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quarta-feira, 25 de março de 2015

Seremos Dez Milhões - (15 de março eu fui, 12 de abril eu vou!!)

Você está em dúvida,
Se no dia 12 de abril,
Vale a pena ir pra rua
E também protestar?

Então vou lhe ajudar.
Primeiro, vou lhe lembrar
Que, até 30 de abril,
Sua declaração de renda
Você terá que entregar.


Naquele exato momento,
Em que o programa da Receita
Perguntar se quer “gravar e enviar”,
Pense consigo mesmo:
- Onde será que o fruto
Do suor do meu rosto vai parar?

Primeiro vamos listar
Para onde ele não vai:
Não vai para os hospitais,
Não vai para as escolas,
Não vai para os professores,
Não vai para as estradas,
Foi mal para os aeroportos,
Foi mal para os estádios.
Não vai mais pras viúvas,
Nem para os aposentados.
E deixa de ir para tanta coisa
Que se eu quiser relacionar
Vou ter que escrever muito mais.

Você, que “era” estudante,
Orgulhoso universitário,
Mas não conseguiu o FIES,
Cadê a “Pátria Educadora”?
É hora de protestar.
Mas para onde é que vai
Aquele rico dinheirinho
Que te custa tanto ganhar?

Vai para um executivo inchado
Com trinta e nove ministérios,
Criados para dar emprego
E servir de balcão de negócios
Pra quem participou dos conchavos
Para ganhar eleição.

Vai para um legislativo desgastado
Viciado em benesses,
Que não anda preocupado
Com os destinos da população.
Que recebe auxílio de moradia,
Tem carro preto do ano,
Passagem aérea de graça,
Plano de saúde ilimitado
E até “Smartfone” importado.

Pois é, e bem melhor que aquele
Que você comprou, pré-pago,
Com um monte de prestação.
Seu dinheiro já foi
Pro Mensalão e pro Petrolão.
Continua indo pra Cuba,
África, Uruguai, Venezuela,
Contas na Suíça, Ilhas Kaymans
E, sabe-se lá, para qual outro rincão.

Quem sabe é o BNDES,
Mas não conta pra ninguém, não.
Agora mesmo, meu caro
Em algum lugar desse Brasil,
Ele continua indo pro ralo
No redemoinho da corrupção.

No dia 12 de abril,
Mostremos que, de graça,
Sem condução paga,
Nem sanduíche
“sem” mortadela,

Estaremos lá gritando
Todos, a plenos pulmões:
Chega de podridão!!
Por isso, caro cidadão,
No dia 12 de abril
Temos que ir pra rua
E, exigindo um Brasil melhor,
Vamos chegar a dez milhões!!



















Bastos - Eng
Rio de Janeiro, 24/03/2015.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Comentário sobre os Jograis Rosseto e Cardozo

Caros amigos

Foi simplesmente ridícula e sem conteúdo a “apresentação” dos ministros Miguel Rossetto e José Eduardo Cardozo, dando resposta à estrondosa manifestação da sociedade em repúdio ao governo que representam e ao partido que os abriga.
Tiveram o caradurismo de anunciar, de boca cheia, que a governanta Dilma Rousseff está para anunciar “firmes medidas” de combate à corrupção. Logo ela, cuja inclusão entre os denunciados do mais escabroso caso de desvio de recursos públicos da história é, aparentemente, apenas uma questão de tempo.
Por outro lado, as “medidas” a serem anunciadas dificilmente atenderão às expectativas da população, já que serão o mesmo que aceitar as sugestões de uma raposa para prevenir o roubo dos ovos e das galinhas do galinheiro!
Os jograis da corte petista tentaram ainda encantar a platéia com a cantilena do “diálogo com a sociedade”. Mas a que tipo de diálogo estará disposto um governo que ameaça a sociedade com a violência de um “exército” como o do Stédile e que tem como modelo e meta a democracia bolivariana, praticada “até a demasia”, por Nicolás Maduro, na Venezuela?
No último domingo, o mundo assistiu à maior demonstração de repúdio a um governo jamais vista em Terras de Santa Cruz, no entanto, para o divertido Sr Rossetto, os protestos, embora legítimos, envolveram apenas as pessoas que não votaram em Dilma, o que, pelo gigantismo do efetivo envolvido, em comparação com a infimidade do grupo de mercenários reunidos dois dias antes para apoiá-la, permite associar a afirmação à suspeita de que tenha realmente havido fraude na eleição que a manteve no poder!
Para o prestidigitador Rossetto, são ilegítimos o golpismo, a intolerância e o impeachment que, agora, agridem a democracia, todavia, se perguntado sobre a legitimidade de outros movimentos, tipo “Fora Collor” ou “Fora FHC”, liderados por seu partido, obviamente, pela rapidez da manipulação retórica, burlando a atenção da coerência, afirmaria o contrário.
Cardozo, no papel de “porquinho bufão”, elogiou, admirado, vis-a-vis do comportamento antagônico registrado nos movimentos do seu partido e do “exército de gafanhotos” do Stédile, a legalidade e o respeito com que foram realizadas as manifestações que o levaram, às pressas, à presença da apreensiva governanta, para “bolar” um roteiro para a patética “performance” que ele e seu parceiro de ministério desempenharam na tarde de domingo.
Contrariando seu “dupla”, o Sr Cardozo afirmou que o Brasil está muito longe de golpismos e que o governo está atento e disposto a ouvir a voz das ruas e o som das panelas, em contraste, segundo ele, com a cultura adquirida no período dos governos militares, há cinqüenta anos,  esquecendo (?) de comparar a liberdade de opinião, ainda existente no Brasil, à truculência  do modelo venezuelano que eles querem ver implementado por aqui.
Referindo-se à corrupção na Petrobras, largamente denunciada no Movimento Cívico de 15 de Março, em invejável ousadia, o acrobata das palavras, José Eduardo Cardozo, atribuiu ao governo, claramente envolvido e beneficiado pelo esquema, a responsabilidade pela “descoberta” da artimanha!
Chamou o sistema político-eleitoral vigente de porta de entrada para a corrupção no país. Obviamente que o fez com conhecimento de causa, porquanto foi por ela que o seu partido entrou, ficou e tornou exponencial o dreno dos recursos públicos que hoje são encontrados em todos o paraísos fiscais conhecidos e desconhecidos.
Se agora, que a vaca tossiu e está indo para o brejo, o governo está atento e disposto a ouvir a voz das ruas, aqui vai uma sugestão clara, precisa e concisa como devem ser os bons conselhos:
Colaborem com as investigações em curso na Justiça e no Parlamento e revelem os crimes eleitorais e de corrupção de que têm conhecimento. Renunciem a seus cargos e respondam pelo que fizeram ou deixaram de fazer. Revelem o que sabem sobre a participação do seu “guia espiritual”, Sr Lula da Silva, e da sua (dele) afilhada, Dilma Rousseff, nos ilícitos investigados e saiam, todos juntos, da vida pública nacional com o benefício da delação premiada

Gen Bda Paulo Chagas


(*) Jogral, o mesmo que divertido, burlesco ou risível, era o artista profissional que tanto atuava nas praças públicas, divertindo o público, assim como nos palácios senhoriais, neste caso assumindo o papel de bufão. Ganhavam a vida atuando perante o público, para recreá-lo com charlatanices ou com prestidigitações, acrobacias e mímicas.