Até quando seremos platéia cativa e muda dos arroubos do Sr Ministro Nelson Jobim?

Caros amigos,

Até quando seremos platéia cativa e muda dos arroubos do Sr Ministro Nelson Jobim?

A vaidade do Sr Ministro é o ponto focal e mais evidente de sua personalidade, daí a intransponível dificuldade que encontra para fazer o que o seu ego mais lhe tem exigido: Liderar os militares!

Jamais conseguirá, pois a liderança militar pressupõe como fundamento a humildade que iguala os homens na essência humana de sua falibilidade. O Sr Ministro, na intimidade de seus pensamentos, com certeza, deve considerar-se uma espécie de deus ainda não reconhecido pela massa dos imperfeitos.

A grandiloqüência, a arrogância, a autopromoção e a soberba fazem parte inseparável da personalidade do bem sucedido jurista, mas o condenam, em meio militar, ao afastamento dos bons e à convivência com o silêncio dos omissos, com a falsidade dos oportunistas e com a exaltação dos bajuladores, os quais, com inteligência, identifica, mas, por vício ou necessidade de ovação, não consegue afastar.

Não lhe tem faltado, sei muito bem, o concurso dos que por dever de ofício e formação, ou mesmo por  amizade ou afeição, o têm assessorado com honestidade e franqueza. São estes que o fazem ser, e aqui me perdoem os mais exaltados do que eu, o melhor Ministro da Defesa que já tivemos, o que não é vantagem, considerando-se o universo em que compete, e que, de maneira alguma, faz dele o Ministro que merecemos!

Em seus arroubos teatrais, disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que “demitiu” o Gen Santa Rosa! Poxa, será que, depois de tanto tempo de convivência no meio militar, ele ainda não aprendeu que os militares são exonerados de seus cargos, mas nunca demitidos ou postos na rua, como ele quer fazer pensar? Claro que aprendeu, mas por que deixar passar a oportunidade de simular grandeza e poder discricionário para uma platéia de desavisados?

No caso do Gen Santa Rosa, o Sr Ministro foi beneficiado pela formação e pelo amor cívico do General às Instituições Militares, pois a exoneração foi claramente persecutória e punitiva, em face de uma alegada ação de indisciplina, o que não consta e, por conseguinte, contraria o Regulamento Disciplinar do Exército (RDE), que estabelece como punições a advertência, a repreensão, a detenção e a prisão. O General poderia recorrer à Justiça em defesa de seu direito, mas, pelas razões que já expus, preferiu calar-se, infelizmente!

Disse também que “enquadrou” o Gen Heleno no caso da frustrada palestra sobre a Contra Revolução de 64! Ledo engano, pois, quem o fez foi a própria consciência do General! Quase meio século de exemplares serviços à Pátria demoveram-no de um impulsivo ato de insubordinação a uma ordem dada pelo Comandante do Exército e jamais o temor ou a submissão à pessoa do Dr Nelson Jobim, como sua postura quer que pensem os que nada sabem sobre o comportamento dos soldados.

Acrescentou que, por sua sacrossanta vontade, a História da Pátria e o evento que a salvou da escravidão comunista deixaria de ser comemorado! Obviamente o fez em defesa de sua permanência no cargo e em respeito aos falsos requerentes de indenizações milionárias. Haja poder e valentia!

A experiência adquirida pelo uso extemporâneo da farda permitiu-lhe constatar e declarar que os Oficiais Generais de hoje são diferentes dos que conduziram os destinos das Forças Armadas antes e durante o período do movimento cívico militar de 1964. Deixou, no entanto, de aperceber-se de que, se são assim, foi porque assim quiseram os próprios militares, já que a promoção a General e de Generais ainda é feita pelo critério de “escolha” pelos Altos Comandos das Forças.  

Não se apercebeu também o Sr Ministro que, na verdade e na essência, as Forças, seus valores, princípios e atributos afetivos continuam os mesmos e se, circunstancialmente, a postura adotada parece ser a de tolerância e contemporização, por outro lado o único comprometimento dos soldados continua a ser com os interesses da Pátria que, posta em perigo, qualquer perigo, assistirá, orgulhosa, ao levante de suas fiéis legiões!

Não perdeu a chance televisiva para jactar-se de sua participação no desvirtuamento da morte do desertor, traidor, assassino, assaltante e terrorista Carlos Lamarca, a qual enquadrou como execução, talvez pelos mesmos meios com que inseriu artigos não aprovados na Constituição Federal. Ouso sugerir que a teoria seja levada ao Tribunal Internacional de Haia, para que os EUA também paguem indenização milionária à família do terrorista Bin Laden, “executado” recentemente por ação militar no Paquistão! 

A compulsão do Sr Ministro para colocar-se acima dos homens e que o impede, definitivamente, de ser o “lidador” que gostaria de ser, é a mesma que nos impele a contestá-lo sempre que temos notícia de suas “façanhas”.

Até quando seremos platéia cativa e muda de seus arroubos?

Com a palavra a Presidente Dilma, Comandante Supremo das Forças Armadas do Brasil! 

Colaboração:

PC Chagas