1ª PARTE
ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS
ACADEMIA REAL MILITAR (1810)
DIVISÃO DE ENSINO – SEC ENS "A"
CADEIRA DE HISTÓRIA MILITAR
1. INTRODUÇÃO
A Revolução Democrática de 31 de março de 1964 foi um movimento que
visava, acima de tudo, evitar que o Brasil fosse entregue nas mãos dos
comunistas.
É muito simples para qualquer pessoa, nos dias de hoje, levantar
argumentos que contrariem os fundamentos nos quais se baseiam os regimes ditos
socialistas/comunistas. Com a queda do muro de Berlim em 1989, com a derrocada
político-econômica-militar da ex-União Soviética e, em conseqüência, a realidade
que surgiu das luzes lançadas nos porões dos governos comunistas é possível
provar de forma sobeja e cristalina a contradição do regime dirigido por Moscou
desde 1918 e imitado pela China e tantos outros países.
No entanto, se observarmos com atenção o passado recente do Brasil
(1922-1964) e reagirmos os fatos ocorridos com a conjuntura mundial
correspondente, veremos que a Revolução de 64 representou o clímax de um longo
ciclo revolucionário que começou com a Rev de 1922 (tenentismo) no Rio de
Janeiro e terminou com aquela que é considerada "a revolução para acabar com
todas as revoluções" (31 Mar 64).
É importante salientar, ainda, que a chamada Guerra Fria, dividiu o
mundo em dois pólos opostos fazendo com que o segmento militar brasileiro, de
vocação legalista, mas acima de tudo, comprometido com os valores democráticos,
se posicionasse nitidamente contra os regimes
totalitários/comunistas.
O trabalho a seguir apresentado tem por objetivos:
- Identificar os principais antecedentes da Revolução Democrática de
31de março de1964;
- Explicar a participação das Forças Armadas no movimento;
e,
- Apreciar as conseqüências e repercussões da revolução para o
Brasil.
2. DE MARX À GUERRA FRIA
a. A Revolução Industrial e o Socialismo Científico
A Revolução Industrial foi iniciada na Inglaterra na segunda metade
do século XVIII, estendendo-se para outros países da Europa, para o Japão e para
os Estados Unidos durante o século XIX.
A Inglaterra, em meados do século XVII, possuía condições muito
favoráveis para ser pioneira e líder do processo de industrialização, sendo,
dentre outras, as que seguem abaixo:
- capitais acumulados durante a Revolução Comercial, transformando
Londres, com seu sistema bancário e sua bolsa de valores , no maior centro
financeiro da Europa;
- supremacia naval originada com os Atos de Navegação de 1651,
associada com o declínio do poderio naval holandês;
- disponibilidade de mão-de-obra provocada pela grande migração do
campo para as cidades fruto do fenômeno dos "cercamentos", o qual se
caracterizou pela expulsão dos camponeses de suas terras comunais empreendida
pelos nobres ingleses nos séc XVII e XVIII, transformando-as em pastagens para
criação de ovelhas , cuja lã era vendida como matéria-prima para fabricação de
tecidos;
- instauração da monarquia parlamentar, possibilitando à burguesia
maior participação no governo e na vida política do país, impulsionado com isso
o desenvolvimento do capitalismo inglês;
- inovações tecnológicas aliadas à sua posição insular e à existência
de ricas jazidas de ferro e carvão.
A industrialização intensificou o processo de urbanização, pois
estimulou a migração das populações rurais e sua concentração na periferia das
cidades manufatureiras.A moderna sociedade urbana e industrial condicionou o
processo de formação das duas classes fundamentais do capitalismo da época: a
burguesia e o proletariado industrial.
Com a Revolução Industrial, a burguesia se tornou a classe
economicamente dominante da sociedade européia e, a partir da Revolução
Francesa, foi também conquistando poder político nos diversos países desse
continente. O proletariado industrial, por sua vez, era submetido a extenuantes
jornadas de trabalho, não era amparado por leis trabalhistas e não tinha
representatividade política.
Nesse contexto, característico da primeira metade do século XIX,
inúmeros pensadores e intelectuais ligados à burguesia e ao proletariado
elaboraram novas doutrinas econômicas e sociais profundamente vinculadas ao
processo de industrialização e urbanização: o liberalismo e o
socialismo.
1) Características do Liberalismo
As teorias fundamentadoras do liberalismo foram desenvolvidas,
principalmente, pelos chamados economistas liberais (ou clássicos),
destacando-se Adam Smith, considerado o pai do liberalismo e o fundador da
escola clássica.
