
que o assunto está esgotado? Não se iludam, a criatividade nesse campo é
infinita. O SEPE, Sindicato Estadual de Profissionais da Educação (RJ),
acaba de declarar que os Black Blocs são bem-vindos a suas
manifestações, como aliados na “luta”. Nas páginas dos jornais, já estão
expostas fotografias com linhas de marginais criminosos formando como
“comissão de frente” em passeata dos professores cariocas, que passaram,
em número crescente, a também usar roupas pretas em seus tumultos
políticos. Temos, agora, os Black Teachers!
Alegar
que todo o apoio é bem-vindo equivale a aceitar, da mesma maneira, o
apoio do Comando Vermelho (CV), dos Amigos dos Amigos (ADA), do Primeiro
Comando da Capital (PCC), da máfia e de outras associações criminosas
nacionais e internacionais, mas não querer ser tratado como devem ser
tratados esses aliados pelas autoridades.
Estaremos
criminalizando o legítimo movimento reivindicatório dos profissionais
da educação? De maneira alguma. Eles é que estão se criminalizando, ao
adotar como companheiros de viagem a escória criminosa da sociedade.
Dize-me com quem andas...
[1][1] Manifestação:
Demonstração, por pessoas reunidas, de sentimento hostil ou simpático a
determinada autoridade ou a alguma condição ou movimento econômico ou
social.
[2][2] Multidão:
Aglomeração psicologicamente unificada por interesse comum. A formação
da multidão caracteriza-se pelo aparecimento do pronome «nós» entre os
membros de uma aglomeração; assim, quando um membro de uma aglomeração
afirma - « nós estamos aqui para cultuar ... », « nós estamos aqui para
protestar ... » podemos também afirmar que a multidão está constituída e
não se trata mais de uma aglomeração.
3][3] Turba:
Multidão em desordem. Reunião de pessoas que, sob o estímulo de intensa
excitação ou agitação, perdem o senso da razão e respeito à Lei e
passam a obedecer a indivíduos que tomam a iniciativa de chefiar ações
desatinadas.
[4][4] Tumulto:
Desrespeito à ordem, levado a efeito por várias pessoas, em apoio a um
desígnio comum de realizar certo empreendimento, por meio de ação
planejada contra quem a elas se possa opor (o desrespeito à ordem, uma
perturbação da mesma por meio de ações ilegais, traduzidas numa
demonstração de natureza violenta ou turbulenta).
[5][5] Distúrbio interno ou civil:
Inquietação ou tensão civil que toma forma de manifestação. Situação
que surge dentro do país, decorrente de atos de violência ou desordem e
prejudicial à manutenção ou preservação da Lei e da ordem. Poderá provir
da ação de uma turba ou originar-se de um tumulto
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