quinta-feira, 29 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Sérginho - Tu MMM 72 - Notícia Internacional!
Sergio Santos completa os 21km na Meia Maratona do Rio em 2h10min
Prova bate recorde com 20 mil inscritos entre os percursos de 5km e 21km
Por Eu AtletaRio de Janeiro
Sergio Silveira Dos Santos, 66 anos, foi o destaque na Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro. De acordo com os cronômetros oficiais, ele fez 02:10:00 na prova de 21km.
Sergio ficou na 71ª colocação na categoria de 65-69 anos, e 5972º no geral da distância com um pace médio de 06:11 min/km.
Na edição 2013 a Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro se confirmou como maior prova da distância no país, batendo o recorde de 20 mil inscritos.
Com largada na Praia de São Conrado, os corredores de 21km subiram a Avenida Niemeyer, tendo o mar como companhia constante. Seguiram pelas orlas de Leblon, Ipanema e Copacabana, as praias mais famosas da zona sul carioca. Passaram o túnel para conferir a bela vista do Corcovado, antes de seguir, pelo Aterro do Flamengo, até a chegada em frente ao Monumento aos Pracinhas.
Assista ao vídeo: http://www.midiasport.com.br/images/videos/3351/21k/2-25-30_2-26-0.mp4
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Entrevista com o Tenente-Coronel Nestor da Silva (pai do Cel Nestor - Tu MMM 72)
Tenente-Coronel Nestor
Entrevista com o Tenente-Coronel Nestor da Silva, militar da reserva, que integrou a Força Expedicionária Brasileira (FEB).
EBlog: TC Nestor, há muitas versões sobre a mobilização e o treinamento da FEB. Como o Sr. vivenciou essa etapa, antes de seguir para a Europa?
TC Nestor: Com a decisão definitiva da criação da FEB, foram selecionados os três Estados mais populosos e ricos do país – RJ, SP e MG -, de onde sairiam os três Regimentos de Infantaria (RI) que comporiam a Força Expedicionária Brasileira – FEB. A mobilização passou a ser sinônimo de dificuldade de toda ordem, dadas às condições físicas, intelectuais e de pobreza existentes em cada área onde iria ser selecionado, particularmente, o pessoal. O tempo passava e a FEB não se organizava. Os três RI (1º, 6º, e 11º) se reuniram no Rio de Janeiro e a mobilização continuava ainda inacabada, pois, só depois de concluída, poderia, naturalmente, iniciar-se, o também necessário e urgente treinamento. Eu vivenciei a mobilização, inicialmente em São João Del Rey –MG, sede do 11º RI, depois em contato com os dois Regimentos de Infantaria: 1º RI do Rio de Janeiro e 6º RI de Caçapava –SP. Em seguida, começou o tão esperado e indispensável treinamento da FEB, ainda no RJ. Por causa dessas grandes dificuldades, surgiram insinuações maldosas de que era mais fácil uma cobra fumar do que a FEB embarcar para a guerra na Itália. Daí surgiu o nosso querido e respeitado distintivo “A cobra fumando’’ encimado pela palavra BRASIL. Por fim, a FEB embarcou para a guerra na Itália, lutou e venceu um inimigo valente. Estamos certos de que a “Cobra Fumou’’ e fumará sempre que o Brasil precisar.
EBlog: Na sua opinião, as tropas brasileiras estavam bem preparadas quando entraram em combate?
TC Nestor: O Exército Alemão se preparou para a guerra durante muitos anos. Assim, estava bem preparado. O Exército Brasileiro, ao contrário, nem pensava ainda em entrar em uma guerra. Das conversações entre os governos americano e brasileiro, a FEB deu início à mobilização e ao treinamento intensivo no Campo de Instrução de Gericinó. A mobilização aos poucos foi tomando forma até o final de 1943. No início de 1944, os RI reunidos no Rio de Janeiro deram continuidade ao treinamento, inclusive com uma vacinação completa da tropa, e paralelamente a outras atividades militares de capacitação para a guerra. Os americanos exigiam urgência na ida da FEB para a Itália. Assim, ela se dividiu em dois escalões: o primeiro, formado pelo 6º RI de Caçapava –SP, que embarcou em julho de 1944; e o segundo, composto pelo 1º RI do Rio de Janeiro e pelo 11º RI de São João Del Rey – MG, embarcou em setembro do mesmo ano.
EBlog: Após entrar em ação, qual foi o maior obstáculo enfrentado pelos soldados brasileiros?