Os princípios econômicos formulados por Adam Smith (1) em "A Riqueza
das Nações", publicado em 1776, corresponderam à fase inicial da Revolução
Industrial inglesa, sendo posteriormente desenvolvidos por seus discípulos,
entre os quais se destacaram, Thomas Malthus(2), David Ricardo(3) e Nassau
Senior.
2) O Socialismo Científico e seus princípios fundamentais
A Revolução Industrial criou, como já vimos, condições para o
desenvolvimento do pensamento socialista, ligado à nascente classe operária. Se
a Inglaterra foi o berço das idéias liberais, a França foi a pátria das idéias
socialistas. Surgindo nos primórdios da industrialização e correspondendo à
infância da classe operária, o socialismo pregava reformas que, em vez de
programas reais de transformação da sociedade da época, propunham projetos
ideais para a construção da sociedade futura, daí denominarem-se seus seguidores
de socialistas utópicos.
Os três principais representantes do socialismo utópico forma Henri
de Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen.
No que concerne ao Socialismo Científico, pode-se conceituá-lo como
sendo o nome que receberam todas as teorias desenvolvidas, em meados do séc XIX,
por Karl Marx e Friedrich Engels, que com a publicação do "Manifesto Comunista"
de 1848 assinalaram o seu surgimento.
Marx e Engels, fruto de seus estudos de economia, história e
filosofia, chegaram à conclusão de que seria possível construir , a partir do
capitalismo bastante desenvolvido ou industrializado e sob direção do
proletariado, uma sociedade socialista ou sem classes. Nela o Estado, a
princípio controlado pela classe proletária, iria desaparecer com o tempo, dando
lugar ao comunismo, a etapa final do socialismo.
A expressão socialismo científico foi criada por Marx e Engels para
diferenciar suas idéias das de outros autores, principalmente os teóricos do
socialismo utópico, os quais, como já vimos, estariam direcionados para a
sociedade do amanhã.
Os fundadores do socialismo científico, ao contrário, estavam
preocupados com a evolução histórica da sociedade, visando entender seu
presente, desejosos em descobrir as forças que nela provocariam a modificação
para a sociedade do futuro.
O Socialismo Científico, preconizado por Marx e Engels, possuía os
seguintes princípios fundamentais:
- as transformações da sociedade como resultado das forças
econômicas;
- a luta de classes como força motriz imediata da
história;
- o proletariado como agente de transformação da sociedade
capitalista;
- fim da exploração do homem pelo homem;
- propriedade social dos meios de produção
(fábricasd-terras-bancos)
- construção de uma sociedade sem classes;
- desaparecimento gradual do Estado;
- o advento do socialismo como fase de transição para o
comunismo.
- liberdade de contrato (empregador-empregado);
- livre concorrência e o livre-cambismo (ñ-protecionismo).
3) O Comunismo no Brasil
a) Surgimento
O comunismo surge no Brasil como influência da Revolução Bolchevista
de 1917, a qual implantou o comunismo na Rússia.
Em março de 1922 é fundado o Partido Comunista no Brasil que aceita,
em 1924, as 21 condições de admissão à Terceira Internacional (ou Komintern –
fundado por Lênin em 1919).
O Komintern tinha por objetivo difundir e apoiar a implantação do
comunismo em escala mundial.
A título de exemplo da total submissão exigida pelo regime soviético,
cujas exigências incluíam a negação de valores fundamentais como o patriotismo,
transcrevemos a seguir a 6ª condição de admissão ao Komintern:
"Todos os partidos comunistas devem renunciar não somente ao
patriotismo como também ao pacifismo social e demonstrar sistematicamente aos
proletários que sem a derrubada revolucionária do capitalismo não haverá
desarmamento e paz mundial".
b) A Intentona Comunista de 1935
Ultrapassados os movimentos revolucionários e as revoltas de 1922 no
Rio de Janeiro, de 1923 no Rio Grande do Sul, de 1924 em São Paulo, da Coluna
Prestes entre 1925 e 1927, vamos desembocar na Revolução de 1930, que consegue o
que os outros movimentos não conseguiram: por um fim à política do
café-com-leite fundamentada no poder das oligarquias paulista e mineira que
lideravam a política nacional determinando o resultado das eleições, indicando,
inclusive, o presidente da república.
Com a vitória na Revolução de 30, Getúlio Vargas implementa um
governo forte e centralizador que contrariava vários segmentos que haviam
apoiado sua ascensão ao poder. Particularmente, o Estado de São Paulo clamava
por um tratamento digno de suas lideranças e por uma Constituição.
