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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

POBRE BRASIL


Pobre Brasil, outrora juvenil com verdes matas
Com as suas infinitas riquezas e cascatas
Hoje dilapidadas, sucateadas, saqueadas
A ponto de extrema penúria, sem mais nada
Pobre Brasil, aclamado rincão exuberante
Quebrou-se com um povo ignorante
Que vende seu voto em troca de cesta
Tal e qual prostituta da mais besta
Pobre Brasil, onde inexiste o civismo
Mas ao qual sobram pilhas de cinismo
De um povo heroico, bravo e retumbante
Restou uma turba bovina e ruminante
Como gado em direção ao abatedouro
Sem notar que teria a força no estouro
Pobre Brasil, que um dia já teve braço forte
E agora segue calmo, manso para o corte
Os Poderes da República corrompidos
Com os de bem cada vez mais reprimidos
Tendo que bancar a conta dos bilhões
Dos saqueadores do erário – vis vendilhões
Alguns poucos tentando nos moralizar
E os réprobos poderosos ficam a torpedear
Pobre Brasil, que no final do túnel não vê luz
Porque o pior de todos é o que nos conduz
Figura execrável, debochado e cachaceiro
Que transformou as instituições em puteiros
Cada um se vende do jeito que dá e pode
E classe média, como sempre, é quem se fode
Gostaria de ir embora dizendo: “não vou ligar”
Mas, aí, reflito: “o que meus netos irão herdar?”
Nesse momento a raiva cresce a transbordar
E confesso: é tanto ódio que chega a me cegar
Grito: “quero dessa canalha o meu país de volta!”
E pra chegar a tal digo: “os meios? Não importa!”
Que rolem as cabeças às centenas, aos milhares
Pois apenas desse jeito conseguiremos tal milagre

Saint-Clair Paes Leme – poeta revoltado de boteco pé-sujo, Membro da ABL (Associação de Bares e Lupanares) e voluntário para participar do Pelotão de Fuzilamento aos Corruptos.

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