TC Nestor: O clima (20 graus negativos), a alimentação diferente, por exemplo. A temperatura abaixo de zero ocasionava o congelamento dos pés, dando origem ao que se chamava o “Pé de Trincheira’’, que obrigava o militar a baixar ao hospital e, nos casos mais graves, ter de amputar o pé. Essa doença atingia inclusive os americanos. Contudo, o espírito de improvisação do brasileiro o fez colocar jornal velho e capim seco dentro do calçado, que com o tempo fermentavam produzindo calor e o “Pé de Trincheira” desapareceu. O americano estranhou e procurou saber por que o brasileiro não baixava mais ao hospital, e passou, também, a usar o truque.
EBlog: Qual a sua impressão sobre a tropa alemã que a FEB enfrentou no Vale do Rio Pó?
TC Nestor: A tropa alemã dominava o setor de Bolonha. Suas organizações ali eram mais densas e importantes. Além dessa nova posição, os alemães procuraram melhorar a linha PÓ-TECINO. No Vale do PÓ, várias cidades foram preparadas para oferecer resistência ao invasor, retardando-lhe os movimentos. A FEB se encontrava frente às Divisões Alemãs que ocupavam as melhores posições. Apesar da grande potencialidade militar alemã, seu moral para a luta já era baixo, o que facilitou à FEB a conquista do Vale do Rio Pó. Aí se deu a rendição da 148ª Divisão Alemã. Esse foi um grande triunfo para a FEB na Itália.
EBlog: Qual o episódio da Guerra que mais ficou marcado em sua memória?
TC Nestor: Aos 15 dias de abril de 1945, deu-se o ataque a Montese, considerada a maior batalha da FEB na Itália. À noite daquela data memorável, fui informado pelo meu Comandante de Batalhão, por telefone, ele na frente do Gen Mascarenhas de Moraes – Cmt da FEB, que eu acabava de ser promovido, por bravura, de 2º Sargento a 2º Tenente. Esse foi o maior episódio da guerra que ainda está marcado em minha memória. O Cmt do batalhão disse ainda: Nestor, procure honrar essas estrelas como você honrou suas divisas.
EBlog: Houve algum momento, em combate, que o senhor sentiu medo?
TC Nestor: Sim. Todavia, o medo atua mais intenso antes de iniciar o combate. Desencadeado esse, o medo é substituído pela ânsia de destruição do inimigo e não se pensa mais no medo. Foi assim que prendi 16 alemães e coloquei-os dentro de uma cratera de bomba de avião, com ordem de destruí-los, caso quisessem galgar as paredes da cratera. O medo na guerra é sempre substituído pela bravura do combatente.
EBlog: O Sr. era Sargento durante a 2ª GM? Ao retornar como foi sua carreira militar? E suas promoções?
TC Nestor: Eu fui 2º Sgt desde o início da ação da FEB na guerra até a batalha de Montese, a maior que a FEB enfrentou na Itália. Nessa batalha eu fui promovido de 2º Sgt ao posto de 2º Tenente como já foi anteriormente esclarecido. Chegando de volta ao Brasil, no 2º semestre de 1945, fui matriculado, a seguir, na Escola Militar de Resende, em fevereiro de 1946. Terminei o Curso de Formação de Oficial, em maio de 1949. Daí para frente, fui sendo promovido normalmente até o posto de Tenente-Coronel, quando solicitei transferência para a Reserva com equivalência a dois postos acima de Tenente-Coronel. Fiz Faculdade de Administração de Empresa e a seguir comecei a trabalhar na vida civil.
EBlog: Até hoje, os italianos que moram nos locais por onde a FEB passou, referem-se com carinho ao militar brasileiro. Como o Sr explica essa relação tão positiva com a população local?
TC Nestor: Os italianos se assemelham muito aos brasileiros, inclusive na língua falada. A FEB, quando marchava pelas cidades italianas, agradava a todas as pessoas, oferecendo café, cigarros e alimentos. Assim, criou-se uma amizade entre italianos e brasileiros, que durou não só durante a guerra como depois que ela terminou e os brasileiros já se preparavam para o retorno ao Brasil. Daí surgiu essa grande admiração existente até os dias de hoje entre esses dois povos. Houve até casamentos entre italianas e soldados do Brasil, o que confirma mais ainda a forte amizade que dura até hoje.
EBlog: O Sr pode nos contar o que significa esse distintivo da Cobra Fumando?