Tal crise originou, como já foi estudado anteriormente, a Revolução
de 1932 que teve como conseqüência principal a elaboração da Constituição de
1934 que,, influenciada pela Constituição alemã de Weimar, apresentava
características liberais e centralizadoras.
O período do governo constitucional de Getúlio Vargas foi uma fase
marcada pelo choque entre duas correntes ideológicas, influenciadas pelas
ideologias de origem européia: a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança
Nacional Libertadora (ANL).
A AIB, nascida em São Paulo, fundada e liderada por Plínio Salgado
caracterizou-se por ideologia e métodos fascistas. Pretendia a criação de um
"Estado Integral", ditatorial, com um só partido e chefe único.
A ANL, por sua vez, surgiu como um movimento de Frente Popular, de
composição variada contra o fascismo.
Desde sua fundação, a Aliança Libertadora Nacional, contava com a
ativa participação de comunistas (Luís Carlos Prestes era seu presidente
honorário) e propunha a reforma agrária, constituição de um governo popular,
cancelamento das dívidas externas e nacionalização das empresas
estrangeiras.
Os violentos choques entre integralistas e comunistas eram habilmente
utilizados por Getúlio Vargas, que mostrava à classe média e aos militares os
perigos de uma política aberta.
O medo à subversão vermelha e os discursos inflamados de Luís Carlos
Prestes levaram o Congresso Nacional a promulgar uma Lei de Segurança Nacional,
concedendo ao governo federal amplos poderes para reprimir a ação da
ANL.
Em 13 de julho de 1935 o QG da ANL é invadido por forças do governo e
com base nos documentos achados em seu interior a organização é acusada de ser
financiada pelo comunismo internacional.
A prisão de alguns líderes, o fechamento da ANL e a impossibilidade,
agora, de chegar legitimamente ao poder levaram a ala mais radical da Aliança a
uma frustrada tentativa (intentona) de implantação do comunismo no Brasil pela
força das armas, liderada por Luís Carlos Prestes, que termina no Rio de
Janeiro, em 27 Nov 35, com a prisão dos insurretos.
c) O breve retorno à legalidade – 1945/47
Em fins de 1943, cresce a pressão contra a ditadura do Estado Novo de
Vargas (instituído com o golpe baseado no Plano Cohen em 1937).
A participação do Brasil na II Guerra Mundial, através de sua Força
Expedicionária (FEB), lutando contra o nazi-fascismo, deixava à mostra as
contradições da ditadura Vargas.
É importante ressaltar que o PCB, seguindo disciplinadamente a
orientação de Moscou, aceitou a diretriz segundo a qual deveria apoiar o
governo, agora aliado à luta antifascista.
Ao entrar na guerra o Brasil estabeleceu relações diplomáticas com a
União Soviética pela primeira vez em sua história.
Até Luís Carlos Prestes, ainda preso por sua participação na
Intentona Comunista de 35, demonstrando total submissão a Moscou, dizia que era
preciso "estender a mão ao inimigo da véspera, em nome das necessidades
históricas".
Cumpre ressaltar que o governo Vargas fora responsável por manter
Prestes cerca de dez anos na prisão e pelo envio para um campo de extermínio
nazista, em 1936, de sua mulher, Olga Benário Prestes, em fase final de
gravidez.
Olga Benário era uma judia-alemã que bem jovem (16anos) começara a
militar no partido comunista alemão, participando, inclusive, de ações armadas,
e que fora encarregada de acompanhar Prestes quando de seu retorno de Moscou
para liderar a revolução comunista no Brasil.
Neste momento, é interessante tomarmos uma pausa para
reflexão:
Que estranho desígnio, que misteriosa força, que delírio ideológico
faz com que um homem (Prestes) venha a apoiar publicamente e venha, inclusive, a
apertar as mãos daquele (Vargas) que fora responsável por sua prisão por dez
anos e que deportara sua mulher, grávida de sete meses, para a Alemanha nazista
onde foi, posteriormente, morta num campo de concentração?
No início de 1945 Vargas, fruto das pressões recebidas, resolve tomar
as seguintes medidas:
- liberar a criação de partidos políticos (dando origem à formação
das siglas UDN-PSD-PTB-PSP;
- reabilitar o Partido Comunista Brasileiro ( PCB);
- estabelecer as eleições presidenciais para Dez 45; e,
- libertar presos políticos, dentre eles Luís Carlos
Prestes.