TC Nestor: Como já foi esclarecido na resposta à primeira pergunta, por causa das grandes dificuldades de mobilização, organização e treinamentos da Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE), surgiram insinuações maldosas de que era mais fácil uma cobra fumar do que a FEB embarcar para a guerra na Itália. Daí surgiu o nosso querido e respeitado distintivo ‘’A cobra fumando’’ encimado pela palavra BRASIL. Por fim, a FEB embarcou para a guerra na Itália, lutou e venceu um inimigo valente. Estamos certos de que a ‘’Cobra Fumou’’ e fumará sempre que o Brasil precisar.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Uma Jornada de Encontros
´
Cacá Diegues, cineasta
Tenho
acompanhado a Jornada Mundial da Juventude ao longo desta semana e, pelo menos
até o momento em que escrevo este texto, o faço com surpresa e admiração.
Apesar das vicissitudes de transporte e circulação, há muito tempo não via as
ruas da cidade tão alegremente movimentadas e coloridas. Mesmo por onde o Papa
não é esperado passar, bandos de moças e rapazes carregam bandeiras de seus
países e cantam hinos em diversas línguas, num carnaval de rua cosmopolita,
sereno e empolgante. Confesso que até me emocionei ao ver casualmente, no
calçadão da Avenida Atlântica, um inesperado encontro de confraternização entre
um grupo de jovens iranianos com a bandeira de seu país e outro de americanos
com a dos Estados Unidos.
Não é preciso ser católico, nem
ter qualquer religião, para se encantar com o que está se passando no Rio de
Janeiro. Estamos assistindo a uma experiência daquilo que o rabino Abraham
Skorka, coautor de livro em parceria com o Papa Francisco, "Entre o céu e
a terra", chamou de "cultura do encontro". Um encontro não é uma
adesão ao outro, nem mesmo a abertura de um diálogo em busca de alguma verdade
única e absoluta. Um encontro é apenas isso mesmo, a aproximação entre pessoas,
mesmo que elas não tenham as mesmas idéias, nem estejam dispostas a pensar
sobre o que pensam.
Um dos aspectos mais relevantes da Jornada
tem sido o dos diversos eventos inter-religiosos, uma busca sem tensão por
alguma coisa em comum entre crenças tão diversas. A busca do abraço universal,
do humano em cada fé. Assisti a reuniões de peregrinos católicos de vários
países com praticantes da umbanda e do candomblé cariocas, no Estácio e em
Caxias. E a uma mesa de debates na PUC, na Gávea, da qual participavam bispos,
rabinos e xeques, com uma platéia lotada de jovens católicos, judeus e
muçulmanos. Nesses encontros, o que se punha em discussão não era a verdade
teológica de cada um, mas a necessidade de paz, de entendimento e de amor num
mundo tão conturbado, inclusive por guerras religiosas.
Nunca
acompanhei as Jornadas anteriores, nem sei mesmo do que cada uma delas tratou
no passado, em Roma, Colônia ou Madri. Mas imagino que as novidades
comportamentais trazidas pelo novo Papa tenham influenciado a atmosfera do que
está acontecendo no Rio. Num livrinho de
extrema pertinência sobre suas ideias, "Fancisco de Assis e Francisco de
Roma", Leonardo Boff, um dos principais pensadores da Teologia da
Libertação, faz a pergunta que todos nós gostaríamos de poder responder
afirmativamente: "Uma nova primavera na igreja?" No seu discurso em
Aparecida, o Papa pode ter-nos respondido a pergunta, quando pediu aos jovens
que se deixassem surpreender pela vida e que a vivessem em alegria. E ainda
mais em sua fala militante na favela de Manguinhos, quando exortou a juventude
a não perder a sensibilidade para as injustiças e para a corrupção. É como se
tivéssemos atraído para cá e tornado universal a discussão do tema que hoje nos
é mais caro.
A Igreja Católica, a primeira e mais
antiga organização globalizada do planeta, precisa responder às ânsias de seu
povo no século 21.
Ela segue prisioneira de conceitos anacrônicos sobre política social, drogas,
moral sexual, aborto, homossexualidade, celibato, pesquisas com células-tronco
e até "a forma de poder absolutista dos papas", como diz Boff. Mas
Francisco está certo quando diz que tudo começa com o encontro. E ele sabe
promover esse encontro: que homem público brasileiro sairia ileso daquele
engarrafamento que o Papa enfrentou em sua chegada ao Rio, com a janela do
pequeno carro aberta e a disposição de cumprimentar a multidão que se
aproximava dele?
É ridículo e mesquinho reclamar de gastos públicos com a
Jornada e a vinda do Papa ao Brasil. Em primeiro lugar, porque o estado não
está só cumprindo obrigação protocolar, mas também fazendo um investimento com
retorno certo, produzido pelo que deixa no Rio a multidão vinda do exterior e
de outras cidades do país. Além disso, o estado tem mesmo o dever de investir
no ordenamento, segurança e atendimento médico das manifestações de massa
realizadas na cidade, não importa de que natureza. Assim como nem todo
brasileiro é católico, nem todo carioca é carnavalesco, e nem assim é justo
contestar o que o estado gasta com o carnaval. Mas para alguns, Rei Momo pode;
o Papa Chico, nem pensar.