Teve, então, início o movimento queremista assim chamado em função do
slogan "Queremos Getúlio", composto por partidários de Getúlio Vargas, dentre
eles, os comunistas.
As relações de Getúlio com os comunistas e a decorrente possibilidade
de um novo golpe de Vargas, provoca sua queda.
Vargas é destituído pelos Generais Góes Monteiro e Eurico Gaspar
Dutra.
O Gen Dutra é eleito presidente e assume em 1946.
Em 1947 tem início a Guerra Fria com a colocação em prática da
Doutrina Truman.
Em 1947 o Brasil alinha-se com os EUA (vide TIAR), o PCB é colocado
na ilegalidade e o governo Dutra rompe relações diplomáticas com a
URSS.
3. ANTECEDENTES (55-64)
a. A crise de novembro de 55
b. O governo de Juscelino e Goulart (1956 – 1960)
A espinha dorsal do governo de Juscelino era o Programa ou Plano de
Metas que resultou na construção de Brasília e em outras grandes obras como
usinas hidrelétricas, estradas, indústrias (automobilística) etc...
Esse plano tinha por objetivo o desenvolvimento de cinco pontos
básicos: energia, transporte, alimentação, indústria de base e
educação.
Com a meta de atingir cinqüenta anos de progresso em cinco de
governo, a administração Juscelino efetuou vultosos gastos que elevaram a
inflação/custo de vida e provocaram, como reação, diversas greves.
No campo político o governo Juscelino caracterizou-se pela habilidade
em manobrar em meio as pressões da esquerda e da direita.
No caso do Partido Comunista, por exemplo, observa-se que teve uma
relativa margem de atuação, publicando o semanário "Novos Rumos", o qual tinha
venda livre nas bancas, apoiando abertamente o rompimento do governo com o
FMI.
Com relação aos militares comprou novos equipamentos, como o
porta-aviões Minas Gerais, e contornou com êxito as rebeliões de Aragarças e
Jacareacanga, lideradas por oficiais da Força Aérea.
c. O governo Jânio Quadros ( UDN –1961)
Eleito com 48% dos votos, Jânio Quadros tornou-se presidente do
Brasil, e João Goulart, mais uma vez, foi empossado na
vice-presidência.
Governando de maneira personalista e folclórica, as atitudes de Jânio
despertaram a preocupação da sociedade brasileira como um todo e, em particular,
do segmento militar.
No campo econômico, Jânio implementou medidas estabilizadoras e
antiinflacionárias que geraram um grande custo político pois provocaram o
descontentamento tanto de empresários quanto de trabalhadores.
Sua política externa, que pretendia ser independente e neutra, causou
comoção em uma época onde a sensibilidade da comunidade internacional
exacerbava-se, no auge da guerra fria, ante a possibilidade de um conflito
nuclear.
Provavelmente, Jânio renunciara, esperando que a popularidade que o
conduzira ao poder o fizesse, desta feita, voltar nos braços do povo e com as
mãos livres para exercer o governo do país conforme lhe aprouvesse, plenamente
independente.
O erro de avaliação cometido por Jânio ao renunciar em 25 Ago 61,
mergulharia o país em uma crise que quase o conduziu a uma guerra
civil.
É importante destacar que a conjuntura mundial, no início da década
de 60, também apresentava graves focos de tensão cujos reflexos se faziam sentir
no cenário nacional e que bem justificam a preocupação do segmento militar com a
manutenção dos valores democráticos e com a preservação das
instituições.
Como exemplo, podemos citar a construção do muro de Berlim e o início
da fase americana da Guerra do Vietnã em 1961 e a crise dos mísseis em Cuba, que
quase conduziu o mundo a uma guerra nuclear em 1962.
d. O governo João Goulart (07 Set 61 – 30 Mar 64)
Por ocasião da renúncia de Jânio Quadros, João Goulart encontrava-se
na China comunista em viagem oficial.
Os ministros militares receosos de que "Jango" tentasse estabelecer
no Brasil uma república sindicalista, ou pior ainda, um governo comunista,
vetaram a volta de João Goulart ao Brasil, alegando razões de segurança
nacional.
A situação tornou-se mais tensa quando o governador do Rio Grande do
Sul, Leonel Brizola, partidário e cunhado de "Jango", deflagrou a campanha pela
legalidade, utilizando uma cadeia de rádio para insuflar a população contra a
decisão de vetar a posse de João Goulart.
Conseguindo o apoio do Cmt do então III Exército (atual CMS),
comandado na época pelo Gen Machado Lopes, criou-se um impasse que poderia levar
o Brasil a uma situação de guerra civil.
Graças à proposta apresentada pelo Congresso Nacional, que previa a
instauração do parlamentarismo, houve o acordo com os ministros militares,
evitando-se o perigo de uma confrontação armada (guerra civil).
1) A antecipação do plebiscito
Tão logo assumiu a presidência, João Goulart começou a articular a
antecipação do plebiscito popular sobre a permanência do regime parlamentarista,
prevista para 1965.
Conseguindo o fim do parlamentarismo em plebiscito popular em 6 de
janeiro de 1961, Jango assumiu plenos poderes como presidente da república,
porém os problemas político-econômicos continuaram :
- inflação e eclosão de conflitos políticos;
- reforma agrária sem nenhum acordo; e,
- influência de Brizola, que organiza o "Grupo dos Onze", verdadeiras
células comunistas para a difusão da luta armada.
2) Expansão comunista no governo Goulart
a) Janeiro de 1962
- Comunistas dominam a União Nacional dos Estudantes (UNE), a
Petrobrás e os sindicatos de transportes, agora unidos em comando único através
do Pacto União e Ação (PUA);
- Dominam a Confederação Nacional dos Trabalhadores de Indústrias e
outros sindicatos; e,
- Realizam a publicação diária da "Voz Operária", jornal do
PCB.
b) Fevereiro de 1962
- Leonel Brizola encampa empresa telefônica no RS (início da campanha
de naionalização/estatização);
- Exército constantemente atacado pela imprensa infiltrada por
comunistas; e,
- pregação comunista torna-se aberta, sendo que Luís Carlos Prestes,
com apoio oficial, traz exposição soviética para o Rio de Janeiro.
c) Maio-Junho de 1962
- Partido Comunista, mesmo na ilegalidade, realiza comícios
ostensivos e campanhas populares;
- Movimento de Cultura Popular do Min da Educação, com o pretexto de
combater o analfabetismo realiza doutrinação comunista;
- intensifica-se a tensão social com a ameaça de greve geral da CGT;
e,
- saqueados aproximadamente 300 estabelecimentos comerciais em
Caxias, com um saldo de 25 mortos e 1000 feridos.
d) Setembro de 1962
- Movimento grevista paralisa quase toda a nação; e,
- PCB estabelece seu programam de 11 pontos, um dos quais previa um
expurgo nas Forças Armadas.
e) Outubro de 1962
- Eleições levam vários comunistas infiltrados nos partidos legais ao
poder (Miguel Arraes – PE);
- CGT passa a assessorar o ministro do trabalho tendo livre trânsito
no palácio do governo;
- eleição de sargentos, contrariando a lei eleitoral, provoca a
passeata de 6000 Sgt, Cb e Sd em favor da posse dos eleitos
ilegalmente;
- alguns militares aliaram-se à subversão e procuraram levá-la aos
quartéis.
f) Setembro de 1963
- Sargentos da Aeronáutica e da Marinha revoltam-se em Brasília
contra a decisão do Supremo Tribunal Federal que denegara a elegibilidade dos
sargentos, assumindo o controle de instalações militares, fazendo reféns
oficiais e seus familiares;
- chegam a prender o Presidente da Câmara dos Deputados e um Ministro
do STF;
- o Presidente da República se ausentara da capital federal,
retornando somente após a rebelião ter sido controlada.
g) As Ligas Camponesas
h) O envolvimento de João Goulart
(1) Ações do PCB
- Lança forte campanha pela encampação das refinarias particulares,
pela moratória da dívida externa e pela anistia aos sargentos de
Brasília.
(2) Ações do Presidente
- Participa de comício comunista na Cinelândia (Set 63);
- solicita ao Congresso a decretação de Estado de Sítio (retirado por
pressões recebidas da esquerda e da direita – Out 63);
- negocia diretamente com o PC;
- concorda com a formação de uma Frente Popular (unificação das
esquerdas);
- envia projetos radicais ao Congresso – reforma constitucional,
encampação de refinarias, reforma agrária radical e outros...; e,
- vislumbrava Goulart que o poder legislativo em decadência não teria
como reagir.
O Presidente julgava as Forças Armadas sem condição de oposição
devido aos seguintes fatores: Grandes comandos estariam afinados com ele; e, a
oficialidade estava seria neutralizada pelos sargentos, já submetidos à
doutrinação e aliciamento.
- tudo indicava a instalação de uma "República Sindicalista".
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