Independentemente
de qualquer profissão de fé, Francisco nos anuncia o projeto de um mundo mais
simples e mais humano. Um mundo sem ostentação e sem pompa, sem a hegemonia
irracional da riqueza e do consumismo delirante que destrói o planeta e a
humanidade. Seu amor à esperança é comovente. "Não deixem que lhes roubem
a esperança", disse ele no Rio, aos participantes da Jornada Mundial da
Juventude, "sejam vocês mesmos os portadores da esperança." Não é
pouco que um líder mundial de sua importância pense e fale desse jeito.
Cacá Diegues (Cineasta).
Surdez crônica
DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo
O Congresso retoma os trabalhos em tese nesta segunda-feira; na prática,
só na terça. Volta cheio de gás - embora continue surdo, como veremos adiante -
com uma "pauta bomba", segundo o presidente do Senado, Renan Calheiros.
A ideia é, de um lado, votar projetos que supostamente respondem às
reivindicações populares e, de outro, confrontem a Presidência da República a
fim de deixar claro quem detém o mando de campo nesses tempos bicudos.
O Congresso saiu em férias sem autorização legal porque não votou a Lei
de Diretrizes Orçamentárias, cuja aprovação é, pela Constituição, indispensável
para o início do recesso do mês de julho.
Mas isso não foi obstáculo para suas excelências, que logo decretaram o
tal do "recesso branco": ficou decidido que não seriam feitas sessões
deliberativas (quando há votações) no período e, assim, todos poderiam descansar
sem correr o risco de ter os dias descontados no pagamento do mês.
O retorno estava marcado para o dia 1.º de agosto. Mas, sabem as
senhoras e os senhores como é: quinta-feira não faz parte da semana para a
maioria dos integrantes do Poder Legislativo.
Dos 513 deputados, 37 se apresentaram ao trabalho no dia marcado; nem
10%. No Senado a presença foi maior: 33 dos 81 senadores; menos da metade. O
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, no exterior estava com a família e
no exterior ficou. Justificativa: trabalhou demais na semana da visita do papa
Francisco e precisava de uns dias a mais para compensar.
Compreende-se a posição do Parlamento. Depois de duas semanas de
correria intensa em torno da "agenda positiva" que criou despesas a serem pagas
todos sabemos por quem e até transformou táxis em capitanias hereditárias, era
hora de voltar ao normal. E o exercício da gazeta nas quintas, sextas e segundas
é de praxe.
Como de hábito também naquele ambiente é se falar em reforma política e
se acabar sempre fazendo modificações nas leis eleitorais - que, aliás, mudam a
cada pleito - para facilitar a vida dos políticos e dos partidos. O eleitor fica
fora do trato, sua parte é ir à urna obrigatoriamente se não quiser ter
problemas.
Relata a Folha de S.Paulo em sua edição de quinta-feira que, nesta
semana, os deputados começam a discutir uma série de alterações na legislação
eleitoral.
Todas tão distantes do descontentamento geral que, no dizer de editorial
do Estado, mais parecem um chamamento de volta aos protestos com destaque para
cartazes de aviso aos representantes parlamentares: "Eles não me representam".
As propostas, de fato, soam provocativas. A título de tornar o processo
eleitoral "menos burocrático", na palavra do coordenador dos trabalhos, o
petista Cândido Vaccarezza, a comissão formada para discutir a reforma política
erigiu um monumento à permissividade.
Pelo projeto dito de desburocratização, os candidatos não serão mais
responsáveis por crimes eleitorais cometidos durante as respectivas campanhas; a
Justiça Eleitoral não pode mais checar as informações financeiras dadas pelos
partidos, devendo se limitar a receber as prestações de contas e verificar se os
aspectos "formais" estão de acordo.
Os gastos considerados "não passíveis de comprovação" não precisarão ser
acompanhados de qualquer tipo de documento, bastando que sejam publicados na
internet; pretendentes a cargos executivos, de presidente a prefeito, estão
dispensados de registrar seus programas de governo na Justiça.
O valor das multas cobradas de quem faz doações acima do limite legal
(2% do faturamento para empresas e 10% dos rendimentos para pessoas físicas) é
reduzido em 10 vezes. E por aí vai o Congresso em sua indiferença ao tirocínio
alheio.
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